Arquivo do mês: março 2017

03 DE MARÇO, NATAL RUBRO-NEGRO

O futebol é maior que a vida. É paixão e, como toda paixão, inexplicável. Hoje, 03 de março, os torcedores do Flamengo rendem homenagens a Arthur Antunes Coimbra, o Deus-Menino, o Galinho de Quintino, o maior ídolo da História do clube, data de seu nascimento e, justo por isso, assemelhada ao Natal.

Eu, que aos cinco anos de idade, em 1974, fui convertido justo pelas mãos do Zico, um menino ainda no início da carreira (como lhes contei aqui), me emociono a cada 03 de março o que, dirão os racionais, é uma insanidade.

Não é.

Quem viu o Zico jogar – eu vi, eu vi! -, quem viu o Zico deixar o Flamengo rumo à Itália, quem chorou cantando com Moraes Moreira, quem acompanhou seu retorno ao Brasil, quem freqüentou as velhas e surradas arquibancadas de concreto do Maracanã, sabe que é Natal.

Eu não me canso de dizer: viverei sabe-se lá mais quantos anos e não conseguirei, nunca, expressar com a precisão que me é companheira – ninguém mais preciso, do início ao fim, do que eu – a gratidão que tenho por seu José e dona Matilde, que trouxeram à vida o Galinho de Quintino. A gratidão que tenho pela própria Vida e seus enredos, que me fizeram estar no gramado do maior do mundo naquele primeiro de dezembro de 1974 (foto abaixo, a cabeçorra maior, à esquerda, é minha!). A gratidão que tenho pelo próprio Zico que, sem saber, evidentemente, converteu aquele menino, filho e neto de vascaínos.

chegada-de-papai-noel-dezembro-de-1974

O dia de hoje, pois, é um dia que me comove feito o diabo. Um dia em que choro à toa quando revolvo as lembranças que insistem em viver dentro de mim. Choro, ainda em 2017, porque (como lhes contei aqui), “os meninos não têm um único jogador brasileiro, jogando no Brasil, capaz de despertar tamanha paixão. Choro porque (… ) o dinheiro fala mais alto que tudo, e os meninos não querem mais o futebol de bola-de-meia, a bolinha de gude, o Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas o tênis mais caro, o jogo eletrônico mais moderno e votar no BigBrotherBrasil. Choro porque eu sou arremessado ao passado, abruptamente, e soluço de mãos dadas com o Alexandre, e minhas mãos tremem junto com as mãos dele, e eu enxugo minhas lágrimas com os dois braços, junto com ele.”.

Até.

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