Fiz na segunda-feira uma carne-seca com abóbora dentro da abóbora, e usei uma abóbora japonesa, também conhecida como cabotiá, de casca escura, que comprei no domingo, na feira da Vicente Licínio, na Tijuca, na barraca do boa-praça Gérson, que trata de prepará-la para mim. Pode ser feita também com a abóbora moranga, mas eu gosto mais de fazer com a cabotiá. Vamos aos ingredientes: além da abóbora, com a tampa cortada e limpa por dentro (vocês verão nas imagens abaixo), comprei 1,5kg de carne-seca salgada (lagarto), 3 cebolas, um maço de cebolinha, azeite, manteiga sem sal, uma caixa de Catupiry, e um tanto de queijo parmesão pra ralar na hora.
Da carne-seca, assim como da abóbora (que fica na geladeira, envolvida num saco plástico pra não ressecar), eu começo a tratar na véspera. Limpo muito bem a carne-seca, tiro o excesso da gordura que fica por fora, corto em nacos retangulares e ponho numa panela, na geladeira, cheia dágua, água essa que será trocada de 6 em 6 horas, a fim de dessalgá-la. O que significa dizer que se na noite de domingo tratei de preparar a carne-seca, na segunda-feira, por volta das oito da noite, 24h depois, dei início ao preparo do prato.
Pus os nacos de carne-seca numa panela de pressão e contei uns 20/25 minutos depois do primeiro apito. Tirei a pressão, abri a panela, escorri a carne-seca (nunca se deve pôr direto na água fria para evitar que ela encolha e esfarele…), e deixei esfriando sobre uma tábua.
Fui, então, cuidar da abóbora. Evidentemente que com o inseparável Red Label por perto.
Tirei-a da geladeira, e ela tem esse aspecto, com a tampa, já cortada.
Eis aí o trabalho do Gérson: o corte perfeito da tampa, a abóbora limpa, sem os caroços e tudo o que você deve fazer, já com o forno pré-aquecido, é passar com os dedos, tomando cuidado para não raspar demais as paredes da abóbora, sal em toda a extensão da abóbora, na parte de dentro – é evidente. Nas paredes e no fundo.
Você vai perceber que imediatamente a bichinha começa a soltar líquido, que é tudo o que é preciso que aconteça. É importante também, antes de levá-la ao forno, besuntar a casca com um pouco de azeite, a tampa inclusive, que fica ao lado da abóbora dentro do forno, dentro de um tabuleiro e sobre um papel alumínio com o lado espelhado para cima (nada de envolver a abóbora no laminado!).
Com a abóbora já no forno (médio para alto) – sem jamais esquecer o uísque – é hora de cortar as cebolas em rodelas bem finas e desfiar (ou desfolhar… se bem dessalgada e cozida é isso que vai acontecer) a carne-seca.
Importante notar a direção das fibras da carne-seca para que ela não esfarele. O ideal é que você consiga transformar a carne-seca (que encolherá, é claro, depois de cozida e fria) em lascas bem grandes, como na foto. Nesse momento é possível também (e desejável) retirar o excesso da gordura entranhada na carne que não foi possível retirar antes do cozimento.
Pique o molho de cebolinha em rodelas, como na foto abaixo.
Uns 30 minutos depois, hora de tratar da abóbora no forno (há que se cuidar para que não asse a ponto de descolar o fundo da abóbora). Regar a casca com um pouco mais de azeite, regar as bordas de cima da abóbora e a parte interna da tampa. Deixar o forno em fogo baixo e mandar a bichinha lá pra dentro de novo. É, então, hora de cuidar do refogado.
Numa panela de fundo grosso, azeite e manteiga sem sal. Jogue toda a cebola picada e trate de ir mexendo pra fazê-la perder a cor, cuidando para não fritar a ponto de ficar crocante.
Perdeu a cor? Mande a carne-seca, já desfiada, pra dentro do refogado (caso haja necessidade, ponha mais azeite e manteiga sem sal) para que não fique totalmente seca.
Quando já bem incorporada a carne-seca ao refogado, hora de pôr a cebolinha picada.
Quando já bem misturado, ponha o Catupiry, fogo bem baixo, e vá mexendo com cuidado, devagar, bebericando o uísque…
Com o Catupiry já todo derretido e bem incorporado à massa, desligue o forno, retire o tabuleiro com a abóbora para recheá-la e ligue o gratinador (caso seu forno não tenha o gratinador, aumente o fogo do forno para o máximo).
Cuide de rechear com extremo cuidado, colher a colher, para não desmanchar a abóbora (fiz umas 2 vezes antes de atinar pro ponto certo da abóbora…).
Ela estará com esse aspecto.
Rale um pouco do parmesão e cubra o recheio com ele, ficando com esse aspecto.
No meu forno, usando o gratinador já bem quente, são mais 10 ou 15 minutos para que o queijo fique bem gratinado, bonito, fazendo papel de tampa da abóbora…
Sirva com a tampa da abóbora que fará, mesmo, apenas o papel de fazer graça. Mas convenhamos… fica bem bacana. Essa receita, se não tiver nenhum huno à mesa, serve 6 pessoas com fartura.
Até.
Prezado Edu, acompanhar o preparo da receita no “tuinter” foi uma tortura!
No Segundo Tempo do Receitas de Boleiros, além da Batidinha de Gengibre do Marreco, esperamos contar com uma das suas receitas!
abç
Já Estava Com Saudades Dessas Suas Receitas. Show De Bola Como Sempre! Espero Poder Ver Mais e Mais Receitas Por Aki. Andavam Sumidas!!!!! Grande Abraço!
Oi Edu, estou começando a preparar uma carne seca, só que farei com arroz. Estou seguindo suas dicas, depois conto como ficou..
Camarada.. descobri esta mina de ouro que são suas receitas.. moro em Brasília e já num guento mais o cheiro de pequi rsrsrr farei esta carne seca este fim de semana.. mas seráa companhado não de um red, mas de uma caipiroska no capricho. Parabéns.. estarei sempre a te acompanhar nas suas receitas Abraços e saudações Tricolores (das Laranjeiras, claro!!! Abração
olha, adorei a receita… vou fazer amanhã 02/09/2012…, mas o mais importante é não esquecer o uisque!!!
abraços!!!!
Fiz hoje, muito boa essa receita!
Pingback: Carne seca na cabotiá | Camila na Cozinha
Comprou salsinha e usou cebolinha? O whisky deveria estar bom mesmo.
HAHAHAHAHA! Valeu, já consertei.
Adorei a receita e o complemento do red, mas vou usar a cervejinha mesmo… Rs
Estou fazendo agora… Vamos ver no que vai dar!!! Até logo
PARABÉNS EDU, MARAVILHOSA RECEITA, FICOU ÓTIMA, MAS NO PREPARO FOI COM UMA DELICIOSA BRANQUINHA.
Alô, amigo.
Fiz a sua receita e confesso que ficou uma delícia. No entanto eu dei uma customizada: acrescentei um pouco de vinagre na carne e coloquei um pedaço pequeno de gengibre cru… ficou demais! O povo aqui comeu e fui ameaçado de morte pela nega Rose (nossa fiel escudeira do dia a dia) que se eu não lhe deixasse uma porção, pediria as contas não sem antes me transformar em presunto!
Abraços e sucesso.
Pingback: Carne-seca na cabotiá
Olá Edu adoreiiii a receita estou fazendo,e acompanhada da cervejinha kkk obrigada depois de pronto faço outro comentário abraços.
Top heim Edu! fizemos aqui no fim de semana e todo mundo adorou!
10 anos de receita e eu ainda venho aqui pra fazer essa receita.