Arquivo do mês: abril 2008

>O PAI DO BORGONOVI

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Recebi esse email (cuja imagem encontra-se imediatamente abaixo) ontem pela manhã. Esse email, diga-se a título de ajudar na compreensão da coisa, é enviado pelo BLOGGER – editor do BUTECO – a cada vez que alguém faz um comentário no balcão público, ainda que valendo-se da chave ANÔNIMO (como foi o caso, vocês podem ver).

email recebido em 29 de abril de 2008

Imediatamente bati o telefone pro meu irmão Szegeri. Contei-lhe sobre o email, li seu teor, e fiz a pergunta que me perseguia:

– É sério, isso?

Ele, já tropeçando nas gargalhadas que escapavam de sua boca escondida atrás da espessa barba amazônica, cuspiu:

– Nenhuma chance! Nenhuma chance! E tome nota! Tome nota!

– De quê?

– Isso é coisa do Zé Sergio ou do Julio Vellozo! – e bateu com o gancho do telefone na minha cara.

Mas não é, meus poucos mas fiéis leitores, não é que foi, de fato, o pai de Fernando Borgonovi quem enviou o tal comentário?

Foi o próprio Fernando Borgonovi, o nanico comunista e palmeirense, quem me ligou, atônito e incrédulo, segundos depois de receber um email enviado pelo pai com as fotos do texto a que se referiu no comentário (AINDA O BORGONOVI), que pode ser lido aqui.

Seja bem chegado, seu Asdrubal Borgonovi, e receba meu abraço do tamanho da Tijuca.

Até.

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BREVE SATISFAÇÃO

Acordei hoje, cedíssimo, e ao ligar o monitor do computador para escrever o texto do BUTECO, rotina que cumpro quase que religiosamente, dei de cara com uma mensagem estranhíssima na tela. Não eram nem 6 da matina e fui sensato esperando dar 9 horas, já dentro da academia, onde moldo, dia após dia, o corpo-carcaça que carrego há 39 anos e 2 dias, para bater o telefone pro homem que cuida da máquina, um ex-colega de colégio (estudei no Palas, acho que já lhes contei isso aqui) que reencontrei há uns anos graças à praga que atende pelo nome de ORKUT (suicidei-me, lá nesse troço, há uns meses), chamado Marcelo Cerveira.

Ele, prontamente (é um ágil, um prestativo, um solidário, um grande profissional), pintou na área.

Pelas caras e bocas que fazia enquanto cutucava o bicho (e cutucou o bicho por coisa de hora e meia…), percebi que o buraco era muito mais embaixo.

Pedi ajuda, baixinho, pra Ogun, padroeiro das tecnologias… mas parece que se houver salvação, ela só virá dentro de alguns dias, quando o Cerveira ficou de me dar notícias sobre a máquina, que seguiu com ele (inclusive para me dizer se perdi TUDO o que estava lá dentro… eu, ignorante, que jamais fiz um mísero backup…).

Até lá (espero que o quanto antes), o papo vai ser escasso por aqui… Do computador do trabalho – do qual me valho para lhes dar esta satisfação – não tenho muita condição de escrever essas besteiras que espalho pelo balcão, em razão do acúmulo, graças aos deuses, de serviço a fazer.

Se não for pedir muito, torçam pra que dê tudo certo.

Até.

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MAIS SOBRE O BELMONTE NA SÃO SALVADOR

Vocês hão de lembrar! Em 09 de abril de 2008 escrevi Belmonte rima com desmonte (pode ser lido aqui). A denúncia rendeu (até o momento) 29 comentários. No dia seguinte, pego de surpresa por uma notícia envolvendo o mesmo fato, escrevi Adega da Praça: vendida? (leia aqui). Alguns dias depois, publiquei Bel(monte) de merda (leiam aqui).

Hoje, para minha agradável surpresa (é sempre legal saber que o balcão do Buteco junta cada vez mais gente que pensa como eu!), recebi atencioso email de uma leitora, a Bárbara Oliveira, moradora de Laranjeiras e freqüentadora (ou ex-freqüentadora…) da Adega da Praça, na São Salvador, com uma desagradável (mas previsível, convenhamos) surpresa.

A Bárbara, gentilmente, autorizou a publicação, na íntegra, de seu email. Ei-lo:

“Oi, Edu! Você não me conhece nem eu te conheço pessoalmente, mas leio seu blog há muitos meses e me identifico muito com vc e sua maneira de pensar e agir.

Moro em Laranjeiras há mais de 16 anos e durante todo esse tempo venho frequentando, com incrível regularidade, a Casa Brasil, na Praça São Salvador – no mínimo, 2 vezes por semana, seja para uma refeição rápida e simples nos fins de semana, seja para um (uns) chopinhos com amigos, a qualquer hora. Conhecia todos os garçons, sempre simpaticíssimos e brincalhões, praticamente amigos meus e de meus amigos; conhecia os donos e com eles conversava sempre. O clima era o de um maravilhoso pé-sujo de bairro, daqueles nos quais os fregueses se conheciam e se cumprimentavam.

Agora, o bar foi vendido e, segundo soube, assumiram o lugar os sócios do Belmonte. As mudanças – para pior – são tão evidentes e foram tão rapidamente introduzidas que não resistí à tentação de te escrever contando.

São elas:

* Os preços aumentaram imediatamente.

* TODAS as refeições vinham acompanhadas, invariavelmente, de arroz, feijão e farofa. Isso acabou.

* 99% dos garçons antigos foram demitidos e substituídos por outros, que chocam pela total falta de simpatia/empatia com nós, fregueses antiquíssimos.

* A pizza, que era um espetáculo (nada dessas pizzas de hoje, fininhas, não; era aquela pizza de antigamente, para mim, a verdadeira, com massa grossinha e um queijo maravilhoso que, mesmo depois de gelado, permanecia macio), está horrorosa: trocaram o queijo e, agora, a pizza que eu tanto amava, não passa de um chiclete borbulhante.

* Novos “petiscos” foram introduzidos no cardápio, sim, mas todos com aquele “ar de Belmonte”, como as empadas – oferecidas insistentemente por um garçom que fica circulando pelo bar.

* Os banheiros – principal “ponto fraco” do antigo bar, esses não foram mexidos: para nós, mulheres, irmos ao nosso, temos que passar necessariamente pela frente do banheiro masculino, imprensadas entre a porta e barris de chope, e vemos, INVARIAVELMENTE, um homem fazendo xixi com a porta escancarada. A simples troca da ordem dos banheiros – o das mulheres primeiro – resolveria isso.

* No último sábado (26/4) fui lá almoçar com uma amiga e, depois de bebermos alguns (ok, muitos) chopes, decidimos que não tínhamos fome suficiente para pedirmos 2 pratos, e solicitamos ao garçom que nos trouxesse uma refeição completa de carne assada com nhoque, para dividirmos. Ele, de PÉSSIMA vontade, imediatamente alegou que “o prato era para apenas 1 pessoa”, que “nós não conseguiríamos dividí-lo”, enfim, para resumir: diante da nossa insistência, ele simplesmente disse que mandaria outro garçom para nos servir. E foi o que fez, após virar-nos as costas estupidamente. Ao chegar, o outro garçom explicou – ainda não sabíamos – que o prato não vinha mais com os acompanhamentos de antigamente (arroz, feijão e farofa), embora o preço tivesse sido reajustado em cerca de R$ 3. Pagamos a conta e fomos embora beber em outro local, onde dividimos um magnífico – e enorme – filé com fritas e tomamos mais alguns chopes.

Infelizmente para nós, a Casa Brasil já era. E os sócios do Belmonte(de merda) mais uma vez põe suas manguinhas de fora e nos impõem um padrão de “bar” que não condiz com nossa maneira de ver a vida, não atende às nossas necessidades, não nos alegra os começos de noite, não nos consola nos momentos de tristeza nem compartilha das nossas alegrias.

Bjs,

Bárbara Oliveira”

Até.

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CAJU NA FOLHA SECA

Paulo Cesar Caju na Folha Seca
Recebido pelo poço artesiano de doçura, meu queridíssimo Rodrigo Ferrari, e pelo Carlos Alves, do Al-Fárábi, Paulo Cesar Caju deu pequena entrevista para o ESPORTE ESPETACULAR, na livraria do meu coração, a Folha Seca.

Clicando na imagem, vocês podem assistir a entrevista na íntegra.

Até.

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>SEM NEM TER O QUE DIZER

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Um troço que venho aprendendo há anos, e apreendendo muito aos poucos, é que há momentos em que não dizer nada é o grande agá da charada.

Como estou – repetindo – apreendendo muito aos poucos, não me contenho em dizer que ontem, 27 de abril de 2008, dia de meus anos, vivi o maior (lato sensu) aniversário de minha vida. Talvez tenha sido, e acho mesmo que foi, o mais simples.

Sentei-me à mesa do meu buteco de fé, o Rio-Brasília, passava um pouco das 13h, ao lado da mulher que me ensinou a sorrir, o grande amor de minha vida, e de meus pais, que são também queridos amigos meus, a quem amo mais a cada dia e por quem tenho crescente gratidão e carinho.

A mesa foi crescendo à medida que chegavam os amigos, os filhos dos amigos, afilhados, os irmãos, e tudo resumiu-se a isso: cerveja em abundância – mais de quatro caixas! -, doses incessantes de maracujá e limão, muita comida (com direito a Bobó de Camarão à Tartaglia e Canjiquinha à Minha Sogra), um Flamengo e Botafogo com a vitória do meu time, muita cantoria, muito choro (amanhã conto sobre isso, quando me for possível falar mais) e só às 23h, depois de expulsos pelo Joaquim, o furdunço terminou.

Foi, de fato, tudo bonito demais. Tanto que, mesmo sabendo que movido pelo espírito do “é mentira mas é bonito”, meu irmão Szegeri disse, pouco antes de partir:

– Hoje foi, seguramente, um dos cinco dias mais felizes da minha vida.

Até.

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>O ABJETO CADERNO ELA

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matéria publicada no caderno ELA do jornal O GLOBO de 26 de abril de 2008E essas porras são alvo de matéria do detestável e abjeto CADERNO ELA (a matéria, que dá asco, chama-se ESTOU LÉSBICA), do jornal O GLOBO, editado pela plagiadora (veja o plágio escancarado aqui)…

Como diria o Bemoreira… QUE NOJO!

Até.

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>ABSURDO ABJETO

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Enquanto isso, na zona norte da cidade, na zona da Leopoldina, no subúrbio, na zona oeste, na Baixada Fluminense – regiões que não existem nem para a imensa maioria dos governantes, nem para os jornalões, nem para a elite-de-merda que se valerá dessa esteira de bambu -, os aleijados (lá não existem os deficientes físicos, tomem nota disso) continuam à míngua.

Até.

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>PÂNICO NO JARDIM BOTÂNICO

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Ontem, sexta-feira, graças a compromissos profissionais (uma audiência às 14h30min no Juizado Especial Cível, na Rua J. Carlos, no Jardim Botânico), fui convidado por minha cliente para um almoço no qual conversaríamos sobre as nuanças do processo, planos de ação no curso da audiência etc etc etc. Ela ficou – o convite partiu no final da tarde de quinta-feira – de me bater o telefone na sexta-feira pela manhã para combinarmos o restaurante (eu torcia, no meu íntimo, pelo Filé de Ouro).

Eis que na sexta pela manhã, conforme o combinado, estrila meu telefone:

– Podemos nos encontrar às 13h na esquina da Alexandre Ferreira com a Maria Angélica? – disse-me ela.

Diante da incongruência entre o endereço do Filé de Ouro e o fornecido, desanimei. Esfregando o lenço na testa suada (suo cada vez mais), fingindo estar achando tudo ótimo, perguntei:

– Qual o restaurante?

Quando ela disse o nome, em tom blasè, – Gula Gula – eu tossi de nervoso. Pensei na minha reputação, pensei no meu corpinho moldado à base de torresmo e cerveja, pernil e maracujá, salaminho e uísque, meus cotovelos calejados nos balcões mais simplórios, meus pés que deixam marcas na marola de água e sabão nos finais de noite do Rio-Brasília, todos eles lá, num restaurante grã-fino na zona sul da cidade… Mas fazer o quê? Trabalho é trabalho, prossegui refletindo no percurso dentro do táxi, tamborilando os dedos sobre a pasta em meu colo, eu no banco da frente, até que chegamos. Paguei a corrida, pedi o recibo, e não avistando minha cliente, bati o celular pra ela:

– Vou entrando, o.k.?

Seguramente eu estava audivelmente tenso. Eis sua resposta:

– Tudo bem?

– Arrã.

O.K., então. Encontro você no restaurante…

Entrei. Três moças lindas abriram a porta pra mim.

– Quantos lugares, senhor?

– Dois – disse, desacostumado a esse excesso de atenção.

Sentei-me e uma quarta moça, lindíssima, estendeu-me três cardápios (carta de vinhos, cardápio de bebidas em geral e cardápio comum). Agradeci e fiz, dos três, uma espécie de biombo para não ser visto.

Um troço me martelava a cabeça… E se algum de meus poucos mas fiéis leitores me flagrar justo aqui?! O que dirá? O que ME dirá? O que pensará a meu respeito? Estava eu divagando quando aproximou-se um homem – o maître – e perguntou:

– Algum problema, senhor?

De dentro de minha fortaleza de cartolina eu disse que não. Foi quando chegou minha cliente.

Ela estranhou um pouco – confesso – a formação da espécie de quebra-vento que construí diante de mim. Foi solícita:

– Quer escolher?

– Faz-me um favor?

– Claro!

– Escolha tudo. Pelo amor de Deus.

– Está tudo bem, Eduardo?

– Arrã.

Ela fez os pedidos – suco de abacaxi com hortelã para mim, água com gás para ela e duas quiches de espinafre com queijo com uma salada de frango ao pesto.

E eu preocupadíssimo.

Ela não agüentou e perguntou:

– Por que esses cardápios à sua frente?! Mal consigo vê-lo!

– Não posso com golpe de ar! Golpe de ar me faz muito mal!

Foi quando – para meu absoluto desespero – vi entrando um leitor do BUTECO. Um querido, um elegante, um sóbrio, um ponderado, é verdade, mas o choque foi mais forte que tudo. Helion Póvoa (veja-o aqui ao lado do Nando e do Rodrigo Ferrari) aproximava-se de mim, com a mão já estendida – é um lorde, o Helion! – mas eu via, em seu sorriso simpático, o escárnio, o deboche, a troça, a caçoada, o menosprezo pelo meu caráter e por minhas opiniões.

O cumprimentei, apresentei-o à minha cliente, e fui patético:

– Olá, Helion! Sabes que eu ODEIO o Gula Gula, né?

Ele, sempre ponderadíssimo, apenas balançou a cabeça. Eu prossegui:

– Minha cliente escolheu essa merda, fazer o quê? – e ria dando tapinhas em seu braço.

Ela estava em choque.

– E isso aqui não é suco, não! Tem um quentinho dentro, um quentinho dentro!

Esses troços que, agora, me envergonham solenemente.

Vejam vocês… Eu dou a sorte de encontrar, naquela situação para mim desconfortável, um homem sem mancha, um homem educado e incapaz de uma grosseria, uma inconfidência que seja, e nem assim mantenho o controle.

Notem vocês que o Helion Póvoa Neto é, dentre os queridos e caríssimos que me cercam, aquele que mais carrega títulos e qualificações, saber e conhecimento. Ele tem graduação em Geografia (licenciatura e Bacharelado!) pela PUC/RJ, mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela USP. Realizou Estágio Pós-Doutoral em 2003, como bolsista Capes, no Centro Studi Emigrazione Roma e no Scalabrinian International Migration Institute em Roma, Itália. Atualmente é professor adjunto do IPPUR-UFRJ. Coordena, na UFRJ, o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios (NIEM), e é cadastrado Grupo de Pesquisa junto ao CNPq, do qual é líder. É membro da Comissão Editorial dos Cadernos IPPUR (UFRJ), do Conselho Editorial da Travessia e da Revista do Migrante (Centro de Estudos Migratórios – SP). Ou seja… do homem, de Helio Póvoa Neto, goteja sabedoria. E eu, poltrão, com medo e vergonha por ter sido descoberto justo por ele!

Tivesse eu encontrado um dedo-duro, um canalha, um indiscreto, um sacana, um simples sacana, e já estaria justificado meu pânico.

Mas encontrar o Helion, não.

Foi verificar que era ele, foi perceber que escorriam por baixo das bainhas de suas calças, lubrificando seus sapatos, o seu saber, a sua sabedoria, o seu conhecimento e a sua densidade intelectual, foi apertar suas mãos aindas sujas de giz e olhar dentro de seus olhos capazes de transmitir aquela tranqüilidade que só os intelectuais acadêmicos têm, que fiquei calmo.

A ponto de pedir chá de camomila, no final do almoço, comendo, ainda, sem medo de ser visto, uns biscoitinhos de canela parecidíssimos com perfex.

E ainda fui cumprimentá-lo ao sair, calmíssimo.

Até.

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>EU, COADJUVANTE MAIS UMA VEZ

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(ou CONVITE PÚBLICO PARA ANIVERSÁRIO)

No ano passado, há exatamente um ano, escrevi EU, COADJUVANTE (leiam aqui), dividindo com vocês as agruras que me perseguiam naquele não-longínquo 2007 às vésperas de meu aniversário. E eis que, graças à inexorabilidade do Tempo, esse deus impiedoso que nos entrega, de bandeja, experiências e mazelas, estamos em abril de 2008, a dois dias do dia 27, quando completo 39 anos de idade.

Acabei de escrever “39 anos de idade” e ouvi guinchos de gargalhadas estrepitosas atrás de mim. Virei-me e não havia nada nem ninguém, embora prosseguisse ouvindo o barulho ensurdecedor dos risos debochados diante de meu estado cada vez mais caquético. Fui ao banheiro jogar água fria no rosto (acabei de voltar, vejam que belezura a dinâmica do texto e do modus operandi que imprimo no meu dia-a-dia no BUTECO) e meus cabelos brancos pareciam plantação de trigo em dia de vendaval, já que balançavam intensamente para me provocar – só pode, foi o que pensei enquanto afagava minha própria cabeça-de-ovo (mais de ovo do que nunca depois de mais uma visita ao Salão América, ontem à noite, e ao seu Ernesto). Nesse meio tempo estrilou meu celular e vicejava na tela uma mensagem do menino Prata:

“FALTAM DOIS DIAS. VELHO!”

Mas estou – eis o que eu queria lhes dizer – ao contrário do que estive noutros tantos abris, felicíssimo.

Ao lado da mulher que me ensinou a sorrir, em plena placidez com minha consciência, cercado cada vez mais por menos amigos que valem infinitamente mais que os muitos de outrora, com seis afilhados sob as asas imaginárias, pai e mãe que são tesouros que me fazem melhor desde que nasci – não me estenderei para não lhes causar enfado, e nem é sobre isso que quero lhes falar hoje! -, chego aos quase-quarenta disposto a comemorar firmemente a data.

Mas como nem tudo é perfeito, e tenho certeza (depois de dois anos seguidos eu posso lhes dizer que tenho certeza!!!!!) de que meu irmão paulista, Fernando Szegeri, faz de propósito, comemorarei meus 39 amanhã, sábado, a partir das 21h, no Trapiche Gamboa (o site, aqui), na posição de coadjuvante. Explico! Explico!

Já em abril de 2005, escrevi A HÉRNIA DO SZEGERI, comentando justamente sobre o poder que esse caboclo exerce sobre os que me cercam e justo nos dias de meu aniversário, quando, graças à sua presença (ou ausência, como vocês verão), NINGUÉM (com a ênfase szegeriana) se importa comigo. Leiam a HÉRNIA DO SZEGERI aqui.

Pausa brevíssima.

Comovi-me, ontem – e disse isso a quem?, a quem?… ao Szegeri, meu Otto na íntegra – relendo A HÉRNIA DO SZEGERI quando percebi que foi nesse texto, em 29 de maio de 2005, às 15h55min, que meu dileto e querido amigo, José Sergio Rocha, hoje minha madrinha, fez seu primeiro comentário no BUTECO, vejam:

“Edu, tu escreve (sem plural, assim mesmo, cariocamente) bem pra dedéu! Não sei o que me deu mais vontade de ir ao banheiro para mijar de rir – se foi a associação com os LPs, a ignorância canina dos circunstantes em relação à espécie de hérnia, sei lá, pombas! O que sei é que o Estephanio´s tem um senhor cronista em suas instalações. Com todo respeito, não sei se você dá só pra cronista ou também pra romancista ou teatrólogo, mas que vem coisa em breve por aí, vem sim, e tomara que não demore. O teu “Otto” de 33 ½ rpm (cada um tem o Bey de Tunis que merece quaquaqua!), além de também ser bom nas pretinhas, foi um puta personagem. Valeu o balé! Grande abraço e em breve o Estephanio´s ganhará um freqüentador bissexto (eu disse bissexto, porra!) porque, morando a léguas da Rua dos Artistas, cá em Piratininga, vai ser difícil bater o ponto mais amiúde. 29 de Maio de 2005 15:55”

Dito isso, em frente.

Antes, mais uma divagação em voz alta: eu adoraria, e assim que tiver tempo me dedicarei a isso, descobrir o primeiro comentário de cada um que é, hoje, graças ao BUTECO, um próximo de mim. Ah, sim! Leiam FERNANDO JOSÉ SZEGERI, O MITO, que escrevi em 13 de abril de 2006, e vocês verão José Sergio Rocha abraçado a meu irmão paulista, o homem da barba amazônica, numa demonstração explícita da beleza que são esses encontros que a vida vai costurando pra gente.

Agora sim, em frente.

Em frente mas já quase no fim.

O que queria, a bem da verdade, era apenas aproveitar esse mote (a comemoração de meus 39 anos) para convocá-los, publicamente, para mais uma noite memorável no Trapiche Gamboa, quando os Inimigos do Batente, que fazem uma senhora roda de samba – “a melhor do Brasil”, na insuspeitada opinião de Luiz Antonio Simas, vejam aqui – vão quebrar tudo, como fazem sempre.

Amanhã – eis o que justifica o título do texto! – serei mero coadjuvante na comemoração de meu próprio aniversário, lembrando que o cenário dessa peça realíssima que atesta minha baixa popularidade, o Trapiche Gamboa, será o mesmo das minhas comemorações de 2006 (vejam aqui) e de 2007 (vejam aqui).

Até!

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>DO NOSSO JEITINHO

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Sempre que leio um texto que mexe comigo – lato sensu, emocionando, fazendo pensar, revoltando, que seja, me dando quase-raiva por não ter sido eu a escrevê-lo (como é o caso desse que ora indico!) – faço questão de espalhá-lo entre os amigos. O texto a que me refiro, especificamente, cujo trecho segue abaixo, merece mais. Merece ficar exposto permanentemente no balcão do BUTECO para que muita gente, e cada vez mais, tomara, leia a reflexão de meu irmão paulista, Fernando Szegeri.

“É sabido – e tenho tantas vezes insistido aqui – que a meia-dúzia que sempre se arvorou em dona do Brasil nunca suportou o povo brasileiro. Não gostam da comida que gostamos, desprezam nosso modo de viver, nossa música, nossa sabedoria, menoscabam nosso jeito de rezar e curar os males do corpo e da alma. É claro que as coisas do povo que nunca toleraram vez por outra entram na moda por um motivo qualquer e aí é um tal de dar-se um jeito de tudo ficar mais “higiênico”, mais branco, menos mestiço – foi assim com o carnaval, a religião, está sendo com o futebol, os butiquins etc. – , mas isso é assunto pra outras conversas.”

Leia DO NOSSO JEITINHO, na íntegra, aqui.

Até.

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