Arquivo do mês: março 2007

>AS BARRIGUDINHAS

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Desde que eu descobri, com a Dani, a Therezópolis Gold, disparado a melhor cerveja que bebi nos últimos muitos anos, e desde que a indiquei ao meu irmão Luiz Antonio Simas (leiam aqui verídico relato do Simas sobre as conseqüências…), que tê-las em casa, as barrigudinhas descansando na geladeira (quase que toda para elas…), passou a ser uma obsessão.

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Deixou de ser uma obsessão para ser uma realidade.

Baixaram aqui em casa, ontem à tardinha, 36 barrigudinhas.

24 são minhas e 12 do Simas.

Na segunda-feira, meus poucos mas fiéis leitores, lhes conto como fui pago pelo bom Simas.

Até.

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INVESTIMENTO DE QUANTO?

Antes mesmo de começar a escrever sobre a barbaridade que foi a matéria de capa da revista RioShow, encartada n´O GLOBO de ontem, uma observação: desde o dia 25 de janeiro de 2007 que o jota não escreve uma mísera linha sobre qualquer desses bares que ele fomentou durante meses (só aqui no BUTECO eu fui capaz de registrar trinta e três atentados, vejam no menu à direita). O jota anda, agora, voltado para o mercado da moda. E tem, evidentemente, seus preferidos. A bola da vez, por exemplo, é um sujeito cujo nome não me lembro, mas cujo sobrenome lembra o som da tosse.

Mas isso não significa, é claro, que os bares de merda que mantêm atuantes assessorias de imprensa tenham ficado sem espaço. Apenas mudaram, digamos, o foco dos seus investimentos na mídia impressa.

E quem os bajula dessa vez?

O coleguinha do jota, o jota éle, apontado como autor de apenas – até o presente instante – dois atentados, esse aqui e esse outro aqui.

O terceiro atentado, porém, é de grandes proporções.

Trata-se de matéria de capa.

revista RioShow de 30 de março de 2007

Eis o título:

BARES LADO B . As redes Belmonte, Conversa Fiada, Informal e Manoel & Joaquim abrem botequins com nomes diferentes para evitar o desgaste de suas marcas

É ou não é um nojo?

Conseguiu, o aprendiz do jota, citar quatro bares na capa da revista.

Quatro, não. Cinco.

A foto que ilustra a primeira página mostra, acintosamente, a placa do Antônio´s Bar e Botequim, e tem pequeno texto no rodapé:

O Antônio´s, na Lapa, é a mais nova cria de Antônio Rodrigues, dono do Belmonte

São, portanto, cinco os bares-de-merda citados na capa (onde o espaço deve ser mais caro).

Na matéria, de quatro páginas, o jota éle cita outros bares e explica, aos leitores, como funciona a máquina. Vamos lá, transcrevendo alguns trechos:

Seguinte: como qualquer bar, as redes de botecos limpinhos e arrumadinhos começaram com um modesto endereço único. Depois, cresceram, apareceram e se tornaram redes. Agora proliferam bares que pertencem a essa galera mas trazem um outro nome na fachada. Assim, Antônio Rodrigues, dono do Belmonte, está à frente do Antônio´s e do Codajás. Abílio Fernandes, criador do Manoel & Juaquim, é hoje o feliz proprietário do Armazém Carioca. Parte da turma do Informal também responde pelo Jiló. E por aí vai.

Por aí vai, mas eu não interrompi a conta. Somam-se aos cinco já citados na capa, o Codajás, o Armazém Carioca e o Jiló. Já são oito. Vamos em frente.

Transcrevendo:

Negócios também foram a motivação de Daniel Guerbatin, que pretende se desligar da rede Conversa Fiada num futuro próximo. Há um ano, ele juntou-se a sete investidores e imaugurou o Gente Fina, no Leblon. Mais elegante que as casas da rede, o bar vive lotado até altas horas.

– O Gente Fina foi pensado como um investimento, de olho na rentabilidade. Mas não acredito em desgaste de marca. O segundo bar é uma tendência, uma forma de oferecer uma outra opção ao público.

Não perdendo a conta, com o Gente Fina, são nove os citados até aqui.

A matéria – que é propaganda pura – traz, ainda, o depoimento de José Octavio Sebadelhe, da equipe que escreve o guia Rio Botequim.:

Boteco é boteco. Esses bares-franquia, queiramos ou não, têm uma onda meio fake. Repara só como muitos desses estabelecimentos adotaram a alcunha de botequim ou boteco. Isso é uma coisa relativamente nova. Quando fizemos o primeiro Rio Botequim, os donos de pés-sujos reclamavam, gritavam que não eram donos de botequins. Hoje a palavra é como um título de nobreza, todo mundo quer ser boteco. O tal do segundo bar não passa de mais uma jogada de marketing. Dono de boteco de verdade não quer crescer porque sabe que vai se perder no caminho.

Um troço, convenhamos, muito próximo do que digo aqui, no balcão imaginário do BUTECO, há anos.

Mas como essa turma investe pesado, pesadíssimo, e como o jota éle de bobo não tem nada, ele arrumou espaço para dois tijolinhos dentro da matéria. No primeiro ele cita o Espelunca Chic e o Esculaxo, este último ainda por inaugurar.

São, até agora, onze os citados.

O segundo tijolinho é dedicado, inteiramente, ao Devassa.

Doze bares citados.

Quanto – essa a pergunta – investiram os mega-investidores nessa matéria?

E só mais uma, pra encerrar por hoje: será que os clientes, os incautos que freqüentam esses lixos, lendo uma matéria dessas, lendo os depoimentos dos mega-investidores, não se sentem uns idiotas fazendo fila nas portas das filiais espalhadas pela cidade e pagando fortunas pelo que bebem e comem, enchendo os bolsos desses caras?

Até.

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SIMAS E SEU PESADELO DA HORA

Ontem à noite estive, na doce companhia do Simas e da Candinha – uma santa – jantando no Huan Lian, restaurante chinês escondido e encravado na Praça da Bandeira, na Tijuca (onde mais eu jantaria?), tremenda descoberta minha e da Dani, comandado pelo Lin e por sua família. Éramos, como sempre acontece, os únicos ocidentais no pedaço. Fartamo-nos com um Pato à Cantão que custou R$40,00. Eu disse isso – o preço – só pra contar que no restaurante metido à besta do Eike Batista, na Lagoa, a mesmíssima iguaria custa pra lá de R$200,00. Pose – como diria o Manoelzinho Mota, com a licença do Simas – é foda. Pigarreio, arroto (o pato) e sigo.

Enquanto jantávamos, eu gemia de saudade da minha garota, viajando a trabalho. Até que eu disse, com o olhar distante, fixado no mais feio lustre de toda a Tijuca, violáceo com detalhes prateados, quiçá da China:

– Detesto dormir sem ela… Não tenho ânimo sequer pra vestir o pijama quando chego em casa…

Foi eu dizer essa frase e a Candida, que chegou a deixar cair sobre a mesa o osso da coxa do pato que chupava, lamentou, grave, fazendo bico e revirando os olhinhos:

– Por que é que você foi falar essa palavra, Edu?!

Eu ia responder, quando o Simas, feito um possesso, tomou a direção do banheiro.

– Que palavra, Candinha?

Ela, checando se ele a ouvia:

– Pijama.

– Pijama?

– Desde que eu dei ao meu irmão, no Natal, um pijama de presente, que o Luiz Antonio reclama um pijama pra ele… É tipíco dele, Edu, um ciumento…

Pausa explicativa: a Candida nunca – com a ênfase szegeriana – chama o marido de Simas. Assim como a Luísa nunca – idem, idem – chama o Prata de Prata.

Volta o Simas à mesa.

caricatura de Luiz Antonio Simas, por Stocker

Tem os olhos vermelhos, a face afogueada. Senta-se. Senta-se e dá um murro na mesa. Entre dentes, num acesso de bruxismo às escâncaras, mas num tom bruno, diz baixinho:

– Você usa pijamas?

Antes mesmo de eu responder, ele emenda:

– Aliás, você tem pijamas?

Eu, não mentindo, mas provocando de leve, respondi como se puxasse pela memória:

– De seda ou de algodão?

Tomei um chute da Candida – que calçava um All Star estampado com personagens de hitórias em quadrinhos – por baixo da mesa.

– Você tem dos dois? – perguntou o Simas, aflito.

– Sem contar os de flanela…

– Flanela? – e danou de chorar feito criança.

Candida me deu outro bico e nem disfarçou:

– Tá satisfeito?

E ficou fazendo cafuné na careca do marido.

Eis aí, meus poucos mas fiéis leitores, um espetáculo kafkiano.

Não há, no alto da cabeça do protagonista de hoje – ou mesmo do lado, atrás – um único projeto de fio de cabelo. Não há a mais remota expectativa de um fio de cabelo. Não há a esperança, mesmo distante, da mais remota penugem. Um tufo, que seja. Nada. O Leo Boechat, por exemplo, é uma Rapunzel ao lado do Simas. Daí a barbaridade que foi assistir a Candinha fazendo carinho com os dedinhos naquela superfície árida como se enrolasse cachinhos imaginários.

Simas foi amansando.

Da aparente revolta passou ao estado de tristeza absoluta.

Fez beicinho.

Deixou cair uma única lágrima do olho direito, que enxugou com o dedo médio da mão esquerda.

E falou, trêmulo, como que discursando, enquanto bebericava o chá de jasmim:

– Candida… me prometa que de amanhã não passa! Ou não durmo nunca mais, Candida! Um homem que dorme sem pijamas é um homem sem-caráter. É um nu. É um indecente indigno! Quero pijamas, Candidas! Vários! Vários! – foi num crescendo.

Ela, doce, sorrindo em direção ao Lin (frase na testa: não ligue, senhor, meu marido é um desequilibrado):

– Prometo, Luiz Antonio…

– Quantos, Candida?

– Quantos você quer, Luiz Antonio?

E ele, de primeira:

– Somando todos, Edu… Quantos você tem?

– Uns vinte.

– Quero quarenta, Candida. No mínimo!

Como se vê, um doente.

Até.

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OUTRO IRRETRIBUÍVEL, PRA DANI

Cá estou eu, de novo, nesse exercício gratificante que é expor, no outdoor imaginário, minha gratidão.

Em fevereiro, quando ganhei da Sônia, a querida Manguassônia, um presente daqueles irretribuíveis, fiz questão de subir as imaginárias escadas em direção à armação de madeira do outdoor igualmente imaginário e expor a belezura de mimo feito por suas mãos mágicas – vejam aqui.

Ganhei, naquela oportunidade, – espero que vocês tenham visto – “um buteco, um mini-buteco, um lindo e comovente buteco, um nicho desses de pendurar na parede, (…). (…) Tem piso e paredes de azulejo, quadros do Rio antigo, um escudo do Flamengo, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, uma imagem de São Jorge, engradados de cerveja, queijos, cerveja na mesa…”.

Mas vai daí que a Sônia não cabe em si de tanto carinho e generosidade, o que explica, e muito, Manguaça e Manguaço, duas pessoas que têm, nos olhos e nos gestos, a marca da doçura da mãe.

Bateu-me o telefone na semana passada e convocou-nos, a mim e à Sorriso Maracanã, é evidente, pra um almoço no domingo.

Pausa para carregar as bocas alheias d´água.

Lula à vinagrete, salaminho, queijinhos, pães, cerveja, caipirinha, aquela cozinha que mais parece um cenário, mais parece o céu no chão. E no almoço, arroz selvagem, uns filés indizíveis, batata ao forno, e a tarde foi, sem o exagero que – dizem – me caracteriza, perfeita.

Mas havia uma razão para o convite.

A Sônia preparara, pra Dani, a mulher que me ensinou a sorrir, um presente do mesmo gênero, com a mesma doçura, mas com a marca do ineditismo, e explico.

Eu já havia visto butecos como o que ganhei (não tão lindos, é verdade). Já vi imagens de santos, imagens de santas, flores, fotografias.

Nunca, uma praia.

praia feita artesanalmente pela Sônia, pra Dani

Atentem para os detalhes e para o carinho que, como maré cheia, invadiu o coração da minha garota (e o meu) no instante em que ganhou o mimo: tem areia de verdade, cadeira e barraca de praia, um livro, um par de chinelos, bolsa com protetor solar e um pente, canga, boné, óculos escuros, os cigarros de palha que minha menina fuma (!!!!!), um isopor com gelo e côco, conchas, uma latinha de cerveja e o marzão e o céu azuis tão presentes na vida da minha Dani

Não é pra qualquer um, não.

Dão uma intensa alegria, esses gestos.

Ainda mais sabendo que não pedimos nada, não encomendamos nada.

Tudo obra e graça de uma relação calcada no amor.

Pura e simplesmente no amor.

Até.

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>A VAIDADE DOURADA DO MENINO PRATA

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Ontem, aqui, lhes contei sobre o acesso de ciúmes do Prata e disponibilizei o making off da entrevista do guri para a TV Bandeirantes.

E hoje quero mostrar, e provar por “A” mais “B”, que o menino anda impossível no que diz respeito a polir, com a flanela imaginária e valendo-se de movimentos circulares intensos, a própria imagem, a própria vaidade.

Cochichou-me outro dia, o Simas, na Folha Seca:

– Você anda adulando demais o Prata. Ele anda impossível. E a tendência é piorar!

O Rodrigo, de dentro do balcão, com aquela rouquidão de fazer a Elza Soares parecer a Piaf:

– Piorar? Mais? O Edu já estragou o Pratinha…

Não concordo com nenhum dos dois. Acho que eles exageram.

Mas há, confesso, um fundo de verdade no troço.

Depois de dar seu depoimento – o que mostrei ontem! – o menino levantou-se furioso do banco e disse:

– Ficou horrível, horrível! Vamos repetir essa merda!

A equipe da TV, devo dizer, entreolhou-se. Eu intervi antes que o bolo desandasse:

– Gente, deixa o menino… Não custa fazer mais uma vez…

E ele dando um tapa no meu ombro:

– Valeu, Edu!

Disse a repórter:

– Então vamos lá… Sente-se e vamos gravar de novo…

– Sente-se? Antes quero uma cerveja!

E saiu, acintosamente, em direção ao bar mais próximo.

Ficaram todos aguardando, até que volta o garoto com a latinha na mão. Bebe devagar. Termina. Arrota. Joga a lata no lixo. E diz:

– Podemos?

– Podemos! – forjando animação, a repórter.

E deu-se a segunda entrevista.

Vocês verão, abaixo.

Eu cortei minha gravação quando antevi a agressão.

A repórter – toda simpática, vocês verão… – disse, logo depois da fala do Prata:

– Eu gostei mais do primeiro…

Ele, num só golpe, levantou-se e partiu, como um huno, em direção à coitada.

Nem o câmera e nem o operador de som deram jeito no garoto, que é raquítico mas manipulava o violão como quem manipula uma borduna, uma clava forte.

Eu o contive.

– Pô, pai, tu é foda… – foi o que disse o garoto.

Que anda mesmo impossível…

http://video.google.com/googleplayer.swf?docId=4250314942232599058&hl=en

Até.

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>TIAGO PRATA, UM CIUMENTO

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Eis aí uma verdade evidente. Evidentíssima, eu diria. Mas que sempre nos surpreende. A vida – já dizia o filófoso Roberto Rivelino (fio-me na informação que me foi dada pelo Simas) – é uma caixinha de surpresas.

Feito o intróito – pífio, reconheço -, vamos à surpresa. Ou às surpresas, sendo mais preciso.

Foi uma surpresa, pra mim, receber o recado que recebi, no começo do ano, do Tiago Prata, o Pratinha – e vocês podem ouvir o recado aqui.

Disse-me ele, na íntegra:

“Eduardo Goldenberg, aqui é seu filho mais novo, Tiago Prata. É, quando puder me dá uma ligadinha. Estou indo em breve para o escritório, tomar uma cerveja, e depois eu queria falar contigo também, uma outra coisa, falou? Um abraço, tchau!”

Vejam bem uma coisa. Disse eu, quando lhes relatei sobre o recado, que foi uma surpresa recebê-lo; um prazer ganhar um filho pronto; e, ainda, gratificante sabê-lo “talentoso, dono de um gosto musical afinadíssimo com o meu, e, o que é mais bonito, mais velho, mais antigo, mais sábio do que eu.”.

Feito o intróito e refrescada a memória, vamos ao que quero lhes contar hoje.

Na sexta-feira passada fui assistir ao show da Beth Carvalho. Eu havia sido convidado; eu e Dani Sorriso Maracanã, evidentemente. E o Prata também. Como minha garota não poderia ir, bateu-me o telefone o meu garoto:

– Pai… a Dani não vai poder ir, né? Posso levar a Luísa então?

Seria um prazer – pensei na hora – estar na companhia do moleque e de minha nora.

Eis que chegou a sexta-feira e encontramo-nos na entrada do guichê. Fomos à mesa dos convidados.

Retirei meus dois convites: SETOR VIP / MESA 109

O Prata retirou o dele: PLATÉIA B / MESA 1.468

Deu-se o abuso:

– Pô, Edu… Tu fica lá em cima… Vou ficar com a Luí…

Eu ri de fazer tremer o menino.

Disse a ele:

– Dê seu jeito. Fale com alguém da produção. Se vira!

Fui ao bar enquanto o novel casal dirigia-se a uma mocinha com uma camisa onde se lia “PRODUÇÃO”. Voltaram os dois com sorrisos francos:

– Consegui! Vou ficar com vocês!

– Muito bem… – eu disse, orgulhoso do garoto.

– Disse que não poderia deixar meu pai sozinho…

Ri. E o Prata disse, fino, à Luísa:

, vou mijar. Güentaí.

Foi ele dobrar o biombo e ela cravou os olhos, lindos (meu garoto tem bom gosto), nos meus, horríveis. E disse:

– O Tiago está arrasado…

E eu, interrompendo o gole:

– Com o quê?

Ela deu uma olhada em volta:

– Ciúmes…

– Desembucha…

– … do tal do Borgonovi.

– Hein?!

– É… ele disse que você não fala mais dele no BUTECO, só nesse Borgonovi…

Vejam isso.

Acompanhem comigo e notem bem do que é capaz a vaidade humana.

O Prata, a quem já dediquei dezenas de textos, confessou-se possuído pelo ciúme. Vamos à definição do Houaiss:

“1 estado emocional complexo que envolve um sentimento penoso provocado em relação a uma pessoa de que se pretende o amor exclusivo; receio de que o ente amado dedique seu afeto a outrem; zelo (mais us. no pl.)

2 medo de perder alguma coisa”

A fim de não deixar ainda mais complexado o menino – ainda em fase de desenvolvimento – abro a semana, então, com um momento exclusivo – ninguém mais tem isso!!!!! – do Prata.

Trata-se do making off da reportagem feita pela TV Bandeirantes.

Amanhã é terça-feira. Depois temos a quarta, a quinta e a sexta-feira.

Digo essa obviedade apenas para arrematar com a promessa: a semana inteira será dedicada a ele.

Eu mimo mesmo, pô!

http://video.google.com/googleplayer.swf?docId=8108905035542439500&hl=en

Até.

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>MARCÃO: UMA ESCOLA

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O Marcão, que se diz o prógono do movimento que leva homens como, por exemplo, o Borgonovi, a dormir sem vergonha alguma em público (de prefefência em bares), realmente faz escola.

Mostrei-lhes o Borgô dormindo acintosamente em Niterói, dentro de um bar, durante uma roda de samba – aqui.

Implacável, no mesmo dia mostrei-lhes o Marcão dormindo muito mais à vontade, durante uma festa com centenas de pessoas, e o samba comendo solto também – aqui.

Ontem, como lhes contei, fui ao Rio-Brasília. Lá encontrei o Simas e tive a chance de conhecer o Eduardo Rodrigues e o Stocker.

Este último não fez por menos: antes de dormir – vejam as fotos abaixo – gritou:

– Vou dormir à la Marcão, pô! Dá licença!

Faz escola, realmente, o Marcão.

Stocker no Rio-Brasília, 24 de março de 2007
Stocker no Rio-Brasília, 24 de março de 2007

Até.

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>24 DE MARÇO: 3 ANOS DE VIDA!!!!!

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Há exatos três anos – eu e a precisão – era inaugurado o BUTECO DO EDU.

Eis aí uma data em que eu, e apenas eu (e isso basta!), festejo olimpicamente.

Não quero, aqui, ser maçante, como diria minha bisavó. Mas tem uns troços que eu não posso deixar de dizer – numa espécie de discurso modorrento, como na entrega do Oscar – sob pena de não exercer a gratidão, coisa que eu faço diuturnamente.

Em primeiro lugar: é do mais absoluto cacete perceber que – nem vou tão longe… – em março de 2006 o BUTECO teve um pouco menos de 2.000 visitas. E que agora, neste março de 2007, ainda em curso, já estamos próximos das 5.000 visitas. Isso significa que, ainda que trilhando o caminho do discurso firme, da postura radical (na visão de uns), da postura coerente (na minha visão), sigo pelo caminho certo.

É fato que muita coisa contribui para que as visitas cresçam: o ORKUT, que dá intensa visibilidade ao BUTECO; as malas diretas de alguns amigos que, empolgados com um texto ou outro, uma entrevista ou outra, espalham nosso endereço por aí; os emails que eu mesmo mando quando tenho aguda vontade de apontar algo específico para alguns amigos; mas quero daqui, de pé, no banquinho imaginário, diante do imaginário balcão, render homenagens a cinco – vamos dizer assim… – colegas blogueiros, os cinco primeiros na lista elaborada pelos contadores que controlam o tráfego de visitantes do BUTECO como os que mais gente carreiam pras bandas de cá!

Em primeiro lugar, com 3,76%, o Só Dói Quando Eu Rio, do meu irmão siamês, Fernando Szegeri, autêntica cidadela que brota do coração carioca do cara. Assino, às cegas, tudo o que o cara escreve.

Em segundo lugar, com 3,16%, o Pentimento, do Marcelo Moutinho; eu seria capaz de dizer, com chance mínima de errar, que isso deve-se basicamente à intensa propaganda que ele faz das entrevistas que fazemos aqui no BUTECO. Ele é, de fato, entustiasta de primeira hora desses longos bate-papos que hoje – sem modéstia – não se publicam mais.

Em terceiro, com 2,94%, de Campinas, o Pátria Futebol Clube, do Bruno Ribeiro, amigo novo, parceiro novo, fruto direto da blogosfera. Estivemos juntos, pessoalmente, em apenas duas oportunidades: uma aqui no Rio – no Rio-Brasília – e outra em São Paulo – no Ó do Borogodó. Bastou pra saber que o cara é dos meus.

Em quarto, com 2,82%, blog desse monstro de quem tenho um medo agudíssimo, o Histórias do Brasil, do Simas. Eis aí, meus poucos mas fiéis leitores, outro lance de sorte. Por vias que passam pelo BUTECO gerando afinidades intensíssimas, cheguei a esse malandro, que é, hoje, e sinto que pra sempre, rigorosamente imprescindível.

E em quinto, com 1,69%, Vanor, blog de Vanessa Ornella, ex-colega de trabalho da Sorriso Maracanã, um blog visitadíssimo desde que foi catapultado à condição de nacionalmente conhecido depois de mencionado nas páginas de O GLOBO.

Não posso, também – eu avisei que o discurso seria modorrento -, deixar de agradecer a todos aqueles que freqüentemente estão com os cotovelos apoiados no balcão do BUTECO dando seus palpites, seus pitacos, baixando o sarrafo ou não, dando ainda mais graça a esse canto. Muito por causa de todos – embora eu escreva, diariamente, pensando apenas no Szegeri (que nem sempre me lê, num exercício de humilhação que o satisfaz) – eu faço questão de arrumar uma brecha, sempre, durante minhas manhãs, para fazer disso aqui um blog atualizado diariamente. Não vou citar nomes, pô!, que seria um exercício perigoso, cansativo para um sábado de sol, e tornaria tudo ainda mais modorrento.

Como eu não sou de ferro, estou, nesse momento, onze da manhã de sábado, indo ao Rio-Brasília encontrar um irmão, o Simas. Lá, também, vou encontrar dois paulistas sedentos de Rio de Janeiro que – graças ao BUTECO – chegaram até mim, e com quem troco emails há algumas muitas semanas. Eles têm, hoje, um objetivo definido: conhecer o Rio-Brasília.

São eles, Eduardo Rodrigues e Stocker, dois malucos que vieram ao Rio com o Tulípio. Vocês podem conhecer os três aqui.

Eu já os conheci ontem, na rua do Ouvidor, na livraria do meu coração, que conquistou o coração dos três.

Eu espero ter novidades pra contar em breve.

Torçam. E aguardem.

Até. E obrigado por tudo!

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“AMORES EXPRESSOS”: NOJO ANUNCIADO

Vocês hão de me permitir fugir, muito, dos temas afeitos a este balcão. Até mesmo porque em buteco – os verdadeiros, não as mentiras que tentam nos impor – não se acende vela pra pouco defunto. Em buteco se discute a vida real, o jogo da véspera, a decisão do final de semana, a bunda mais tesuda do covil, esses troços fundamentais que fazem a vida valer a pena. Mas como estamos diante de um fato que envolve dinheiro público, fiquei a fim de fazer a cuíca roncar por essas bandas. Não sei se estamos exatamente diante de um fato – vocês farão seus julgamentos -, ou de um projeto (e desde que o Brasil passou a ser invadido por projetos, formatadores de projeto, coordenadores de projeto, a coisa desandou de vez…), mas é fato que estamos diante de um escândalo. E como escândalo dá pano pra manga, vou dividir com vocês muito mais que minha indignação: minha repulsa, meu nojo, meu ódio e minha golfada olímpica pra cima da coisa. Explico.

Tomei ciência do escândalo lendo o “no mínimo” – leiam aqui. E fiquei sabendo – transcrevendo os trechos mais elucidativos – que:

“O projeto “Amores expressos” vai mandar 16 escritores brasileiros (…) passarem um mês com tudo pago em alguma cidade do mundo, de onde eles se comprometem a voltar com um romance de amor para ser publicado pela Companhia das Letras (embora a editora se reserve o direito de só aproveitar parte do material) (…).

A notícia do projeto, idealizado pelo produtor cultural Rodrigo Teixeira, (…).

Parte do burburinho se explica pelo custo total do projeto: R$ 1,2 milhão, grana vistosíssima num mercado franciscano. O fato de “pouco menos de metade” desse valor, segundo Teixeira, ser dinheiro de renúncia fiscal, captado ou ainda em fase de captação pela Lei Rouanet, contribui para a polêmica – uma polêmica que, justiça seja feita, deveria ir muito além desse caso e envolver um debate sério sobre o próprio mecanismo de financiamento de produtos culturais pelo contribuinte. Não menos ruidosas são as críticas provavelmente inevitáveis à lista de eleitos, elaborada por Teixeira e pelo jovem escritor carioca João Paulo Cuenca, contratado como “coordenador editorial”.

Será que se trata, afinal, de uma jogada de marketing brilhante pela capacidade de “esquentar” uma atividade – a ficção made in Brasil – sabidamente pouco atraente para investidores? Ou de um chamativo bolo midiático em que a ficção entra no papel de cereja? Ou ainda, como escreveu com rapidez no gatilho o escritor Marcelo Mirisola (uma das incontáveis ausências na lista dos 16) em carta publicada na “Folha” de domingo, de uma ação entre “amigos de farra”, com “um ou dois figurões acima de qualquer suspeita” para disfarçar?

“Os critérios de seleção foram de afinidade literária, interesse editorial e química com as cidades de destino”, diz Cuenca, acrescentando que Mirisola “não merece resposta”. Teixeira inclui a palavra “gosto” entre os critérios de seleção, mas isso talvez seja um sinônimo de “afinidade”. “A gente pensou em muitos outros nomes, e pode ser que um ou outro tenha ficado chateado, mas um projeto com 35 seria inviável”, afirma. A decisão de incluir autores que nunca publicaram um livro próprio explica a presença na lista de nomes verdes como Antonia Pellegrino, Cecília Giannetti e Chico Mattoso, enquanto o time dos consagrados é defendido por Sérgio Sant’Anna, Bernardo Carvalho e Marçal Aquino.

Segundo a diretora editorial Maria Emilia Bender, a Companhia das Letras se associou ao projeto porque seis dos selecionados são autores da casa e porque ele dá à editora a oportunidade de “eventualmente abrir seu leque para um autor brasileiro novo, coisa que a gente está sempre buscando”. No entanto, manifestações de insatisfação entre outros escritores da Companhia levam Maria Emilia a frisar que o projeto não é da editora, mas de Rodrigo Teixeira. “A plêiade, digamos, não foi eleita por nós”, diz. Acrescenta que todos os autores, mesmo os que têm vínculo com a casa, toparam correr o risco de ter o livro rejeitado. “Isso nós deixamos bem claro aos organizadores, mesmo porque a lista é bem heterogênea no que diz respeito à experiência”, afirma.

Quem for de fato publicado ganhará da Companhia adiantamentos de praxe no mercado, calculados com base numa tiragem de 3 mil exemplares. Publicado ou não, porém, cada autor embolsará da empresa de Rodrigo Teixeira, limpos, R$ 10 mil a título de cessão de direitos (…). As despesas de viagem não estão incluídas nesse valor.

Sobre a pauta, vagamente reminiscente de primeiro capítulo de novela das oito da Globo – a busca de uma história de amor em alguma cidade estrangeira –, Maria Emilia é cautelosa: “Dependendo do autor, qualquer pauta vale. Ou não”. Rodrigo Teixeira aposta na viagem como “uma forma de abrir mais a cabeça dos autores, independente da qualidade do material que vai sair”.

Em abril, embarca a primeira leva: Antônio Prata (Xangai), Cecília Giannetti (Berlim), Daniel Galera (Buenos Aires), João Paulo Cuenca (Tóquio) e, no único destino doméstico, o jovem goiano André de Leones (São Paulo!). Em maio, Amilcar Bettega (Istambul) e Joca Reiners Terron (Cairo). Em junho, Adriana Lisboa (Paris), Chico Mattoso (Havana), Lourenço Mutarelli (Nova York) e Reinaldo Moraes (Cidade do México). E em setembro, fechando a temporada, Antonia Pellegrino (Bombaim), Bernardo Carvalho (São Petersburgo), Luiz Ruffato (Lisboa), Marçal Aquino (Roma) e Sérgio Sant’Anna (Praga).”

Eu não vou ficar aqui, francamente – como diria meu eterno e saudoso Governador Leonel de Moura Brizola – discutindo o óbvio. O óbvio – e é justamente o óbvio que dá nojo, que provoca engulhos – salta aos olhos de quem toma ciência do (pausa para vomitar) projeto. Mas quero falar sobre outra coisa. Acompanhem.

O “coordenador editorial” do projeto (as aspas não são minhas) é um escritor, a meu ver, que não tem nada – nada, em negrito – a dizer. E jornalista (quer dizer… não é beeeeem jornalista, embora escreva para um jornal; é economista – o que talvez explique tudo). Daí lembro-me da frase que ouvi, dia desses, no Rio-Brasília, de um sujeito a quem respeito, dando sua opinião em voz alta:

– O problema da literatura brasileira contemporânea está no fato de que tem muito jornalista que escreve mal pra caralho querendo fazer literatura…

Deu um gole no maracujá e arrematou:

– … daí só sai merda!

Mas voltemos ao projeto.

O “coordenador editorial” escreve para o jornal O GLOBO. É colega, portanto, da plagiadora (leiam aqui). Colega do jota, o responsável pelos 33 atentados que denunciamos, até o momento. E é sobre as merdas que ele disse que quero me debruçar. Tomem nota da frase escrota de autoria do tal “coordenador editorial”:

“Os critérios de seleção foram de afinidade literária, interesse editorial e química com as cidades de destino.”

Pausa para o vômito.

Antes, porém, um pedido, um desejo: se esses dezesseis agraciados com dinheiro público têm “química com as cidades de destino”, por que não ficam por lá pra sempre? Morrem lá sem nunca mais pisarem aqui? Por que? Vamos voltar.

Escândalo dos escândalos? O “coordenador editorial” não vai apenas coordenar a mamata coletiva. Não! Não! Ele também vai viajar, porra! É, ele, um dentre os dezesseis premiados com uma viagem de trinta dias com tudo pago pelo erário. Como estamos falando de R$1.200.000,00, e como são dezesseis os escolhidos, e como cada um vai passar trinta dias viajando, estamos falando de R$2.500,00 POR DIA para cada um.

Entre esses dezessseis estão, é claro, amigos do “coordenador editorial” e do “produtor cultural”.

Querem vomitar mais? Atenção para o que disse o “produtor cultural”… O “produtor cultural” aposta na viagem como “uma forma de abrir mais a cabeça dos autores, independente da qualidade do material que vai sair”. Maravilha, não? Eu pago, você paga, todos nós pagamos – e caro – para a patota sair voando pelo mundo para abrir a cabeça.

Eu imagino o diálogo no saguão do aeroporto. Diz o “coordenador editorial”, recém-chegado de Tóquio, para a amiguinha embarcando pra Bombaim:

– Vai lá, Totô, vai! Viaja, curta m-u-i-t-o, gasta t-u-d-o, seja p-o-d-e-r-o-s-a e abra essa sua cabecinha. E não se preocupe com a qualidade do material que você tem que escrever, tá?

E ela, dando pulinhos de alegria, rodando a Louis Vuitton:

– Você é tudibom!!!!! Dá beijo aqui, dá…

É de fuder. Com “u”, antes que um babaca queira me corrigir.

É nojento isso tudo. Dezesseis pessoas e uma editora – que já tem seis dos dezesseis como “autores das casa” – agraciadas com um milhão e duzentos mil reais para um passeio 0800, como se diz em balcão de buteco.

Por que um filhodaputa qualquer não pensa num projeto desses ambientado no Rio de Janeiro? Por que não mandar Antonia Pellegrino (sem o negrito) para escrever uma história de amor no Irajá, hospedada trinta dias por lá? Ou não é possível uma história de amor no Irajá? Por que não mandar o “coordenador editorial” – que nunca deve ter atravessado a fronteira que o separa da zona norte – para uma experiência química em Nilópolis, Nova Iguaçu, em Marechal Hermes?

Porque são todos uns merdas. E eu digo todos sem apontar o indicador no focinho de alguém. Todos os que chamo de merdas são todos os babacas que vivem à margem da realidade – por isso não são assunto, nunca, dentro de um buteco -, são todos os que se acham capazes de escrever uma história de amor em terras distantes sem a capacidade, básica, de viver uma história de amor com sua gente, porque são mentirosos, porque são uma invenção da mídia de merda que atropela a moçada que está aí, começando a viver a vida.

A escumalha e a canalha que estende faixinha na janela escrito “BASTA” – contra a violência, latem – acha lindo ver seus filhotes e seus vizinhos mamando nas tetas do erário.

Com licença, meus poucos mas fiéis leitores: vão todos vocês – em quem entrar a carapuça, muito bem! – tomar no cu.

Até.

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>MARCÃO, O PRECURSOR

>

Vejam bem… Eu sei que eu sou implacável. Implacável e preciso. E reconheço, como agora, que essa minha implacabilidade beira, quase que sempre, a perfeição. E reconheço, mais, que tudo isso deve-se ao convívio com Dona Obsessão, essa moça que não larga do meu pé.

O Marcão, glorioso Marcão, escreveu, há pouco, comentando o texto “AINDA O BORGONOVI” – leia aqui – cheio de um estranhíssimo orgulho, a seguinte pérola:

“Opa!!

Sou precursor desse número. Já dormi em mais de trinta botecos diferentes e em TODAS as festas da agenda do samba e choro. Vejo que o Borgonovi vai pelo mesmo caminho.

Sabe tudo esse garoto!!!”

E eu, como sou preciso do início ao fim, e como nada escapa às lentes de minhas câmeras – digitais ou não – faço questão de dizer que eu vi, eu vi e é verdade.

Fiquem com essa imagem do Marcão.

É de 2000, durante a festa do V aniversário da “Agenda do Samba & Choro”.

E notem como o nosso Marcão dorme muito, mas muito, muito mais à vontade que o Borgonovi. O Borgonovi – que “sabe tudo”, quem diz é o Marcão – ainda tem muito o que aprender sobre a matéria.

Marcão, em 2000, no V aniversário da Agenda do Samba e Choro

Até.

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