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O Jota, vocês que me lêem estão cansados de saber disso, é alvo de permanentes críticas minhas por conta da publicidade escancarada que faz em prol dos bares-de-merda que vêm destruindo, aos poucos, os butecos carioquíssimos que são a cara da cidade que eles, investidores ávidos apenas por lucro, ajudam a destruir. Mas notem: eles, investidores, que deveriam buscar o lucro noutra atividade que não uma tão nociva à cultura do Rio de Janeiro, estão cumprindo o papel que lhes cabe, o de vorazes empresários cagando para tradição, para cultura, para manutenção dos hábitos do povo. O que me causa indignação é que um sujeito que tem uma coluneta de página inteira em um dos principais jornais do país, que assina uma coluna às segundas-feiras, preste um desserviço à cidade adulando, puxando o saco, babando as bolas, os ovos, desses caras e dessas anomalias a que chamam “botequim pé-limpo”, ou “pé-sujo fashion”, essas merdas.
Pois bem. Ontem e hoje esse homúnculo dedicou-se a dar publicidade a duas babaquices sem tamanho. Vamos a elas.
Numa nota publicada ontem, intitulada “Vou de táxi”, diz o consoante:
“O Rio ganhou sua primeira cooperativa de táxis especializada em atender o público GLS. É a Nova Aliança. A frota tem 20 carros, trafega principalmente pela Zona Sul, e tem como símbolo o mesmo arco-íris do movimento gay.”
Apenas um comentário, e tirem vocês as conclusões que quiserem: onde mais, se não na zona sul, poderia trafegar uma merda dessas? E depois de apenas esse comentário, uma pergunta, que se alguém puder me responder eu agradeço intensamente: o que significa uma cooperativa especializada (vou repetir… especializada) em atender o público GLS????? E o Jota, especializado em promover merda, dá nota!
Parou por aí?
Não. Numa nota publicada hoje, intitulada “Turismo de alegria”, denotando que o Jota anda numa fase afetadíssima, diz o consoante:
“O Rio, que só perde em turismo gay para São Francisco, já tem cinco grandes festas raves programadas entre 29 de dezembro e 1º de janeiro: Alegria, X-Demente, R.Evolution (duas edições) e Pool Party.”
Sobre essa propaganda imunda do homúnculo (ganhando o quê em troca?), tenho a dizer o seguinte: todo mundo sabe, até o Pepperoni, meu fiel vira-lata, que festa rave nada mais é do que um pretexto para uso indiscriminado de drogas sintéticas, ecstasy, bala (como eles chama essas merdas, nem sei direito o que vem a ser) e outras bostas do gênero.
E isso é anunciado com festa (da alegria, segundo o Jota) em um dos mais importantes jornais do país. Agora… baile funk no morro é motivo para que os pais dos merdas que se drogam nas raves estendam faixas escrito “BASTA” em suas varandas. Tá difícil, tá difícil…
Parei por aqui?
Não.
Termino com uma notícia bastante elucidativa, que dá bem a dimensão dos tempos sombrios que vivemos. Uma criminosa recebeu a Medalha Pedro Ernesto, concedida pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, leia aqui. Um assassino como o Coronel Ustra, torturador covarde com mais de 500 crimes nas costas, evidentemente sem o negrito, é bajulado num banquete para 400 pessoas, em São Paulo, com direito a discurso de Jarbas Passarinho, com 82 anos, ainda vivo, infelizmente capaz de dizer as barbaridades que disse para uma platéia patética babando diante de um monstro. Uma milionária é assassinada no Leblon e no dia seguinte o cartunista de O GLOBO desenha o Rio de Janeiro sangrando, como se não sangrasse diariamente com a morte de anônimos em lugares ditos menos nobres que o bairro preferido do Jota. O irmão desse colunista, na mesma oportunidade, e aparentemente pelo mesmo motivo, desenha, na capa do JB, um negrinho assaltando o Cristo Redentor, mais detalhes aqui.
E o que aconteceu mais recentemente para que eu puxasse tanto gancho podre como intróito?
Está para ser inaugurada mais uma estação de metrô no Rio de Janeiro. Na zona sul. Mais precisamente em Copacabana. Próximo ao Corte de Cantagalo. Mais precisamente na Praça Eugênio Jardim. E vive-se a celeuma: como se chamará a estação? Estação Cantagalo ou Estação Eugênio Jardim?
Pois bem. A Associação de Moradores e Amigos de Copacabana – a AMACOPA – está promovendo um abaixo-assinado para ser entregue ao Governo do Estado pedindo que a estação não se chame Cantagalo, e sim Eugênio Jardim. A razão?
Leiam, vomitem e concordem comigo que a coisa tá feia, muito feia.
“3. Todos nós devemos, sempre que possível, enaltecer os bons exemplos, para que nossos filhos e para que a própria sociedade tenha modelos a seguir.
4. Ao mesmo tempo, todos nós devemos evitar toda e qualquer possibilidade de – inadvertidamente ou não – enfatizar ou evidenciar, os maus exemplos, passíveis de alusões ou associações, ao crime, a contravenção e a delinqüência, o que infelizmente, a denominação ´Cantagalo´ tem hoje, com o narcotráfico.”
Eu confesso que, tomado de ódio, de nojo, de repugnância e de um sentimento quase-assassino, nem consigo mais escrever. Quero que Dalva Bezerro Camanho, que assina esse troço mal escrito, mal pontuado, cheio de um preconceito odioso e repugnante, se foda – esse “se fôda” lido assim, com o circunflexo pontuado, lido com ênfase szegeriana – como quero que se fodam todos os filhos das putas capazes de assinar um cocô desses.
Como quero que, como último ato como governadora do Estado, Rosinha Garotinho bata o martelo (antes de fazê-lo na própria cabeça e na de seu marido) e batize aquela estação como “Estação Cantagalo”.
A boa notícia, que vem junto, anuncia que o Ministério Público entrará com ação contra essa associação de merda por discriminação territorial, de origem e crime de racismo.
Até.