Arquivo do mês: agosto 2010

MEMORABILIA DO MARACANÃ – PARTE I

Inauguro hoje uma pequena série de textos que pretende construir uma espécie de memorabilia particular envolvendo minhas reminiscências do Maracanã, o gigante de concreto, o Mário Filho, gigante erguido para a Copa do Mundo de 1950, quando a Copa do Mundo não era o templo dos ladravazes que, 60 anos depois, depõem contra – valendo-me da imagem que meu mano Bruno Ribeiro cravou dia desses – esse sagrado assentamento às margens do rio que lhe deu o nome, contruído por mais de 10.000 operários desconhecidos, a quem rendo minhas homenagens. A Copa do Mundo não era o templo dos ladravazes e nem o mundo era essa imitação burlesca da vida que oprime o homem. O que essa escumalha pretende fazer com o Maracanã é, no mínimo, crime de lesa-pátria. Dirão os idiotas da objetividade de sempre – e penso aqui com os meus botões cada vez mais estufados o que diria Nelson Rodrigues diante dessa ignomínia – que o estádio irá apenas se adaptar às imposições da modernidade, troço inevitável. E eu, múmia do alto dos meus quarenta e um anos de idade, direi “cáspite” no focinho de cada um. Falei em Nelson e o paralelo me parece óbvio: se o Fla x Flu começou quarenta minutos antes do nada, o aquecimento dos bravos tricolores e rubro-negros esclados para o jogo seminal deu-se no gramado telúrico do Maior do Mundo, monstro azul e branco que antecede o nada.
imagem do Maracanã em obras
Inauguro a série falando de um Flamengo e Vasco. Tinha eu 9 anos de idade e fiz, ali, naquele 03 de dezembro de 1978, minha estréia em jogos decisivos. Antes, porém, um breve intróito. Tinha – confesso – certo medo do Maracanã. Enquanto meu avô materno era vivo, uma história era recorrente. Dizia ele, sempre com olhos distantes e marejados que eu só enxergo agora:

– Nunca mais piso no Maracanã… Depois daquele Brasil e Uruguai, de 50, nunca mais…

A história era confirmada e ganhava contornos de tragédia com a ciciante ladainha das tias, de minha avó e minha bisavó: meu avô Milton foi literalmente carregado pra casa no final da noite daquele 16 de julho por um de meus tios-avós, seu cunhado, largado e perdido às margens do rio Maracanã, impactado pelo gol que ainda hoje machuca a alma brasileira. E vovô dizia – façam uma idéia do efeito da frase para uma criança – sempre:

– Cuidado com o Maracanã, meu filho…

Pois fui ao jogo levado pelas mãos de meu pai e na companhia de meu irmão do meio. Eu, rubro-negro. Os dois, vascaínos. Seria a disputa do segundo turno do campeonato carioca de 78, o primeiro vencido pelo Flamengo. Um simples empate daria ao Vasco o direito de disputar o título do estadual contra o Flamengo.

Mais de 120.000 pessoas sem NENHUM conforto (com a ênfase szegeriana) aguardavam o apito inicial – o árbitro era o meia-boca José Roberto Wright. Participaram da batalha, pelo Flamengo, Cantarelli, Toninho, Manguito, Rondinelli e Júnior; Caperggiani, Adílio e Zico; Marcinho, Cléber, depois Eli Carlos, e Tita, depois Alberto, os comandados do técnico Cláudio Coutinho. Pelo Vasco da Gama, Leão, Orlando, Abel, Gaúcho e Marco Antônio; Helinho, Guina e Paulo Roberto; Wilsinho, depois Paulo César, Roberto e Ramon, depois Paulinho, comandados pelo legendário treinador Orlando Fantoni.

Guardo – e como lhes provarei que de fato guardo? – as sensações daquele dia em mim. O tumulto pra entrar no estádio, como romanos no Coliseu em dia de combate, os cântigos de guerra sacralizados por palavrões entoados em homilia coletiva, a disputa selvagem pelo melhor lugar ao sol, os milhares de rádios de pilha ligados na voz inconfundível de Valdir Amaral (foi quem narrou o gol), a energia contagiante dos geraldinos, os bares abarrotados de torcedores em busca de cerveja, vendedores de mate em galão, cachorro-quente, filas intermináveis nos banheiros fétidos – quem quer higiene em banheiro de estádio, porra?! -, ambulantes vendendo faixas de campeão para os dois times, e eu – eis a mais aguda confissão que faço – com medo de repetir ali, guardadas as proporções, o drama de meu avô:

– Se o Flamengo perder eu nunca mais venho ao estádio. – e eu imagino o dilema no coração de meu velho pai experimentando uma angústia de filho que eu não vou conhecer.

Pois foi ali, meus poucos mas fiéis leitores, no Maracanã, que vi Antonio José Rondinelli Tobias, o Deus da Raça, saltar como um bólido em direção à bola alçada na área pelo Zico, improvável cobrador daquele escanteio a poucos minutos do final do jogo, pra fazer morrer nas redes minha mais romântica e atrevida jura de torcedor.

gol de Rondinelli, Flamengo x Vasco, 1978

O que se segue, é hilário. Meu pai – puto dentro das calças – tomou a direção da saída me arrastando com indisfraçável ódio, não de mim, é claro. Eu gemia:

– Deixa eu ver, deixa eu ver!

E eu nunca – nunca! – vou me esquecer dos gritos de “é, campeão!” que eu não pude acompanhar de perto. Papai, que levava numa das mãos meu irmão do meio e na outra a mim, não me deixou ver a entrega da taça, das faixas, a volta olímpica. Se naquele momento investi-me de raiva contra o velho hoje compreendo que a força-motriz de seu gesto intempestivo é a que move o torcedor que vai à campo pra ver seu time jogar.

ingresso do jogo final, imagem retirada do site www.flamengo.com.br

Fecho, hoje, esse primeiro texto da série, com uma homenagem a todos os corinthianos que me lêem, na pessoa de Claudio Yida Jr., Julio Vellozo, Leonor Macedo e Stefania Gola, pelo centenário do Corinthians. Falei da lenda que cercava meu avô e preciso lhes contar outra.

Papai, quando eu era criança, sempre com os olhos esbugalhados, dizia com relação à famosa invasão corinthiana de 1976, no Maracanã, contra o Fluminense:

– Você não faz idéia do que fizeram os corinthianos no Rio de Janeiro em 1976…

E danava de contar sobre a festa preto-e-branca que se abateu por aqui.

Até.

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NOJO DE ARNALDO JABOR

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>DO DOSADOR

>

* O BUTECO viveu, na sexta-feira passada (e no sábado, no domingo, e ainda sente os respingos disso nesta segunda-feira…), um boom de visitas motivadas por um link para cá direcionado postado num portal de notícias, o R7. Mais de 5.000 visitantes únicos – recorde absoluto! – passaram por aqui e ficaram sabendo do episódio envolvendo a retirada, por parte de Cora Rónai, de texto relatando um episódio passado na noite carioca (leia aqui). A imagem abaixo – o único registro que consegui – prova que, de fato, Cora Rónai dobrou-se à força sabe-se lá de quem e não apenas retirou o texto publicado em seu blog do ar. Pior, muito pior que isso, deixou seus milhares de leitores sem qualquer satisfação.

prova de que Cora Rónai publicou, e retirou, notícia envolvendo Jayder Soares

Muita gente me perguntou se eu não deveria temer o que provavelmente Cora Rónai temeu quando fez o que fez. E respondo a todos, agora, publicamente: não, não devo. E por uma simples razão. O “estardalhaço” – vá lá – que fiz nada tem a ver com Jayder Soares ou com quem (ou quê) quer seja. Minha indignação, força motriz da publicação de meu texto, foi justamente por conta da postura da jornalista;

* quero fazer o alerta que diversas pessoas já estão fazendo: um dos gargalos das eleições de 03 de outubro será a regra que obriga o eleitor a comparecer à sua zona eleitoral portando dois documentos – o título de eleitor e documento de identificação com foto. A regra, imposta pelo TSE, me parece um retrocesso e uma espécie – vá lá – de golpe branco. É evidente que o eleitor mais humilde, com menos acesso à informação, será o mais prejudicado. E temo que a massa de eleitores impedidos de votar seja grande. Todo cuidado é pouco e todo alerta será pequeno diante da gravidade da coisa. Tenho feito meu papel. Falo sobre isso com todos, onde quer que eu esteja. Faça você também a sua parte. Assim, sem dúvida, contribuiremos para que seja ínfimo o impacto dessa medida;

* as campanhas avançam, estamos há pouco mais de um mês das eleições e o que podemos verificar, fuçando a grande rede, é uma tendência aguda – e lamentável – em direção ao baixíssimo nível da campanha tucana, desesperados que estão, os homens do PSDB, com a realidade dos números das pesquisas. Aqui, no site da professora Maria da Conceição Carneiro Oliveira, podemos verificar – vejam a imagem abaixo – a que ponto pode chegar a baixeza dos eleitores de Jose Serra. Se não é possível, efetivamente, responsabilizar diretamente o candidato por conta da postura de seus eleitores, podemos, efetivamente, saber quem são, como pensam e como agem aqueles que querem ver Dilma Rousseff derrotada.

imagem divulgada por partidários do PSDB

Um desejo tucano – covenhamos – cada vez mais distante;

* se a realidade aponta para uma vitória acachapante de Dilma Rousseff no primeiro turno (num improvável segundo turno a vitória me parece garantida), isso não pode significar, em hipótese alguma, arrefecimento dos ânimos da militância. Ao contrário, deve significar um empenho cada vez maior, até o dia 03 de outubro, para que a vitória seja, de fato, acachapante. Mais que isso, o eleitorado que parece já ter feito sua escolha – Dilma Rousseff – precisa se empenhar na eleição de deputados federais e senadores afinados com o discurso do PT e dos partidos que compõem a base da coligação que apóia a candidata. Aqui no Rio de Janeiro, vemos excrescências como Jair Bolsonaro, que em 2008 (e como é pouco visto o inacreditável vídeo, aqui…), dirigindo-se a ativistas em prol da defesa dos direitos humanos, pediu silência e disse “o grande erro foi torturar e não matar, fodam-se!, fodam-se!”, com chances de se eleger. Candidatos do DEM que significam o que há de pior em matéria de atraso com chances de se eleger. Mais que nunca – e por mais que soe piegas a expressão – é preciso votar consciente para que alarguemos a bancada da esquerda visando um governo menos sujeito à desfaçatez da direita mais raivosa e odiosa.

Até.

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MEU ENCONTRO COM OS BRIZOLA

Quem me lê por aqui sabe e quem segue o BUTECO DO EDU no TWITTERaqui – também sabe quem são meus candidatos nas próximas eleições: sabe que vou de Dilma Rousseff (13) para presidente do Brasil, de Brizola Neto (1234) para deputado federal e de Cidinha Campos (12212) para o cargo de deputado estadual. Sabe, mais, que eu tive o prazer de me encontrar, pessoalmente, e recentemente, com Cidinha Campos (aqui). A primeira vez na rua do Rosário e a segunda quando ela, gentilmente, recebeu-me em seu gabinete na ALERJ. Pois ontem – é o que quero lhes contar hoje – pude estar no escritório da campanha do deputado federal Brizola Neto. E devo esses encontros à grande rede, às redes sociais, que com intensa força demarcam territórios, unem afinidades e arrancam as máscaras dos calhordas de sempre. Alguns e-mails trocados ao longo da semana passada com Leonel Brizola Neto (vereador pelo PDT e irmão do deputado federal Brizola Neto) e acertamos para ontem, às 15h, nosso encontro.

Quem me lê sabe, também, da admiração (e da saudade) que sinto por Leonel de Moura Brizola, brasileiro máximo, político maiúsculo, protagonista das mais importantes lutas do povo brasileiro em seu tempo e de quem falo, com freqüência, por aqui. Há muito acompanho o trabalho de Brizola Neto, neto do velho caudilho, em Brasília. Há muito tenho como certo que o DNA do meu eterno e saudoso governador corre no sangue que corre nas veias de Brizola Neto, que começou sua carreira política acompanhando o avô, profundo conhecedor e ardoroso defensor das causas que importam para o bem do povo brasileiro.

Pois ontem estive lá, com eles, dois netos do velho Brizola. Tive o imenso prazer de ser recebido pela equipe de Brizola Neto, pelos responsáveis pela edição de seus dois excelentes blogs – o BRIZOLAÇO (aqui) e o TIJOLAÇO (aqui) – de conhecer pessoalmente o jornalista Fernando Brito, assessor de imprensa durante muitos anos de Leonel Brizola, e conversamos muito, e falamos muito sobre muitas coisas, e relembramos importantes momentos da história política brasileira, rimos e – até – nos emocionamos diante da perspectiva que vivemos, hoje, de ajudar na condução do Brasil que queremos. Brizola Neto está com 31 anos – um garoto diante da múmia que vos escreve! – e impressiona pela maturidade com que trata dos assuntos que a mim também interessam, razão pela qual receberá, com declarado ânimo, meu voto no próximo dia 03 de outubro.

Brizola Neto é, também – e isso vocês sabem -, um ardoroso soldado na luta pela eleição acachapante de Dilma Rousseff, gaúcha como ele e seu avô, fundadora do PDT gaúcho e ela também uma entusiasta de sua atuação como deputado federal. É emocionante ver Dilma Rousseff, no vídeo abaixo, dizendo que apóia, incondicionalmente, a candidatura de Brizola Neto por tudo o que ele representa em “nome do passado, do presente e do futuro”, dizendo ao final:

– Continua brigador, hein?!

Por todas essas razões, divido com vocês minha alegria pelo encontro de ontem. Não vou aqui – por falta de autoridade para tal – “pedir” o seu voto, eleitor do estado do Rio de Janeiro que me lê, para Brizola Neto, número 1234. Mas vou – e faço isso com indisfarçável orgulho – pedir sua atenção para Brizola Neto. Há – é sabido – diversos candidatos ao cargo de deputado federal capazes de não envergonhar seu eleitor. Mas há apenas um com a marca da luta de Leonel de Moura Brizola no sangue. Há apenas um em comunhão absoluta, resoluta e inflexível com os ideais de Leonel de Moura Brizola. Há apenas um – por evidente – que merecerá meu voto e minha integral torcida por êxito permanente no bom combate.

Brizola Neto, Eduardo Goldenberg e Leonel Brizola Neto, 26 de agosto de 2010, Rio de Janeiro, RJ
Como dizia seu avô, vou com ele, “ombro a ombro”, para mais um mandato que manterá sob a melhor guarda os interesses do povo brasileiro e da pátria livre.

Até.

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A CORAGEM DE CORA RÓNAI

Reproduzo hoje, na íntegra, o texto publicado no blog DE OLHO NA CAPITAL, de Cesar Valente, que pode ser lido aqui. E o faço, na íntegra, pois tenho muito pouco – ou nada – a acrescentar ao que ele disse, a quem não conheço – diga-se. Prestem atenção ao relato, muito bem feito e cronologicamente perfeito. A jornalista (?!) Cora Rónai, a mesma que já disse que “Por ser um país desenvolvido cercado de vizinhos em diferentes estágios de “civilização”, Israel paga, guardadas as devidas proporções, o preço que a classe média paga, no Brasil, em relação às comunidades carentes” e “Cariocas, recortem esta foto. Guardem. Os que querem emagrecer podem até colar na porta da geladeira, porque dá engulhos e tira o apetite. Mas, sobretudo, lembrem-se dela no dia das eleições. É isso que dona Dilma acha que o Rio merece.” (relembrem aqui e aqui), fez publicar em seu blog, há poucos dias, uma denúncia contra Jayder Soares, o todo-poderoso da GRANDE RIO. No dia seguinte – o relato abaixo é preciso – retirou o texto do ar a pedido de uma amiga, amicíssima do todo-poderoso. E dando demonstração ainda mais aguda de sua covardia, retirou, depois, a desculpa esfarrapada que havia dado publicamente. Como disse Carlos Andreazza, aqui, “Cora Rónai que – valente… – publicou ontem, no blogue que mantém, uma carta-acusação bárbara contra um bicheiro poderoso para, logo em seguida, depois de receber um telefonema de uma promoter-socialite amiga [e íntima do contraventor…], afinar e retirar o texto do ar. É como digo: certo jornalismo deve ser mesmo estimulado a escrever sobre gatinhos e capivaras.”. Corroboro. Eis o relato de Cesar Valente:

“O relato que vocês lerão abaixo é estarrecedor. Acaba de ser enviado aos principais colunistas cariocas, porque o fato aconteceu no Rio de Janeiro. Revela, com sua crua simplicidade, a situação de abandono de uma das cidades mais fascinantes do mundo e demonstra, na prática, o que significa viver numa metrópole dominada pela contravenção, pelo crime e anestesiada pela impunidade.

A autora do texto não será identificada por razões óbvias, mas não se trata de uma anônima. Eu a conheço há bastante tempo e posso atestar sua seriedade e confiabilidade.

E trago pra cá porque essa torpe realidade tem relação direta conosco: a Grande Rio é a escola de samba que terá Florianópolis como enredo no carnaval de 2011 (veja aqui, aqui ou aqui). A figura escrota que aparece abaixo fazendo e acontecendo numa pizzaria famosa do Leblon, é o “presidente” com quem, provavelmente, autoridades municipais e estaduais florianopolitanas e catarinenses negociaram ou negociarão as verbinhas públicas (disfarçadas de renúncia fiscal), que financiarão o “privilégio” de ser enredo e também ajudarão esse indivíduo a continuar com suas orgias em público.

Olha só que coisa nojenta:

“Sou jornalista. Na última semana estive no Rio de Janeiro, que está nos holofotes do noticiário, novamente, desde o ataque dos bandidos ao Intercontinental. Fui ao Congresso da ANJ e acabei ficando mais uns dias a passeio.

Admiro e curto o Rio, pelas belezas naturais, pelo povo simpático, pela cultura, pelo clima descontraído. Nunca fui assaltada, nunca tinha assistido nenhuma cena que pudesse ofuscar meu carinho e admiração pela cidade. Na madrugada de domingo para segunda-feira (dia 23/08), porém, presenciei uma cena asquerosa na famosa Pizzaria Guanabara – da Ataulfo de Paiva, no Leblon. Cena que talvez explique muito sobre os episódios de violência que a cidade protagoniza de tempos em tempos e sobre os quais todos adoram comentar.

Petiscava com amigos no tradicional ponto de encontro da Zona Sul, quando chegou ao local o contraventor Jayder Soares, presidente de honra da Escola de Samba Grande Rio. Como não acompanho o mundo dessas estranhas celebridades, só percebi que se tratava de alguém “importante” pela movimentação. Acompanhado de uma série de seguranças, que cercaram o restaurante do lado de fora, Jayder, ladeado por quatro travestis, ocupou uma mesa interna dos fundos do restaurante. Havia um amigo carioca em nossa mesa, e ele logo explicou que Jayder era uma pessoa “poderosa”.

Nós, sentados do lado de fora, próximos às janelas laterais com vista para a mesa de Jayder, ouvimos as gargalhadas animadas do grupo. Nada demais para mais um fim de noite carioca…

Cerca de meia hora depois, contudo, a cena tornou-se impressionante. Jayder, repentinamente, se levantou da mesa, e em pé, de frente para a mesa que ocupava, abaixou as calças. Ele vestia jeans e uma camisa Polo, lilás, de grife -, dessas da moda entre os que querem ostentar posses, da “Tommy Hilfiger”.

Calmamente, desafivelou o cinto de couro, abaixou a cueca e chamou um dos travestis. Custei a acreditar no que se anunciava acontecer. O travesti se inclinou e passou a fazer sexo oral no carnavalesco, contraventor, presidente de honra da Grande Rio. Vários clientes perceberam a cena. Constrangidos, chamamos um garçom e o questionamos. Sem graça, ele disse que nada podia fazer porque o gerente não queria se “indispor” com Jayder.

Jayder, o poderoso, seguiu com a farra. Chamou outro travesti do grupo e, de calças arriadas, continuou recebendo sexo oral.

Pedi a conta, enojada, mas o grupo do bicheiro foi mais rápido. Jayder já parecia satisfeito. Pagou e saiu escoltado por seguranças e pelo grupo de travestis. Ria muito. Embarcou num carro e desapareceu.

Me senti ultrajada pela cena. Resolvi passar isso aos colegas da imprensa. Pensei em ir até uma delegacia de polícia, mas depois me dei conta da inutilidade e do ridículo que isso representaria.

Apesar de chocante, o episódio também é esclarecedor. Não conhecia Jayder e sua peripécias, mas através de uma pesquisa simples pela internet, descobri que ele é um homem rico e bem relacionado. Artistas, empresários e até o ex- Ministro da Cultura, Gilberto Gil, freqüentam suas festas. Ele é o “dono da Grande Rio,” paparicado por atores globais. Alguns desses mesmos atores que, curiosamente, deram declarações de protesto sobre o episódio do Intercontinental. Querem segurança! Querem uma cidade livre de violência! Querem morar em São Conrado em paz!

Falar é fácil. Na prática complica. A maioria adora freqüentar a Sapucaí, as festas financiadas pelo dinheiro sujo do jogo do bicho; festas dos homens que, sabidamente, mantém ligações com o crime organizado. Muitos dos que discursam por uma cidade sem violência, também gostam de fazer um uso “social” da maconha e cocaína, financiando assim o tráfico de drogas e tudo o que ele representa.

Um contraventor, por sua condição de fora da lei, deveria ter medo das sanções previstas num Estado Democrático de Direito para quem transgride às normas. Teoricamente, deveria viver à margem, discretamente, se esquivando da polícia e tentando escapar da mira da Justiça. Mas, ao contrário de temer represálias, Jayder faz questão de afrontar…

E o contraventor não estava num baile de carnaval ou num baile funk, desses sobre os quais a gente ouve falar barbaridades através dos jornais. Jayder estava dentro da pizzaria mais tradicional do Rio de Janeiro, localizada num dos bairros mais valorizados e charmosos da cidade.

Isso é muito simbólico. Isso sugere porque os traficantes também estão deixando de barbarizar somente na favela para atormentar e apavorar o pessoal do asfalto.

Triste para uma cidade que se prepara para abrigar dois entre os maiores eventos esportivos do mundo. Cidade onde a maior parte das pessoas trabalha, paga impostos, mas que pode ser afrontada, a qualquer momento, por um fora da lei, só porque ele é muito poderoso e rico…

O governador Sérgio Cabral mora ali na vizinhança. Deve freqüentar a pizzaria, assim também como dezenas de empresários e artistas, muitos deles que adoram se deixar fotografar ao lado do contraventor, como vi através da internet. Depois, não adianta reclamar da violência…

A violência começa quando as pessoas perdem as noções básicas de civilidade e de respeito ao próximo.

Jayder, ao baixar as calças no meio do restaurante e receber sexo oral de um travesti, não queria apenas satisfazer a sua tara. Afinal, ele poderia fazer a orgia num motel ou no conforto da sua casa. O que Jayder queria mesmo era público para sua escrotice, talvez para reafirmar seu poderio e sua fama de bad boy.

Cena podre, que vou lamentar ter assistido a vida inteira.

Acorda, cidade maravilhosa! Ainda dá tempo.”

“NÃO FOI NADA DISSO!”

O site do jornal Extra publicou, hoje à tarde, uma nota em que o personagem afirma que não estava com travestis. Transcrevo:

“Presidente da Grande Rio nega ter feito sexo oral com travestis

Jayder Soares, presidente de honra da Grande Rio, negou a acusação de uma frequentadora da Pizzaria Guanabara, de que teria recebido sexo oral de travestis no meio do restaurante. A polêmica está sendo divulgada em uma carta na Internet. “Isso é calúnia. Não houve nada, gosto é de mulher. Se eu tiver que fazer sexo será na minha casa, moro perto e sozinho. Acho ridícula essa acusação. Eu não tenho nada contra travestis, preconceito nenhum. Trabalho com eles no Carnaval. É esse povo que me ajuda a fazer a escola”. Jayder afirma que estava acompanhado do cabeleireiro Flávio Priscott, da modelo Joana Machado, ex-namorada de Adriano Imperador, uma amiga chamada Valéria e um amigo gay de Joana na Pizzaria Guanabara, domingo, após um jantar no Sushi Leblon.

Flávio diz que está arrasado: “Eu acho um absurdo. As pessoas que disseram que eram travestis são, na verdade, eu, Flavio Priscott, a Joana, que seria o travesti louro, e a Valéria. Ela tem cara de cavalo, parece homem, mas é mulher e uma querida. Isso não aconteceu. Jantamos no Sushi Leblon, onde estavam Beth Lago, Miguel Falabella, a Joana nos pegou e fomos para a Pizzaria. Foi um jantar normal. Fiquei arrasado, Jayder é como um pai para mim. Quando tinha 17 anos, frequentava Caxias porque lá tinha um bloco, que virou a Grande Rio”. “

“ELE JAMAIS SE PORTARIA DESSA FORMA”

A colunista de O Globo, Cora Rónai, tinha publicado no seu blog a carta. No meio da tarde retirou-a, substituindo por este texto:

“Fica suspensa, por enquanto, a publicação deste post.

Acontece que me ligou minha amiga Liege Monteiro, amiga também do Jayder Soares, garantindo que nada do que a nossa colega catarinense testemunhou teria acontecido conforme relatado.

Jayder de fato foi à Pizzaria Guanabara, de fato levou os seguranças que sempre o acompanham, mas por aí teriam ficado as semelhanças entre os relatos, já que no elenco de personagens à sua mesa sequer havia travestis e — sustenta a Liege, que o conhece bem e que até está redigindo uma nota aqui para o blog, pondo os pingos nos ii — Jayder jamais se portaria daquela forma.

Devo confessar a vocês que prefiro esta versão; acho que a cidade já está avacalhada demais para suportar (mais!) cenas tão lamentáveis. Gostaria, sinceramente, de acreditar num possível mal-entendido.

Enfim: enquanto a confusão não se esclarece, o blog baixa o fogo dessa panela.”

Bom, enquanto isso fica a palavra da espectadora perplexa e amedrontada (em quem confio), contra o esforço de relações públicas que já começa a surtir seus efeitos. Na sequência certamente será acionado o departamento jurídico. Na próxima ocasião, não deixem de registrar a cena com a câmera do celular. Porque, se ninguém fez isso nesse “incidente”, é possível que, em se tratando de pessoa tão rica, bem relacionada e poderosa, a edulcorada versão oficial acabe prevalecendo. Ou vocês acham que alguém terá coragem de ir à barra dos tribunais testemunhar contra um festejado presidente de escola de samba carioca?

ATUALIZAÇÃO DA QUINTA À TARDE

E a Cora acabou retirando, agora à tarde, até mesmo o texto explicativo e os comentários dos leitores sobre o assunto. Decerto recebeu mais alguma informação da turma do outro lado e resolveu cair fora totalmente. Por aqui, continuamos botando fé na nossa pobre amiga, que viu o que não devia e ainda vai acabar sendo chamada de mentirosa pelos amigos do amigo.”

O mais engraçado – e que o relato de Cesar Valente não revela – é que quando replicou a denúncia da jornalista que assistiu à cena, a Corinha – como a chamam os que a paparicam por aí – (que deveria corar de vergonha) fechou assim seu texto:

“A pessoa que escreve pede para não ser identificada, considerando que não deve ser à toa o medo que o poderoso Jayder desperta.”

É, né, Cora Rónai?

Querem ver que troço mais engraçado?

Na foto abaixo, a amiga de Cora Rónai – a que “pediu” para que a colunista d´O GLOBO retirar o relato-denúncia -, Liége Monteiro, em uma das festas de aniversário de Jayder Soares.

foto retirada do site EGO

E querem rir ainda mais?

A promoter (tsc) Liége Monteiro mantém um blog há anos. Em fevereiro de 2010 publicou o texto TEM ZIRIGUIDUM NA AVENIDA (aqui). Lá você vai ficar sabendo que Liége Monteiro é assessora de imprensa da GRANDE RIO e que Gloria Perez (notória amiga de Cora Rónai) freqüenta há anos o camarote de Jayder Soares no Sambódromo (foto abaixo).

Liége Monteiro e Gloria Perez com o marido de Liége Monteiro no camarote de Jayder Soares, Carnaval de 2010

 

E querem morrer de rir, pra finalizar, e pra dar cores de coerência a tudo o que eu digo? Abaixo – vamos lá, uma prova da efetiva amizade entre Cora Rónai e a freqüentadora há anos do camarote de Jayder SoaresCorinha ao lado de Gloria Perez no restaurante de Roberta Sudbrack.

Cora Rónai com Gloria Perez no restaurante de Roberta Sudbrack

 

 

E pra fechar – mesmo – Boni, todo-poderoso da TV GLOBO ao lado de Jayder Soares. Algo a dizer, Cora Rónai?

Boni ao lado de Jayder Soares

 

Tá, mesmo, “cada vez mais down no high society”.

Até.

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>CORA RÓNAI, A PORTA-VOZ DO COMPOSITOR

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Tenho dito, reiteradas vezes, que dentre tantas vantagens da grande rede, notadamente das redes sociais, está a de demarcar bem o quem-é-quem, o diga-me-com-quem-andas-e-te-direi-quem-és. Com vocês, uma pérola de Cora Rónai, tia do todo-poderoso d´O GLOBO, Rodolfo Fernandes, diretor de redação e editor responsável pelo jornalão carioca (só isso, na minha humílima e parcial opinião, explica o nobre espaço dado à especialista em tecnologia).

trecho da coluna de Cora Rónai no jornal O GLOBO de 26 de agosto de 2010

Deixo de citar o compositor que considera Cora Rónai sua porta-voz por força de decisão de foro íntimo não revogada. Quem me lê, sabe de quem estou falando.

Até.

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>A FILÓSOFA MARIA GADÚ

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Eu sempre me pergunto como é possível a imprensa meia-boca dar voz e vez a barbaridades como a que sai publicada no SEGUNDO CADERNO de hoje, d´O GLOBO. O repórter Leonardo Lichote (ótimo nome!) teve a pachorra de publicar (mais uma) a genial frase dessa cantora, a queridinha da meia-boca, Maria Gadú.

frase de Maria Gadú durante a entrega do prêmio MULTISHOW 2010

Até.

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É PRECISO LUTAR CONTRA O ESMALTE

Antes que vocês torçam o nariz pro título do texto que publico hoje, explico: está correndo pela grande rede, no YOUTUBE, um vídeo no qual um outrora amante dos “botequins mais vagabundos” diz, sorrindo:

– O Pirajá pintou as unhas do pé-sujo.

Com esmalte, me parece evidente.

Feito o intróito para explicar o título do texto, vamos ao que tenho a lhes dizer hoje. E quando quero falar algo com um tom um pouco mais ponderado, sem a borduna e as armas feitas de metal que carrego permanentemente no bolso, recorro a quem tem a mesma gana que eu com muito mais elegância, digamos assim. Vocês que me lêem sabem há quanto tempo luto – eu diria que quase sozinho, hoje bem menos, é verdade… – contra esse movimento que não descansa um segundo da tarefa que cumpre com competência: destruir os “botequins mais vagabundos” aos quais eu não resisto. Meu mano Luiz Antonio Simas, certa vez, chamou a coisa de “campanha cívica” – e esse hiperbolismo me comove. O troço começou há muito tempo, e há muito tempo faço deste blog uma trincheira contra essa nojeira. Vejo, hoje, com indisfraçável alegria, o desmoronamento dessas grandes redes de franquia, o que infelizmente não significa ter de volta os estabelecimentos muitos simples adquiridos, derrubados e transformados por esses anti-brasleiros.

Pois bem: em 03 de novembro de 2009, Luiz Antonio Simas, brasileiro máximo, escreveu um tratado sobre o tema, DO PORTO AO BOTEQUIM, UM CHAMADO AO BOM COMBATE, aqui. Escreveu lá, o seguinte:

“Vivemos, e isso não é novidade alguma, tempos de uniformização dos costumes, fruto deste tal de mundo globalizado. Em cada canto desse mundaréu, ligado por redes transnacionais de telecomunicações, as pessoas assistem aos mesmos filmes, vestem as mesmas roupas, ouvem as mesmas músicas, falam o mesmo idioma, cultuam os mesmos ídolos e se comunicam em cento e quarenta toques virtuais.”

O que quero lhes dizer é que essa nojeira que fazem com os botequins – e isso é uma luta minúscula, inglória, mas é uma das partes que me cabem nesse latifúndio do bom combate -, fazem também com o carnaval (e Fernando Szegeri é mestre no assunto), fazem também com a culinária brasileira, com a literatura brasileira, fazem – e mais agudamente agora com a aproximação da Copa do Mundo de 2014, um verdadeiro tiro no pé do nosso povo, dos nossos estádios – com o futebol no Brasil.

Mestre Simas – a ele recorro de novo – está cansado de dizer, como disse quando esculhambou o nefasto festival COMIDA DI BUTECO, aqui:

“Entendo cultura como todo o processo humano de criação e recriação de formas de viver. Cultura é o conjunto de padrões de comportamento, elaboração de símbolos, visões de mundo, crenças, hábitos, tradições, anseios e que tais que caracterizam e distinguem um determinado grupo social.

É nesse sentido que a própria economia deve ser vista como um cadinho do processo cultural que caracteriza os povos. As relações econômicas também são elementos constitutivos do modo de ser de um grupo – e aí podemos refletir sobre uma pá de coisas, dentre elas a maneira como diferentes grupos socias encaram os atos de consumir, trocar, vender, comprar, se desfazer de um bem, valorizar ou não um objeto, etc… Tudo isso é elemento constitutivo de cultura, feito comer, dançar, rezar, enterrar os mortos e acordar as crianças.”

Pois o que quero lhes dizer hoje é o seguinte: recomendo vivamente os blogs de três brasileiros que, à minha moda, sentam o cacete nessa canalhada que luta, incansavelmente (em benefício econômico próprio e em detrimento do que é nosso!), contra uma de nossas mais caras tradições: o futebol e o hábito de ver o futebol, de ir aos estádios, e de torcer como manda a nossa cultura.

Restringir-me-ei, aqui, por exemplo, ao que vêm fazendo com o Maracanã, que é aqui, na minha aldeia.

Eduardo Goldenberg no colo de Isaac Goldenberg, Maracanã, 1969

O Maracanã, que conheci com meses de idade levado no colo por meu amado pai (a foto acima é de 1969), o Maracanã que vovô Milton defenestrou de sua vida em 1950 depois da tragédia assistida in loco, que foi a final contra o Uruguai, o Maracanã que me viu, menino de calças curtas, delirar com o gol de Rondinelli, contra o Vasco, em 1978 – meu primeiro título -, esse Maracanã não existe mais. Não existe mais depois das inúmeras reformas que enriqueceram empreiteiros de merda, marqueteiros de merda, dirigentes de merda e que transformaram o “maior do mundo” num epíteto mentiroso. E não existirá mais nem seu espectro, salvo na alma de quem o conheceu fervendo, depois da reforma recém-iniciada visando a adaptação do estádio ao tal padrão FIFA, essa matrona vagabunda que, guardadas as devidas proporções, faz com os estádios do mundo inteiro o que as grandes redes de franquia fazem com nossos “botequins mais vagabundos”. E há quem sorria valendo-se da patética imagem do “esmalte nas unhas”.

A reforma do Maracanã começou e um tal consórcio (o nome é perfeito para ilustrar a reunião dos ladravazes) composto por empresas que roubam dinheiro público sem pudor algum já deu início ao assassinato lento do gigante de concreto, que culminará com o enterro definitivo do Estádio Mário Filho quando ali acontecer a primeira partida da Copa do Mundo de 2014.

Mas enfim… recomendo vivamente a leitura de PAPO NA COLINA (aqui), FORZA PALESTRA (aqui) e CHUTA QUE É MACUMBA (aqui). O primeiro é escrito por João Medeiros, um vascaíno (como papai, como meu irmão do meio, como meu vô Oizer…), o segundo por diversos membros de um grupo que tenho chamado de tropa palestrina (Barneschi, Felipe Giocondo, entre outros) e o terceiro por Claudio Yida Jr., um corinthiano japonês, comunista, anti-nipônico e amante confesso da Tijuca (façam vocês uma idéia do que seja isso…).

Às armas!

Até.

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GETÚLIO VARGAS – 56 ANOS SEM ELE

A humilde homenagem deste blog à memória de Getúlio Vargas, morto em 24 de agosto de 1954. 56 anos depois, mais que nunca (e como sempre), é dia de reverenciar o nome deste grande brasileiro!

Getúlio Vargas

Ouça aqui!

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>BACANA DEMAIS, A FORÇA DA REDE

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Quem me lê sabe: vira-e-mexe eu preparo uma receita mais bacana em casa e faço questão de dividi-la com vocês, meus poucos mas fiéis leitores. Em 10 de maio desse 2010 mostrei pra vocês a receita de um risotto de limão siciliano com filés ao molho de mostarda que preparei na casa de meu irmão e minha cunhada, em Santa Teresa (aqui). Poucas coisas são mais prazerosas, pra quem mantém um blog, do que as respostas que chegam dos leitores. Pois foi um gratíssima surpresa o e-mail que acabo de receber de Carlos Eduardo Nogueira Machado, meu camarada Didu Nogueira, que me autorizou a transcrever a simpaticíssima mensagem, à moda de quem a escreveu:

“Meu camarada, como azelite da informática me chamaria, sou um Lula no que se refere aos (des)caminhos do computador, ferramentas e outros bichos. Entrei no seu blog (no melhor sentido) e me deparei com uma receita de risotto de limão siciliano e resolvi fazê-la. Somente o risotto. E não sei se o amigo sabe, mas encontrei o amor da vida que na verdade conheço há 35 anos e certamente não haveria melhor cobaia para a ocasião. Como a infra da minha casa não permite essas viagens, esperei ir à Brasília, onde Tânia mora, e arrisquei. Sucesso! Maravilhosa receita que deu ainda mais sabor a esse momento mágico que estou vivendo. Beijo, Didu.”

Até.

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