Arquivo do mês: fevereiro 2006

>CORDÃO DO BOITATÁ II

>Outro video, ainda no Cordão do Boitatá, na segunda-feira de Carnaval.

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Até.

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>CORDÃO DO BOITATÁ I

>Video feito na Praça VX, durante o Cordão do Boitatá, na manhã da segunda-feira de Carnaval.

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Até.

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ANIVERSÁRIO DO MELLO MENEZES

Dani, Patrícia, Marcinha do Edu Gordo, e mais gente, dançando com as burrinhas feitas, uma a uma, pelo grande Mello Menezes, que comemorou com roda de samba no Boqueirão, atrás do Aeroporto Santos Dumont, no domingo de Carnaval.

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Até.

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AINDA NO CORDÃO DA BOLA PRETA

Comovente depoimento da Fumaça, após pergunta da Dani, no retorno do desfile do Cordão da Bola Preta, aqui transcrito:

– Você achando esquisito esse bando de gente aqui? – pergunta a Dani.

E manda de voleio a Fumaça:

– Cara, muito maneiro, mó muvuca e nenhum fedorzinho… A gente é muito cheiroso, cara!… Carioca é muito chei-ro-so! – e tome de gargalhar…

Até.

P.S.: havia, aqui, um vídeo com tal declaração. Por razões que eu desconheço, perdeu-se o mesmo.

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BAITA AULA DE CARIOQUICE

(publicado no Jornal do Brasil em 25 de fevereiro de 2006)

As crônicas de ‘Meu lar é o botequim’, de Eduardo Goldenberg, ao tratar dos botecos e seus personagens, falam na verdade do bairro e da cidade do autor

Rodrigo Ferrari

Editor e livreiro da Folha Seca

“De uns tempos para cá falar em botequim ficou complicado. É só o assunto aparecer na mesa que todo mundo puxa logo seu manual e destila conhecimento. O papo já tem até bibliografia! No meio dessa profusão de lançamentos surgiu Meu lar é o botequim, de Eduardo Goldenberg, e seu aparecimento causou-me certo desconforto: afinal já estava meio de ressaca de tanta literatura sobre o assunto. Mas crônicas são crônicas, e não resisti. E acabei colocando-o em minha biblioteca afetiva junto aos do Aldir, do Jaguar e do Moacyr Luz.

O livro, ao falar do botequim e seus personagens, fala verdadeiramente de seu bairro e sua cidade, a nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e um bairro que junta Tijuca e Vila Isabel, uma região mítica como a Aldeia Campista dos livros do Nelson Rodrigues. Nas palavras do autor: ”(…) em mim, ainda que num delírio, esses dois bairros se fundem num só, nas águas do rio Joana, que nasce no Grajaú, e que vai desaguar no rio Maracanã, na Tijuca, depois de atravessar o bairro de Vila Isabel”.

Antes que os mais apressados acusem o autor do livro de bairrista – e conseqüentemente a mim também, que sou de lá -, devo dizer que o Eduardo entende do assunto e não bebe só em casa. Conhece, portanto, os botecos de toda a cidade. Mas é forçoso dizer que, embora determinados personagens sejam universais, têm mais facilidade de se criar nesse ambiente. Por exemplo: vai procurar o ”seu” Osório no Belmonte. Não vai achar… ”Seu” Osório é da região, torcedor do América, não vai ao botequim apenas para encher a cara, é lá que ele se serve toda manhã de um pingado com pão e manteiga, e é lá também que acumula as histórias do dia-a-dia que acabam fazendo do livro uma baita aula de carioquice.

Porque esse botequim não é aquele em que você vai para ser bem-atendido, ou para experimentar determinado acepipe inventado por um mestre-cuca premiado em Paris. Esse é daqueles onde o grande atrativo são as pessoas, onde todo mundo fala e sabe da vida de todo mundo, o cenário dos bons e maus momentos de cada um. Onde todos são personagens de um Rio que aparentemente não existe mais, um Rio meio romântico, onde ainda há espaço para a camaradagem e o bom humor, com umas pancadarias no meio que ninguém é de ferro. Talvez um Rio que seja mais facilmente encontrado na Zona Norte, que mescla o cosmopolitismo da cidade com um provincianismo característico desses bairros.

O Edu se acha um antigo. Tem vezes que pede até desculpas por determinadas expressões, digamos, do tempo do Onça. Mas quem desvenda o mistério é Fausto Wolff no texto da contracapa do livro: ”Edu e seus belos paus d’água vivem num mundo paralelo absolutamente carioca, um mundo culto e sofisticado em sua nobreza popular”. Vale lembrar o desenho da capa feito pelo Lan e também os que ilustram a saideira do livro, feitos por Pedro Toledo.

O boteco em questão fica na rua dos Artistas, o que por si só parece invenção de romancista. Parece também citação das coisas do Aldir Blanc, e a parecença não é ocasional. Os personagens daquelas crônicas do Aldir no Pasquim também passeiam por aqui, a toda hora aparece um Penteado e um Waldir Iapetec para um aperitivo. E também passam por aqui o marido traído, a santinha que no calar da noite revela-se a mais insaciável das amantes, o fanático torcedor de futebol… Gente que o Edu conheceu num botequim. Gente do povo da cidade do Rio de Janeiro.”

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>BOLA PRETA

>

(Aldir Blanc – Jacob do Bandolim)

Bela foto! Bela foto! Eu e três de meus irmãos (Dalton, Vidal e Fefê), no Bola Preta em 2005! E deixo com vocês a monumental letra do Aldir, contando a história do Cordão do Bola Preta, encerrando, mesmo, as atividades do Buteco até a próxima quinta-feira! E vamos que vamos!

“Miudinho da Penha a Xerém
eu sei onde tem…
Um balanço de vem-ou-não-vem
no bonde ou no trem.
Socialaite beijou Zé-Ninguém:
nenhum nhém-nhém-nhém.
Chupeta, meu bem, pro neném…

I – B
Um inglês que trocou por Roskoff
o tal Big Bem,
o glamour de João Valentão
no Rio:
olha o cabra-da-peste,
deixa estar,
pintando o 7,
beliscou a Elisete
e foi beber no Tangará!

II
Malícia e Inocência moram lá.
São gêmeas e só querem namorar.
A Banda do Sodré
desabrocha e faz lembrar
o flamboaiã em flor de Paquetá.
– mas, ai, meu Deus que saudade que dá…

Já são 10 horas da manhã
de sábado e o Bola vai passar.
Passou e não passou,
foi pra Lapa mas ficou.
O Bola preta sabe eternizar.
– Eu sou de lá…

I – C
Mas tem um risco Brasil de mulhé
com a tal cana-caiana e café
e bota fé que o Bola chegou
não tem Zé-Mané!
Colombina dá bola pra mim
que ando assim-assim
– Sou meio Pierrô e Arlequim.

I – D
Tô na máquina do velho Wells
descida dos Céus,
um Balzac soltando no mundo
traque bom de pelica.
Tô no Bola,
a dica é de cuíca,
tão feliz a gente fica,
paquerei Carminha Rica
e fui beber no Bar Luiz.

III
Demorô,
oi, Iaiá, ai, Ioiô,
eu tô que tô
ou tu fica ou não fica…
A mulher ideal
é a Neuma, a Zica, a Surica
– ai, cumé qui eu vô fazê? Hein?

Duvidô,
de-ó-dó,
chororô, ô,
se encrencou,
o segredo é viver.
Pro Bola Preta
eu vou de muleta
e sinto a caceta
rejuvenescer.

IV (variações)
Vem Caymmi,
Noel, Lamartine, Ari, Bororó,
Ademilde também, o Orestes,
Sinhô, Donga, Jota Efegê
– Ai, o Tatu subiu no Pau!
Da Saúde, da Vila, do Estácio e de Madureira,
na uca, a Tijuca também quis comparecer,
pagou pra ver porque

eu vou sambar
no Bola, meu cordão,
o sangue e o coração
com Pato Rebolão, Porrete
e outros bambas sem par…
o Bola Preta, preta, é meu segundo lar
e é lá que eu quero
me curar.

(Final)

Os Democráticos e os Fenianos
são pau-a-pau.
A vizinha mamava na minha:
ensaio geral.
Trinca-Espinha virou K-veirinha
– Hoje é Carnaval!
Não chora, meu bem:
é norrrmal! Uau!

Preto e Branco, as cores do time:
feijão bom de sal.
Na moral, a moçada não quer
o teste da farinha.
Quem apaga e perde a linha
– amor com amor se paga –
liga pra Zezé Gonzaga
e vai beber no Nacional.

(breques)

Vou pro Bola, já.
Tô ainda lá…
Eu vou me esbaldar
pra eternizar,
pra eternizar,
pra eternizar…”

Até. Evoé. Bom Carnaval pra todos.

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QUEM NÃO CHORA NÃO MAMA

“Quem não chora não mama,
segura, meu bem, a chupeta!
Lugar quente é na cama
ou então no Bola Preta!
Vem pro Bola meu bem,
com alegria infernal!
Todos são de coração
foliões do Carnaval…
Sensacional!”

(Vicente Paiva – Nelson Barbosa)

Eis que estamos às vésperas do carnaval. E eu, que venho há semanas chocando os mais próximos com frases como “não sei o que está acontecendo, acho que estou ficando velho, não tenho nenhum ânimo para pular este ano”, vejo-me aqui, neste começo de manhã, ainda com um copinho de Dimple na mão (perdão se continuo a chocá-los) contando as horas para o início do desfile do Bola Preta, o tradicionalíssimo Cordão da Bola Preta, que desde 1918 abre o carnaval carioca (quando eu digo 1918 tenho uma piedade olímpica de Ivete Sangalo e cia.) aos sábados.

Um detalhe: minha ansiedade se explica, também, porque estão para chegar ao Rio o Szegeri com a doce Stê, e o Augusto com a Ju, uma querida com quem venho costurando um bonito enredo via email. Szegeri e Stê, inclusive, ficarão aqui em casa e apenas por 24h, e explico. O Szegeri vem apenas para sair no Bola Preta.

Tem uma coisa que preciso lhes contar. Eu tenho apenas 36 anos, é verdade (esse “apenas” soou falso como uma fantasia mal ajambrada), mas “no Bola Preta eu vou de muleta e sinto a caceta rejuvenescer”, como disse meu mestre Aldir Blanc na letra magistral (mais uma) para choro do Jacob do Bandolim. Digo isso porque andei macambúzio. Triste. Angustiado. Tudo por excesso de beleza, é verdade, e talvez eu atribua a isso, a essa torrente, a falta de ânimo que me assolou até ainda há pouco.

E o Bola, amanhã, bem cedo, há de fazer com que seja pisoteada pela multidão de mais de 50 mil pessoas essa tristeza e essa angústia que não terão vez, pelo menos, até a Quarta-Feira de Cinzas, dentro do meu coração combalidíssimo pelo malte, pela nicotina, pelo alcatrão e pelas mais de 4.700 substâncias tóxicas que um cigarro, como esse que me pende da boca, tem.

Amanhã – podem escrever – estarei antes das oito da matina diante da Igreja Universal do Reino de Deus (apenas uma referência geográfica, eis que não suporto esse conglomerado econômico comandado pelo B. (“B” de bandido, não de bispo) Edir Macedo), na Cinelândia, concentrado com os amigos egressos de Marechal Hermes, comandados pelo Celsinho, amigo querido, bebendo cerveja gelada e esperando, ansiosíssimo, pelo toque dos primeiros clarins.

Mil vezes direi e mil vezes não serão suficientes para descrever o que sente esse combalido coração quando sai o Bola. São quase 90 anos ali, naquele mesmo centro daquela mesma cidade (dessa mesma cidade soaria melhor), e o que se vê ali são famílias inteiras, sem a babaquice baiana do abadá, disputando cada palmo de asfalto, de pedra portuguesa (falei portuguesa e lembrei-me da Inês), costurando as ruas que “são pontes de safena pra tamanho amor”, e eu tinha que citar o Aldir de novo. Pausa de novo. Falei em pedras portuguesas, lembrei-me da Inês, e preciso lhes contar o que ela me disse ontem à noite, conversando pelo Messenger.

O que ela disse? Eu lhe contei, instando a dizer o que faríamos no carnaval, que iríamos, eu e Dani, desfilar nos blocos. E ela disse, “Ah, blocos, sei… Agrupamentos de pessoas, com muita bebida e comida, saltando de uma rua para outra…”. Quase isso, querida, quase isso.

Tão mais que isso é o Bola Preta…

Reparem que o carnaval vai até a quarta-feira, mas é ali, no sábado, que eu me redimo e me satisfaço. Não fosse assim, tão sagrado o Bola Preta, e meu irmão Szegeri não atravessaria a Via Dutra, mais de 400km dirigindo apenas para isso.

Eu tenho, tenho de confessar (carnaval é também tempo de penitência), uma certa inveja desse sacrifício, desse sacerdócio, dessa demontração inequívoca de amor.

Não que eu não me sacrifique, ainda mais nesse 2006 que me derrubou de forma torpe. Vou ao Bola, disse isso ontem à noite mesmo, como um paraense que se despenca de muito longe em direção a Belém para saudar Nossa Senhora de Nazaré. Como um fiel que sai a pé, do Rio, em direção à Aparecida do Norte.

Guardo, nesse mesmo peito combalidíssimo, recordações emocionantes do Bola Preta. O Tio Osias, por exemplo, depois de mais de 60 anos desfilando no Cordão (ano passado, pela primeira vez, deixou de ir, preferindo o sossego de casa), vai amanhã comigo, dentro de mim (com sua licença, Szegeri), desfilar animadíssimo. Quando eu bater o olho na esquina vou dar de cara com quem? Com a Elizeth. Quem vai estar tocando? A Banda do Sodré. E vamos que vamos. Agüenta quem pode.

Uma promessa de quatro dias fora de órbita, é o que anuncia o Bola Preta.

Impressionante é que ainda teremos pela frente, depois do Bola, o Bloco do Barbas, o Boitatá, o baile à fantasia que o Mello Menezes está organizando, o Bloco de Segunda com a concentração na casa da Guerreira, e tantas coisas, tanta surpresa, tanto furdunço ainda por vir, tudo culminando com a Feijoada das Cinzas, que eu farei, na casa da Sônia, a Manguassônia, mãe da Manguaça, durante a apuração do Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial, eu torcendo, como um bobo, pelo Salgueiro e pela Vila Isabel.

Nos vemos (eu sei que o certo seria vemo-nos, mas estou bebendo desde ontem…) na quinta-feira.

Haja coração…

Até.

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>A FUMAÇA E O TERREMOTO

>

“Vai lá pra ver
a tribo se balançar
e o chão da terra tremer
Mãe Preta de lá mandou chamar…”

(Anderson Cunha)

Vejam que beleza de foto, em 05 de fevereiro de 2005, mostrando, no meio do furdunço do Cordão do Bola Preta, por volta das nove da manhã, Maria Paula, Guerreira, Fumaça e Dani Sorriso Maracanã (o Buteco prossegue festejando a chegada da Fumaça). Falei na Fumaça novamente e vejam o que ela escreveu, comentando o texto de ontem. Vou transcrever:

“Edu, estou fechando a mala. A Globo aqui noticia as chuvas, os Rolling Stones e as vinhetas do carnaval. Estou quicando de ansiedade. Muita saudade. Beijos!”

Vejam que eu não minto! Foi ela escrever, eu ler e deparei-me com a notícia no Globo Online: “Terremoto sem maiores proporções atinge Moçambique”. Eis o que se passou.

A princípio tomei um susto tão intenso quanto o desfile do Bola Preta. Pouco tempo depois deu-se a luz… A Fumaça estava quicando de felicidade… E quando a Fumaça quica, e quica com a mesma tenacidade com que ri, é capaz de fazer mexer os ponteiros da Escala Ritcher. Desfeito o mistério, acalmei-me.

Vamos em frente.

Amanhã, sexta-feira, véspera do primeiro dia do Carnaval, o Buteco entra em recesso momesco e só retorna na quinta-feira (mas sobre o Carnaval falarei amanhã).

Fechando o texto de hoje, um filme de apenas 14 segundos, feito no ano passado, no dia 16 de agosto, no Bar Getúlio, no Catete, durante a primeira etapa da comemoração do aniversário da Fumacinha (vejam que gostei da novidade).

No filme, Aldir Blanc está cantando “O Bêbado e a Equilibrista”, dele e de João Bosco, e no filme vocês poderão ver, além do próprio Aldir, é claro, Paulo César Pinheiro do seu lado à mesa, o imperiano Wilson das Neves no tamborim, eu e Dani bem à frente, Zé Luiz do Império à minha frente e também à mesa marcando nas palmas, Mari Blanc (de vermelho e empolgadíssima!), mais ao fundo o João de Aquino no violão, Mariozinho Lago (de camisa azul, ao lado do João de Aquino), Wanderley Monteiro também à mesa, e, na nossa mesa (foi Fumaça quem fez o filme), Cacau (a mulher-Listerine), Ângela, Incêndio e Bombeiro no desfecho do mais-que-curta.

Divirtam-se.

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Até.

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>ELA VEM CHEGANDO…

>

“Ela vem chegando
e feliz vou esperando…”

(Jorge Benjor)

Chega amanhã, quinta-feira, ao Brasil, esse portento de bom humor que aparece na foto ao lado da Dani Sorriso Maracanã, a Fumaça, egressa de Maputo, na África do Sul, onde está trabalhando já há um bom número de meses, fazendo uma tremenda falta nas mesas, nas festas, nos furdunços, e divido com a Incêndio, com o Bombeiro, com o Brasa, a alegria por sua chegada em busca do Carnaval.

Pausa para dizer que a foto foi tirada no dia 07 de agosto de 2005 durante a festa de aniversário do Augusto, biltre paulista, que anda sumidíssimo, mudo, numa ausência que me angustia.

A Fumaça (peço perdão antecipadamente pelo que pode lhes soar repetitivo) é ao lado da Lelê Peitos uma mulher capaz de fazer gargalhar a viúva diante do caixão do falecido marido para espanto da assistência (a princípio, eis que em questão de minutos a assistência fará o esquife tremer diante da gargalhada coletiva). Ri, e ri não só pelos cotovelos, mas por todas as juntas. E o tempo inteiro (penso que nisso puxou à mãe, a doce Incêndio).

Quando de sua última estada no Brasil, a Fumaça contou, a mim e à Dani, que oferecemos a ela um lauto jantar em nossa casa, algo que a fizera rir ainda mais (como se isso fosse possível) nas primeiras semanas em Maputo. Cidade paupérrima, Maputo oferecia algumas promessas (eu disse promessas) de, por exemplo, poucos mas bons restaurantes. E lá foi a Fumaça a um deles.

Deslumbra-se com o cardápio. Daí chama o garçom:

– Boa noite. Eu gostaria de uma entrada… hum… (aponta o cardápio)… essa aqui!

– Senhora, tem mas não há.

Fumacinha leva um tempo até processar a informação.

E passa a noite ouvindo “tem, senhora, mas não há”, e enquanto nos contava isso rolava pelo chão da sala, rindo, rindo, rindo, rilhando os próprios dentes na tábua corrida (não é tábua corrida, mas parece).

A Fumaça fez olímpica falta no furdunço dos Rolling Stones, no sábado passado. Fez agudíssima falta na rabada que ofereci na casa de Isaac e Mariazinha há poucas semanas e graças a esse triste festival de ausências é que é sempre lembrada, o que a glorifica como personagem que é.

Chega amanhã, como eu disse.

E amanhã, para saudar sua chegada, sendo tecnologicamente possível (hoje não foi…), disponibilizo video de 14 segundos, curtíssimo, mas bem capaz de dar a dimensão da festa que acontece quando a Fumaça está presente.

Até.

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VENTOS EM MEU CORAÇÃO

“Santa Bárbara, dos tempos violentos,
Vosso rosto me aparece num clarão
quando um raio rasga a imensa escuridão.
Muitos ventos, muitos ventos
passam por meu coração…”

(Fátima Guedes)

Esta foto, provavelmente da década de 20, traz, à esquerda, Ficheli Goldenberg, meu tio a quem não conheci, e à direita, cigarro pendendo da boca (ah, a genética…), velho Oizer, Oizer Goldenberg, meu avô, pai de meu pai, passeando na Avenida Rio Branco em frente ao Museu Nacional de Belas Artes. Papai, num orgulho tão raro quanto olímpico, na matéria, mostrou-me tal tesouro no domingo em sua casa. E lhe pedi a foto, no que fui prontamente atendido. É que eu já tinha, desde domingo, o texto pronto para o dia de hoje, 21 de fevereiro, e vou explicar o por quê da importância (escapa-me palavra mais adequada) da data.

Em 21 de fevereiro de 1967, há pouco mais de dois anos de meu nascimento, um temporal devastador assolou a cidade do Rio de Janeiro. Fazia “um mau tempo de quinto ato do Rigoletto”, como dizia Nelson Rodrigues. E foi nesse mesmo 21 de fevereiro de 1967 que o prédio onde morava Paulinho Rodrigues, irmão de Nelson, em Laranjeiras, desabou devido à fúria das chuvas. E morreram Paulinho, sua esposa, seus filhos e mais alguns parentes que lá se encontravam para festejar o aniversário da cunhada do escritor. Tragédia.

E o que você tem a ver com isso?, ouço daqui as perguntas. Rigorosamente tudo. Desde que, sabe-se lá há quanto tempo (sempre fui um obsessivo nas leituras dos textos rodrigueanos), tomei conhecimento de tal fato, jamais fui o mesmo (e isso para não falar sobre o assassinato de Roberto Rodrigues, outro de seus irmãos).

Tenho um amor quase-egoísta pelos meus e, semi-descrente que sou (um dia debruço-me sobre o assunto), rezo, diariamente, para que nenhum deles me falte, mesmo sabendo o quão difícil é eu ser atendido.

Meu avô, por exemplo. Somente agora, aos 36 anos, me deparo com essa sua imagem e dela tenha agudíssima saudade (no singular, Szegeri, como nos apraz). Meu avô era, até então, um senhor de cabelos brancos esvoaçantes, uns olhos de azuis impressionantes, e vê-lo flanando pelas ruas do centro do Rio com esse sorriso sacana e com o cigarro no canto da boca me é, eu diria, imprescindível para que tudo sobreviva da melhor maneira possível.

Voltando à tragédia vivida pelo Nelson.

Tenho dois irmãos de sangue (digo de sangue porque posso dizer que o Szegeri e o Vidal, enumerados em ordem alfabética para que não haja ciúme, são meu irmãos) e sofro de pânicos aparentemente inexplicáveis quando, por exemplo, eles vão viajar.

O Cristiano, o mais novo, morando atualmente na França, foi ontem à Bahia para passar o Carnaval. E tenho medos olímpicos de tudo. Do vôo até Salvador. Do tumulto das ruas. De tudo. O Fefê, o siamês, que viaja demais, e sempre dirigindo, me tira até o sono. Pra piorar, Fefê viaja freqüentemente para lugares estranhíssimos, onde não há, nunca, sinal de celular, e sou, durante suas viagens, um fóbico as 24h do dia.

(acabei de parar de escrever, eis que escrevo mecanicamente, rolei a tela para reler o que já escrevi até o momento e não percebi, preciso ser franco, qualquer sentido no que disse, eis que a dor é minha, os medos são meus, e tudo me entristece nesse momento)

Acho que queria, mesmo, apenas, mostrar meu avô para vocês.

Deve ter sido um grande sujeito.

E lamentei, por alguns instantes, não estar ali, ao lado dele, caminhando pela Rio Branco, em direção à Cinelândia.

Boa coisa ele não ia fazer, se me entendem.

O que só aumenta minha saudade atemporal.

Até.

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