Arquivo do mês: julho 2009

DO DOSADOR

* estive ontem ao lado de mais de 30.000 pessoas, no Maracanã, para ver a vitória de virada do Flamengo sobre o Atlético Mineiro por 3 a 1. O jogo foi, em tudo, perfeito, e desde muito antes de entrarmos no estádio – que jogo de futebol, meu poucos mas fiéis leitores, pra torcedor que se preze, começa muito antes do apito inicial. Às sete e meia da noite já bebíamos na concentração no Bode Cheiroso, na General Canabarro, comandado pela fabulosa Martha (ou seria Marta?). Eu, Bemoreira, Henrique, Tiago Prata, garrafas de Antarctica derrubadas (Leo Bemoreira Boechat chegou e primeiro e decidiu o rótulo), uma generosa porção de salaminho fatiado pelo Bigode e tomamos a direção do maior do mundo (será sempre, e para sempre, o maior do mundo). A idéia era garantir o tanque cheio durante os 90 minutos a seco, que ninguém pode ver futebol no estádio bebendo Itaipiva sem álcool. Qual o quê?! Encontramo-nos, nas arquibancadas, com Felipinho Cereal, que fora assistir a derrota de seu América para o Artsul por 2 a 1. Qual um cão perdigueiro, perserverante, ágil, atento e um grande farejador, Felipinho Cereal apareceu, nos primeiros minutos do primeiro tempo, com latas de Antarctica, geladíssimas, obtidas após uma fabulosa perseguição atrás de um vendedor portando uma suspeitíssima bolsa de plástico branco de onde pingava a água do gelo! Aliás, preciso lhes contar isso. Havia uma esquema incrível no estádio. Os vendedores de cerveja, todos, tinham rádios. Comunicando-se com eles, umas espécies de maitres espalhados estrategicamente a cada dois setores das arquibancadas indicando a posição da freguesia sedenta. O que nos garantiu, até o apito final, cerveja estupidamente gelada pelo mesmo preço da sem álcool. Decidimos, eu e Bemoreira, que levaremos o Felipinho a todos os jogos, pagando seu ingresso e os 10% do consumo;

* final do jogo e tomamos o rumo do Aconchego Carioca e depois do Petit Paulete, na Praça da Bandeira, onde comemoramos a vitória até pouco depois de uma da manhã. Praça da Bandeira, quero repetir. A praça não dá bandeira, como sugeriu Luciana Fróes, em lamentável e deselegante reportagem n´O GLOBO (onde mais?);

* eu gostaria de lançar, aqui, uma campanha cívica, uma cruzada nacional. Peço a todos vocês, meus poucos mas fiéis leitores, que procurem nas redondezas (mercados, supermercados, quitandas, delicatessens, o diabo!) por garrafas de Macieira, o Macieira Cinco Estrelas. Peço, mais, que perguntem pelo preço da unidade e pela quantidade disponível. Há um amigo meu, um queridíssimo amigo meu que me pede sigilo de sua identidade, precisando (o verbo foi usado por ele) estocar Macieira em casa. Rumores dão conta do fechamento da fábrica, pelo que urge atender ao necessitado. E-mails, por favor, por aqui;

* domingo, quero repetir, vai tremer a esquina da Pardal Mallet com Afonso Pena. Com Luiz Antonio Simas de volta (ele está pra chegar, leiam aqui) e com jogo do Flamengo no Maracanã às 16h, o dia promete;

* sugiro a vocês, por fim, que comprem a edição de amanhã do Jornal do Brasil. Este que vos escreve estará lá, no Caderno Idéias, com texto ilustrado pelo Stocker, criador do genial Tulípio (vejam aqui).

Até.

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ELE ESTÁ PRA CHEGAR

Luiz Antonio Simas, vocês sabem, está passeando em merecidas férias pelo nordeste brasileiro (não há outro nordeste para ele). O passeio, feito (é evidente) na doce companhia de sua companheira, uma mulher cândida do alto da cabeça à sola dos sapatos, lhe custou um bom dinheiro. Mas o que eu quero precipuamente lhes contar é o seguinte: Luiz Antonio Simas gastou mais com ligações para o Rio de Janeiro do que com a viagem, passagem aérea, hospedagem e o diabo. Sua saudade dá – eu sei que dá – até dor de dentes, nevralgia, febre, o escambau. Vamos a exemplos práticos.

Luiz Antonio Simas no BODE CHEIROSO em 28 de maio de 2009, fotografia de Felipe Quintans

Estava eu, no domingo retrasado, na companhia de Felipinho Cereal (iríamos, mais tarde, ao jogo São Cristóvão e America), na feira da Vicente Licínio. Oito da manhã e canta meu celular. Na tela, a fotografia reluzente da careca do Simas:

– E aí? Estão na feira?

Ao fundo, o muxoxo:

– Luiz Antonio, vamos ao Centro Histórico!

E ele:

– Já foram ao pastel do Bigode?

– Já, já!

– Compra um pra mim e despacha na esquina!

Desligamos.

Quarenta minutos depois, dá-se o mesmo:

– Já no Chico?

– Já, já!

A voz, ao fundo:

– Luiz Antonio, vamos, Luiz Antonio!

– Já pediram alguma coisa pra comer?

– Salaminho!

– Hummmmm… – e eu podia ver-lhe os beiços úmidos pedindo uma fatia.

Eis que passaram as semanas e o negócio continuou (só durante o jogo São Cristóvão e America foram – o quê?! – quatro, cinco ligações pra saber o placar!). Estamos agora a menos de 24 horas de sua chegada e os testemunhos são unânimes: Luiz Antonio Simas ligou dezenas, centenas de vezes para os amigos a fim de aplacar a saudade que fez de sua viagem uma duna de tristeza e um lençol de amargura (o ápice da viagem seria, dizia seu roteiro, a visita aos Lençóis Maranhenses, mas ele foi um homem carente da esquina da Pardal Mallet com Afonso Pena desde o instante do embarque, no Galeão).

Domingo, então, anuncia-se uma mesa de peso naquela sacrossanta esquina. Os ânimos estão exaltados, exaltadíssimos, e um leitor, a quem sequer conheço, parece que antevendo a gloriosa manhã de domingo na Tijuca, escreveu-me dizendo apenas “me chama, me chama, me chama”, como se fosse um Lobão por e-mail. Ora, vá plantar batatas (e peço perdão a vocês, meus poucos mas fiéis leitores, mas era preciso o desabafo público, eis que não me dei ao trabalho de responder à mensagem do inconveniente)!!!!!

Antes de terminar, duas palavrinhas.

Duas, não. Três, três.

Quatro, quatro! Anotem aí:

01) assisti ontem, com uma tremenda vontade de estar lá, ao jogo entre Palmeiras e Fluminense debaixo de um toró tremendo (escrevi toró e lembrei-me, triste, do jogador do meu Flamengo, que sequer chuvisca). Fui palestrino da cabeça aos pés e gostei de ver mais uma vez o Fluminense perdendo, comandado pelo histérico Renato Gaúcho (uma espécie de Heloísa Helena do futebol);

02) vou ao Maracanã hoje apenas e tão-somente para gritar, até ficar rouco, o nome de Andrade, um rubro-negro maiúsculo. A diretoria do Flamengo, empenhada, como sempre, em afundar o mais querido, quer trazer o Geninho (parece) para dirigir a equipe. Lamentável;

03) sexta-feira que vem, dia 07 de agosto, o PSOL retoma suas atividades de sexta-feira no Buraco do Lume. Eles estão de recesso. Nós, não;

04) recomendo, vivamente, o vídeo exposto pelo Andreazza, presença confirmada na mesa de domingo, em seu Tribuneiros (aqui).

Era isso.

Até.

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A INVASÃO PALESTRINA

Atentem para o que vou lhes dizer. Em 07 de novembro de 2008, escrevi Palmeiras: um fenômeno no Rio, leiam aqui, texto que fez (ainda faz) gigantesco sucesso gerando, até o presente momento, 56 comentários (dez vezes mais que a média de público de qualquer debate político [eles não fazem comício] promovido pelo PSOL). Tratava do fenômeno da proliferação aguda de torcedores do Palmeiras na cidade do Rio de Janeiro. Em 12 de dezembro do mesmo ano, e sobre o mesmo tema, escrevi Provas cabais, leiam aqui. Em 21 de dezembro, escrevi Provas cabais, repetindo o nome e o mote, leiam aqui. E em 08 de maio de 2009 tornei a publicar novo texto com o mesmo nome e mesmo mote, Provas cabais, leiam aqui. Pois bem. Feito o intróito, vamos aos fatos.

É sabido e consabido que em 1976 houve, aqui no Rio, a chamada invasão corinthiana. Para a disputa da semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano milhares de torcedores do Corinthians atravessaram a Dutra em centenas de ônibus fretados e tomaram o Maracanã de assalto (o que não chega a ser uma graaaaande vantagem, já que a torcida do Fluminense está para o futebol assim como o PSOL para a política: um permanente fracasso de público). Mas houve, é fato, a invasão corinthiana.

Disse isso tudo para lhes contar o seguinte.

O Buteco do Edu registrou ontem, 28 de julho de 2009, um recorde.

Breve pausa.

Escrevi 28 de julho de 2009 e lembrei-me que no sábado passado, 25 de julho, comemorou-se, pela primeira vez, aqui no município do Rio de Janeiro, por obra, graça e iniciativa de um vereador do PSOL, o Dia Municipal da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha (vejam aqui). Não me consta que o autor da importantíssima lei tenha promovido qualquer festa (o PSOL adora festa) para dar algum sentido à sua iniciativa. Se alguém souber de alguma coisa, por favor, avise-me por aqui. Volto ao tema de hoje.

A que se deveu – eis o que queria lhes contar desde o início! – o fenômeno?

A torcida do Palmeiras, a massa palestrina, literalmente invadiu o balcão virtual do Buteco e cravou o recorde absoluto de visitas num só dia (os contadores têm mecanismos fabulosos de rastreamento das visitas!). Houve muitos comentários aos textos a que me referi no primeiro parágrafo do texto de hoje e eu fiquei – confesso – feliz com o troço.

Eu, que jamais escondi de vocês a simpatia que tenho pelo Palmeiras, muito por conta do homem da barba amazônica, Fernando José Szegeri, um dos maiores palestrinos do Brasil (vejam aqui que eu me fantasiei de Fernando José Szegeri no Carnaval de 2007, com a camisa do Palmeiras, e na foto estou ao lado do palmeirense Fernando Borgonovi e do corinthiano Julio Vellozo).

A ele, Fernando José Szegeri (encho a boca para lhe dizer o nome), a Fernando Borgonovi, aos palestrinos da família Tirone, a Marcus Gramegna, ergo o copo num brinde confessando que me invade uma vontade absurda de embarcar pra São Paulo, hoje ainda, para ver Palmeiras e Fluminense ao lado deles.

E me permitam: Obina, Obina, Obina! Assim mesmo, três vezes.

Até.

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>A EMOÇÃO DO ANDRADE

>

Quando o árbitro apitou o final da partida Santos 1 x 2 Flamengo, na Vila Belmiro, no domingo passado, lembrei-me primeiro do Gordo, o único santista que conheço (conheçam o Gordo, aqui). Depois, imediatamente depois, fui arremessado ao passado diante da imagem do Andrade, o Tromba (que era como o inesquecível Jorge Cury o chamava), craque rubro-negro do eterno timaço campeão do mundo em 81 e hoje técnico interino do Flamengo (fica, Andrade, fica!!!!!), chorando olimpicamente diante das câmeras.

Por que chorava, o Andrade?

E por que choro eu, agora, lembrando-me das lágrimas do Andrade?

Disse, o cracaço, à imprensa, que dedicava a vitória ao goleiro rubro-negro Zé Carlos, morto dias antes. Chorava, portanto, de saudade do companheiro. Mas chorava também, digo sem medo do erro, por conta de seu rubronegrismo incontestável, por conta da quebra da escrita consignada naquela vitória de virada no campo do Santos, por conta de seu êxito, e do time, em meio à tanta podridão na Gávea – e há tantos anos.

O choro do Andrade foi o retrato da anti-CBF, da anti-FIFA, da anti-diretoria do Flamengo, nas mãos de Kléber Leite, de Plínio Serpa Pinto, de Michel Assef, de outros tantos que, à moda dos coronéis que não largam Brasília por nada, vivem e sobrevivem às custas de manobras escusas à frente do mais querido do Brasil.

A pergunta de sempre: como pode o Flamengo, o clube com mais torcedores no Brasil (de longe, de longe!), viver na penúria, de pires na mão como o ceguinho da rua do Ouvidor???, apud Nelson Rodrigues.

O choro e a emoção do Andrade representam um alento pra alma dos torcedores apaixonados que querem do Flamengo apenas as vitórias, as conquistas e as glórias – não a subsistência e o meio de vida.

Ele, Andrade, que foi responsável por uma das minhas maiores alegrias de torcedor. Corria o ano de 1981, dia 08 de novembro, e eu estava lá, 12 anos de idade, nas arquibancadas do Maracanã assistindo Flamengo e Botafogo, e sem entender o por quê daqueles possessos à minha volta gritando “queremos seis!” depois do quarto gol, aos 39 do primeiro tempo. Só fui entender durante o intervalo, ouvido grudado no radinho de pilha, quando soube do 6 a zero imposto pelo Botafogo nove anos antes. Vingança, era o que queria a torcida. Vingança, foi o que passei a desejar com ares de santo, eis que a vingança, o ódio, a raiva, são sentimentos santos no estádio de futebol.

E veio o quinto gol e o Maracanã transformou-se numa catedral de concreto, os fiéis contritos, a fé cega, a insanidade luminosa em cada olho rútilo, em cada lábio trêmulo, em cada baba elástica pendendo dos rostos tensos, em cada promessa feita com as mãos postas e de joelhos (não se preocupem, eu não enloqueci, é que Nelson Rodrigues está fumando na sala).

Aos 42 minutos do segundo tempo, Andrade toca para Adílio, este para Lico, Lico de volta para Andrade, que então abriu para Adílio pela esquerda. Adílio cruzou, Zico ganhou o mano a mano com Jorge Luiz e a bola sobrou limpa para Andrade. O camisa 6 bateu forte, inapelavelmente de primeira, na veia (e corria em suas veias o sangue de todos os rubro-negros presentes e ausentes, vivos e mortos), e marcou o gol histórico que explodiu o estádio – e foi um Deus nos acuda!!!!!

Anos depois, durante o lançamento do belíssimo livro FLAMENGO UMA EMOÇÃO INESQUECÍVEL, estendi a página pro Andrade, eu já de olhos marejados, e disse:

– Assina esse gol pra mim, Andrade.

Meus poucos mas fiéis leitores, eu juro. Andrade abriu o berreiro, tomou a caneta de minhas mãos, ambas trêmulas, e assinou aquele que foi, sem dúvida, um dos mais impactantes momentos de minha vida de torcedor.

do livro FLAMENGO UMA EMOÇÃO INESQUECÍVEL

Rezei, no domingo passado, cheio de fé, para que suas lágrimas se transformassem num maremoto capaz de varrer das pedras pisadas do cais rubro-negro os corais e os sargaços que ferem nossos pés de fiéis em cada procissão, que cada jogo é um auto de fé.

Fica, Andrade! Fica!

Leiam (e vejam o vídeo), também, FLAMENGO E EU DE CALÇAS CURTAS, aqui.

Até.

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>NAVALHA

>

Na sexta-feira passada (que não era da Paixão), mostrei a vocês, meus poucos mas fiéis leitores, a faixa SONHO DE CARAMUJO, na voz de João Bosco, fruto da minha parceria preferida (de longe, de longe!), João Bosco e Aldir Blanc, gravada no mais recente trabalho do João (aqui).

É com imensa alegria que publico, hoje, a letra, e disponibilizo o áudio de mais uma pérola dos dois.

Aldir é mesmo o maior, um monstro, um bruxo. A canção tocará fundo, tenho certeza, no peito de todos aqueles que, como eu, são escravos dos raios de luz que dão graça e dor, na mesmíssima medida, às nossas vidas.

http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=8007591-074

“Teu sorriso é uma navalha
que abre o meu coração.
O sangue pelo peito
é do Cristo na Paixão.

Aí eu fui crucificado
nos cravos do seu amor.
Não, não me lembro de outra coisa
que me causasse tanta dor.

Mesmo pregado na cruz
sinto falta da navalha.
Sou escravo, Deus me valha!,
daquele raio de luz…”

Até.

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>SONHO DE CARAMUJO

>

Quando o BUTECO entrevistou o João Bosco, em 16 de março de 2007, leiam aqui, ele nos contou, dentre tantas e tantas histórias (a entrevista é imperdível, modéstia à parte), que havia acabado de compôr, depois de muitos anos de afastamento, um samba novo com Aldir Blanc. Abaixo, reproduzo o trecho da entrevista em que o João menciona a retomada da parceria:

JB: 13 pontos é sagrado! Loteria Esportiva são 13 pontos, são 13! Eu ganhei um dinheiro compatível com a compra de um apartamento de dois quartos no Jardim Botânico, naquela época! Eu! Metade. Quer dizer que a outra metade também… Então aquele dinheiro daria pra comprar um apartamento de quatro quartos (todo mundo ri)!!! Mas por razões pessoais eu não posso dizer aqui porque é que eu e Paulinho não alardeamos essa notícia e nem fizemos um samba falando disso… (todo mundo ri, João ri muito…). Só jogamos uma vez e ganhamos uma vez! Fizemos um triplo no Vasco e Flamengo, foi a primeira coisa que a gente resolveu na hora de marcar o cartão, que foi pago com cheque, que estávamos duros, o cara fechando a loja… Embaixo do Cine Veneza… O cara fechando a loja e o Paulinho pedindo pra aceitar o jogo… Dois triplos, só! Pagamos o dobro da aposta mínima… 13 pontos! Paulinho pagou em cheque e eu fui pra Cuba com Chico Buarque, Djavan, fui participar do Festival de Varadero… Passamos 15 dias em Cuba. No primeiro domingo, Paulinho em casa, 1, 2, 3, 4, 5, 12, 13, caralho! E eu ainda tinha mais sete dias em Cuba. O cartão tava em nome da minha mulher, que na hora que a gente jogou eu disse “Não bota o meu”… Eu só me dou na música, no jogo eu não tô com nada. Paulinho não quis o dele, não quis o da Lila, mulher dele… Eu falei “Bota no nome da Ângela!”… E a gente em Cuba, o Paulinho pirou!!!!! Foi uma grana, bicho, muito legal… Agora, fazer 13 pontos com Paulinho da Viola é fazer 13 pontos duas vezes! E agora eu quero fazer um disco assim, tocando… Tem um samba novo do Aldir comigo nesse disco chamado “Sonho de Caramujo”…

EG: Tá pronto?

JB: Pronto!

EG: Mostra aí!

João pega o violão, afina, começa a cantar “Sonho de Caramujo”, a mais nova parceria com Aldir Blanc.

JB: Ele sonhou comigo… “Sonho de Caramujo”… E eu morava dentro do violão… Eu musiquei o sonho dele… E o tom desse samba remete aos puxadores da antiga, né? Tá sempre no limite… (canta de novo)… Porra… “caramujo musical”…”

Tenho a sorte e a graça de ser amigo de ambos. Na semana passada, depois de já ter ouvido a gravação de SONHO DE CARAMUJO, uma das 13 faixas do absolutamente imperdível disco NÃO VOU PRO CÉU MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO (verso tirado da genial letra do Aldir), estava eu no CAFÉ GAÚCHO na gloriosa companhia de Leo Boechat (que estava na entrevista comigo, hoje meu compadre – sou padrinho da Helena!!!!!) e Luiz Carlos Fraga quando bati o telefone pro João, que não me atendeu.

Anteontem à tarde, tendo acabado de chegar da Alemanha, o João me retornou a ligação. Pude, então, dizer a ele de minha profunda satisfação e emoção, que divido com vocês, agora.

Ouçam, meus poucos mas fiéis leitores, SONHO DE CARAMUJO, a letra está abaixo.

http://www.divshare.com/flash/playlist?myId=7983394-853

“Nem menino eu era garotinho
Vivia adulto sozinho
Eu nunca fui aonde eu ia
Andava em má companhia
Entrava no livro que lia e fugia

Neguinho me vendo em Quixeramobim
E eu andando de elefante em Bombaim

Cumpri o astral de caramujo musical
Hoje eu gripo ou canto
Não vou pro céu, mas já não vivo no chão
Eu moro dentro da casca do meu violão”

E esse violão, e esse violão?!

Até.

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MACONHEIRO COM MUITO ORGULHO

O que vocês acham de alguém que se diz maconheiro com muito orgulho e com muito amor (pior, que sai marchando cantando isso por aí)????? Eu não sei se vocês se lembram do texto O SUCESSO DO PSOL (vejam aqui), no qual publiquei uma foto sensacional retirada do site do deputado federal Chico Alencar e na qual aparece Renato Cinco, dica que me foi dada pelo tijucano máximo Luiz Antonio Simas. Pois bem. Vejam a pérola que achei no YouTube, onde o BUTECO lançou seu primeiro filme, A CÚPULA DO PSOL, leiam e vejam aqui.

Antes de clicarem no play, tirem as crianças da sala.

Há que se ter atenção para a ciranda que abre o filme (notem a quantidade de bolsinhas a tiracolo, bem hippies!), para a marcha de piolhentos numa estrada sem movimento (lembrei-me dos defuntos marchando no filme THRILLER, de Michael Jackson), para o desfile dos bobos cantando “eu sou maconheiro com muito orgulho, com muito amor” (idem, idem, idem), para o homem da perna-de-pau em meio a um desfile de celerados e para a cena da panfletagem do ativista do PSOL durante a marcha da maconha.

Tsc.

Se você percebeu mais alguma coisa estranha no filme (notem a moça que, o quê?!, toma banho, cata lixo, lá atrás do protagonista, e como esse povo gosta de um pilotis!), solte o verbo no balcão!

Até.

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GRANDE BILHETERIA!!!!!

Sem contar as visitas diretas ao blog (que não são computadas pelo You Tube), quase 300 pessoas já viram, em menos de uma semana, o primeiro filme produzido pelo Buteco, aqui. Engrosse a bilheteria!

Até.

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PINGOS NO IS

Vejam bem, meus poucos mas fiéis leitores, que o troço por aqui anda fervendo. Anda fervendo e tem gente que está perdendo a linha, o prumo, o rumo e é preciso que eu, dono do pedaço (o único no qual apito), diga uma meia-dúzia de palavras ao menos para que fique consignado (estou advogadíssimo hoje) o que é a verdade que me vai na alma. Não será possível, em razão do tempo, já que parto em brevíssimo para Armação dos Búzios a trabalho, pôr pingo em todos os “is” como eu gostaria. Mas vamos lá.

Escrevi o texto Lênin vai ao samba, um tremendo sucesso (recorde de e-mails recebidos por este que vos escreve), leiam aqui, e um leitor, Carlos Renato, a quem não conheço (o que dá ainda mais autenticidade à minha resposta), errou feio na mão quando criticou, de forma deselegante (pra dizer o mínimo), a Cristina. Citada na crônica dentro de um contexto que não convém explicar, a Cristina merece todo meu respeito, razão pela qual falei grosso quando respondi ao leitor.

Não fosse assim e eu não teria rasgado elogios a ela e ao grupo que a acompanha mais recentemente, leiam aqui, aqui e aqui.

Mas neguinho não entende nada, não tem senso de humor, e dá-se a confusão que resulta, por exemplo, no infeliz comentário a que me referi anteriormente.

Vamos ao PSOL.

Um ativista (mais de um, mais de um) tem dito por aí que eu não presto. E por que? Apenas porque o PSOL passou a ser alvo de minhas histórias, alvo de minhas críticas (tão bem humoradas quanto, na visão estrábica dos ativistas do PSOL, a exposição do presidente do Senado com orelhas de Mickey no Buraco do Lume), só por isso. Falta-lhe o humor e sobra, vê-se, a raiva odiosa (de propósito, de propósito) que tanto caracteriza o PSOL.

E vamos, por fim, à Portela.

Recebi um telefonema, na noite de domingo, de um portelense tão histórico e tão antigo quanto a águia. Disse-me ele, sério, comendo um ovo cozido (eu ouvi, pelo telefone, o som da casquinha do ovo sendo retirada):

– Edu, não fique falando mal do Picolino e do Colombo, pô! Eles são históricos portelenses!

Eu faço a pergunta em alto e bom som: e eu falei mal deles?!

Como diria Leonel de Moura Brizola… francamente!

É como diz, sabiamente, como sempre, o homem da barba amazônica: quando você precisa explicar a piada, é preferível o silêncio.

Até.

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ONTEM EM FIGUEIRA DE MELO

Este que vos escreve, meus poucos mas fiéis leitores, esteve ontem à tarde no estádio do São Cristóvão, em Figueira de Melo, na portentosa companhia de Felipinho Cereal, o pequeno grande homem na sábia visão do homem da barba amazônica para assistir à peleja entre São Cristóvão e America. Fomos convidados – e faço aqui o agradecimento público – por Tande Biar, freqüentador assíduo do balcão do Buteco. Ainda durante esta semana, havendo tempo (a semana promete assoberbamentos olímpicos), lhes contarei sobre a monumental tarde que passamos ali, desde a chegada aos arredores do estádio até a partida em direção ao Bar do Marreco, para a saideira. Com direito à panfletagem do PSOL na entrada do estádio (o maior público presente a um de seus tantos manifestos), jukebox no máximo volume numa birosca ao lado do campo (antes e depois do jogo), e – glória das glórias eternizadas pela lente de Jorge William, vejam abaixo – um ensandecido Felipinho pendurado nas frágeis grades do clube preto e branco da zona norte da cidade (notem, leitores, que em aguda oposição à manifestação do pequeno espanhol, estou do seu lado direito, em pé, assistindo placidamente ao segundo gol do América).

Felipinho Cereal, em foto de Jorge Willian, publicada em O GLOBO de 20 de julho de 2009, durante o jogo São Cristóvão e América, em Figueira de Melo, em 19 de julho de 2009, Eduardo Goldenberg à sua direita

Até.

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