Arquivo do mês: outubro 2007

>SANDÁLIAS HAVAIANAS

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Alguns amigos me disseram, por email, por telefone e até mesmo pessoalmente:

– Muda o rumo da prosa já que de droga você não entende!

Como sou um poltrão, adjetivo que minha saudosa bisavó adorava!, mudo, hoje mesmo, o rumo da prosa. Vejam vocês que o 4rthur (assim mesmo, com 4 no lugar do A, como ele prefere) precisou vir a público – vejam aqui – me ensinar, por exemplo, que ecstasy e bala são a mesmíssima coisa. Confesso, também publicamente, que eu já sabia disso. Certa vez, eu e a Sorriso Maracanã estávamos em uma festa estranha com gente muito esquisita, numa casa ainda mais esquisita que os donos da festa e seus convidados juntos, a título de obrigação profissional (e mais não digo). Estava eu no bar, bebendo uma cerveja e contando os minutos, quando aproximou-se um casal de jovens imberbes. Disse-me o cara:

– E aí? Vai uma bala aí?

– Soft ou Kids?

O casal guinchava de rir diante de minha resposta, apontando os indicadores cheios de anéis mais esquisitos que eles em minha direção, até que fui salvo pela minha garota, doce como as balas da minha infância, que me explicou o merdelê todo.

Diante, então, da minha aguda ignorância, mudo o rumo da prosa.

E quero lhes contar, hoje, sobre as sandálias havaianas. E quero lhes contar sobre as sandálias havaianas como forma de expôr, de forma indelével, a podridão da massa consumista que idolatra o mercado e marcha, como uma massa de idiotas, conforme as ordens do marketing, um dos maiores responsáveis pelos males do mundo.

As sandálias havaianas são capazes de dizer mais sobre a burguesia brasileira, mais sobre a classe média brasileira, mais sobre a podre elite brasileira do que qualquer tratado sociológico. Explico.

Tinha eu 18 anos de idade – estamos em 1987 – quando ingressei na PUC para cursar Direito. Fazia parte de meu, digamos, uniforme, o par de sandálias havaianas. E se eu pudesse descrever para vocês as carinhas de reprovação de meus coleguinhas de turma que, desde o primeiro período, iam para a aula, pateticamente, de terno e gravata (mesmo sem emprego ou mesmo estágio), a cara de nojo das mocinhas que rodavam, pelos corredores da universidade, suas bolsas mais caras do que a mensalidade que papai pagava com dificuldade, vocês poderiam atestar a profunda reprovação, o intenso nojo, o intenso desprezo que aquela gente tinha pelas coisas do povo – as sandálias havaianas eram, impressionantemente, uma marca do povo.

Basta dizer que o garoto-propaganda das sandálias havaianas era o Coalhada, o personagem peladeiro, vesgo e cabeludo do Chico Anísio.

Meu apelido – pasmem!, pasmem! – passou a ser Operário, Peão-de-Obra, Pedreiro… tudo por causa das minhas sandálias havaianas.

Até que os marqueteiros decidiram, e isso não tem muito tempo, que as sandálias havaianas eram uma coisa chique, que dava status.

Foi quando, então, a canalha, que até então tinha nojo, ojeriza, verdadeiro asco da coisa, passou a usá-las, agindo, mais uma vez, como uma vara que, do chiqueiro, não dispensa o que se apresenta como pérola.

Na Europa, por exemplo, uma sandália dessas, que na Tijuca custa R$8,00 (em Ipanema não sai por menos de R$20,00), é vendida, em Londres, por quase R$500,00. Vejam aqui, no site da BBC.

Até.

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>DIRECTA PRODUÇÕES

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Preparem o saco de vômito. Eis o texto contido no site da empresa Directa Produções, produtora da festa rave – ilícita do início ao fim! – realizada no final de semana que passou, leiam mais aqui, aqui, aqui e aqui:

“Atuar na vanguarda das tendências com uma visão globalizada do mercado: esta é a missão da Directa.

Especializada na criação e execução de projetos de entretenimento, artísticos e musicais, a Directa busca imprimir em todas as suas produções o que há de mais moderno e contemporâneo, da seleção artística ao conceito e estrutura de seus eventos.

Fundada em 1998, é referência em projetos de entretenimento para o público AB, jovem-adulto da região Sudeste. Sua multifacetada área de atuação permite acesso às diversas esferas culturais, sendo atualmente responsável por algumas das principais produções do cenário eletrônico nacional, e uma das líderes de mercado neste segmento no Brasil.

Sua versatilidade se estende para o ramo de bares, restaurantes e casas noturnas sendo atualmente proprietária dos Bares Devassa Ipanema e Flamengo.”

Um nojo.

Retirado, na íntegra, do site da empresa, vejam aqui.

Até.

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>DIRECTA PRODUÇÕES: UM COMENTÁRIO

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São exatamente 20h e eu recebi, às 19h30min (notem a precisão costumeira), um comentário ao texto DEU NO JORNAL O DIA publicado hoje cedo, leiam aqui, contendo acusações gravíssimas envolvendo sócios da Directa Produções, um membro do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, privilégios e outras mumunhas. O comentário não veio assinado, razão pela qual não autorizei sua publicação. Caso o(a) anônimo(a) mude de idéia, quem sabe?

Até.

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DEU NO JORNAL O DIA

A leitora (ou o leitor) que assina Wan chamou minha atenção com o comentário que fez, vejam aqui. Corri atrás da informação e a confirmei no site do jornal O DIA, em matéria intitulada MILHÕES DE LUCRO COM AS BALAS, que pode ser lida, na íntegra, aqui. Eis os trechos que quero destacar:

“Traficantes de drogas sintéticas chegam a negociar de 30 mil a 40 mil comprimidos de ecstasy às vésperas de festas como a Tribe Rio, realizada no fim de semana em Itaboraí, de acordo com investigadores que calculam o faturamento dos criminosos entre R$ 750 mil e R$ 1 milhão. O lucro é semelhante ao obtido pelos organizadores de grandes eventos de música eletrônica, segundo agentes. Ontem, o sítio Happy Land, onde aconteceu a rave, foi interditado por 30 dias, para a conclusão das investigações sobre a morte do estudante Lucas Francesco Amêndola Maiorano, 17 anos.

Policiais estiveram no local e encontraram pequena quantidade de cocaína e papelotes vazios em um banheiro químico, além de vestígios de consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Pelos canteiros do terreno, muitas garrafas de uísque, vinho e vodca. Também havia palitos de pirulito espalhados pelo chão e centenas de garrafas de água — artifícios para evitar overdose e hidratar o corpo. Na comunidade oficial da rave no Orkut, pessoas que estariam no mesmo grupo de Lucas comentaram que ele teria consumido 10 comprimidos de ecstasy.

Segundo o delegado Antônio Ricardo Lima, da 71ª DP (Itaboraí), a Directa Produções, empresa que promoveu a Tribe Rio, e a Guepardo Vigilância, responsável pela segurança do evento, podem ser indiciadas por não reprimir o tráfico e o consumo de drogas. A pena é a mesma para o crime de tráfico — 5 a 15 anos de prisão. O delegado também não descarta a possibilidade de indiciá-las por homicídio.

Segundo ele, os produtores da festa tinham todas as autorizações e cumpriram as exigências de uma resolução da Secretaria de Segurança para a realização de eventos. No entanto, no Orkut, freqüentadores disseram que não precisaram apresentar documentos, que não houve revista e que até os seguranças estariam vendendo drogas.

“Quero saber se os organizadores da festa e os seguranças foram coniventes. Quem não reprime o tráfico e o consumo exagerado também responde por isso. É associação. Pelo que parece, o consumo foi praticamente liberado e a segurança não deteve ninguém e não fez nenhuma apreensão”, disse ele, que espera o resultado do exame toxicológico feito no corpo de Lucas, que deve ficar pronto em 10 dias. A polícia pedirá as imagens do circuito de câmeras do sítio.

O dono da Guepardo Vigilância, Cristiano Lobo, prestou depoimento ontem. Ele afirmou que 380 seguranças trabalharam em dois turnos e que nenhum dos vigilantes flagrou freqüentadores usando entorpecentes no Happy Land. Cerca de 30 funcionários ficaram encarregados da revista na entrada do sítio. Segundo ele, para burlar a segurança, muitas mulheres servem de ‘mula’, levando ecstasy para a festa.

“Depois da revista, é difícil identificar os usuários.Eles já chegam como vocês viram aí. Muitos bebem antes de entrar e as mulheres levam os comprimidos escondidos na vagina. Quando a gente se aproxima, eles jogam o comprimido fora ou engolem”, contou Cristiano.

Na manhã de ontem, o carro-pipa que refrescou o público ainda estava no terreno, de cerca de 750 mil metros quadrados. Um caminhão recolhia os engradados de cerveja.

O dono do sítio, José Roberto Vidal, prestou depoimento e disse que apenas alugou o espaço para a Directa Produções. Em contrato, a empresa assume as responsabilidades civis e criminais com a festa.

Três amigos de Lucas, que estavam com o estudante na rave do fim de semana, devem depor. O dono da Directa, Pedro Schmitt, também terá que prestar esclarecimentos. A empresa já fez outras festas de música eletrônica e é proprietária dos bares Devassa no Flamengo e em Ipanema.

Ninguém, por favor, venha me falar em coincidência.

Até.

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>ELES TÊM, SIM, SUA PARCELA DE CULPA

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Conforme eu lhes contei aqui, com o texto UM ROTEIRO PREVISÍVEL, sobre as barbaridades que são esses caldeirões do inferno que atendem pelo nome de raves, tenho uma pergunta a fazer, cuja resposta (minha, é evidente!) é SIM.

Têm, ou não, essas bestas que escrevem para os jornais hoje em dia, sua parcela de responsabilidade no fomento do uso de drogas, já que até uma samambaia de xaxim sabe que rave é sinônimo de drogas sintéticas, tráfico de drogas sintéticas, consumo de drogas sintéticas e, vez por outra, morte?????

O GLOBO, cumprindo seu papel de destruir gerações e estuprar nossas mais caras tradições, fez sua parte na sexta-feira, através de um sujeito chamado Ronald Villardo (sem o negrito imerecido) que – pausa para o pigarro, o escarro e o sorriso de satisfação diante da coerência de meu discurso – assina, na mesma revista, a RIOSHOW, uma coluna chamada GAY.

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Até.

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>UM ROTEIRO PREVISÍVEL

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Em novembro de 2006, quando publiquei o texto TÁ DIFÍCIL – leiam aqui – escrevi o seguinte, que quero grifar antes de entrar no tema de hoje propriamente dito:

“Numa nota publicada hoje, intitulada “Turismo de alegria”, denotando que o Jota anda numa fase afetadíssima, diz o consoante:

“O Rio, que só perde em turismo gay para São Francisco, já tem cinco grandes festas raves programadas entre 29 de dezembro e 1º de janeiro: Alegria, X-Demente, R.Evolution (duas edições) e Pool Party.”

Sobre essa propaganda imunda do homúnculo (ganhando o quê em troca?), tenho a dizer o seguinte: todo mundo sabe, até o Pepperoni, meu fiel vira-lata, que festa rave nada mais é do que um pretexto para uso indiscriminado de drogas sintéticas, ecstasy, bala (como eles chama essas merdas, nem sei direito o que vem a ser) e outras bostas do gênero.

E isso é anunciado com festa (da alegria, segundo o Jota) em um dos mais importantes jornais do país. Agora… baile funk no morro é motivo para que os pais dos merdas que se drogam nas raves estendam faixas escrito “BASTA” em suas varandas. Tá difícil, tá difícil…”

Em dezembro de 2006, escrevi O JOTA E ALGUMAS QUESTÕES SOBRE O JORNALISMO – leiam aqui – cujo trecho destaco:

“Quando deparei-me, no sábado, com uma coluna fétida assinada por um tal de Ximenes (recuso-me a procurar, agora, o nome do empregado do jornal que escreve no caderno editado pela Ana Cristina Reis) na qual o infeliz exalta o Trem do Samba pelo que ele tem de épico e pela diversão que é um zona-sul ir ao subúrbio comer acarajé sem ser visto pelos seus pares, tive vontade de vomitar, Juarez. Ali, ele deseduca. Não sabe, o infeliz, a origem da festa. E dá a ela um tratamento degradante. Quando a própria Ana Cristina Reis plagia, flagrantemente, uma matéria como eu provei aqui, ela deseduca (e mente). Quando o jornal noticia (sem errar, observe isso) as festas raves que se espalham como câncer pela cidade com o único intuito de drogar a juventude seca por drogas sintéticas ele deseduca e ajuda a destruir uma geração. Quando o jornal dá, através da coluna do homúnculo, destaque evidente e vergonhoso a mentiras como Belmonte, Informal e outras merdas do gênero, ele mente e ajuda a destruir uma tradição. Quando o jornal toma partido ao longo de uma eleição presidencial, como essa nossa última, e chuta para escanteio um troço chamado isenção, ele mente e ajuda a impedir o amadurecimento e o crescimento de eleitores ávidos por informação equilibrada. Quando o jornal dá voz a uma série de empregados que não sabem nada, que não conhecem nada sobre o Brasil, sobre o ser-brasileiro, sobre a cidade e sobre o ser-carioca, ele de novo deseduca e vende, sorrateiramente, nossa alma ao diabo.”

Feito o intróito, sigamos.

O repórter Janir Junior, jornalista de O DIA, irmão de sangue de meu irmão Luiz Antonio Simas, assina, hoje, corajosa matéria, que ganhou capa.

capa do jornal O DIA de 29 de outubro de 2007

Ganhou capa e amanhã, como diz o ditado, estará embrulhando peixe na feira da Soares da Costa, aqui na Tijuca.

Ler a matéria do Janir, que acompanhou, do início ao fim, o que significa dizer da madrugada de sábado até o final do dia de ontem, a tal rave realizada em Itaboraí, com a conivência do Governo do Estado, da Prefeitura de Niterói, do Corpo de Bombeiros e até do CREMERJ, é tomar contato, ainda que na confortável condição de leitor, com um verdadeiro circo dos horrores.

Cerca de 10 mil jovens, acéfalos, carentes, doentes, filhotes de uma sociedade consumista, hedonista, egoísta e pouco preocupada com a formação de seus filhos, lotaram, durante mais de 20 horas, o local, um sítio chamado Happy Land.

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Se a matéria impressiona pelo que revelam as fotografias, pelo chocante relato das barbaridades e das atrocidades cometidas pelos pimpolhos da classe média – os ingressos varivam entre 40 e 70 reais -, ela não traz, francamente, nenhuma (com a ênfase szegeriana) novidade.

Trata-se, a bem da verdade, de um roteiro até chato, de tão previsíveis que são as conseqüências de um troço desses.

Pelo menos um jovem, de 17 anos, cujo pai é morador da Barra da Tijuca (mera coincidência?!), morreu de overdose. Outros tantos, que foram à festa em vans alugadas pelos organizadores (!?!?!?!?!?) que saíram de Ipanema (mera coincidência?!), também passaram horas, segundo nos conta o Janir, dançando ao som de música (!?!?!?!?!?) eletrônica, e abusando das drogas sintéticas, as que não incomodam tanto à escumalha da classe média já que são vendidas por seus próprios meninos, isolando-os dos traficantes dos morros da cidade.

Um nojo, um verdadeiro nojo.

Uma parcela da juventude perdida.

Que ainda cobrará – anotem – sua conta, altíssima.

Até.

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>AMANHÃ É DIA DE PRATA

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Faz anos amanhã, mais precisamente vinte anos, Tiago Prata, o Pratinha, gênio da raça, querubim carioca, anjo torto das sete cordas que domina como gente grande que, pra sua sorte, ainda não é – troço que torço para que não seja nunca.

Tiago Prata na Folha Seca, 25 de agosto de 2007

O malandro, a quem amo profundamente – e notem que, ao longo das histórias que conto nesse velho balcão de mármore, jamais escondi isso – comemorará a data amanhã, domingo, 28 de outubro de 2007, no Estephanio´s Bar, na Rua dos Artistas 130, em Vila Isabel, numa área íntima pra feras como Benedito Lacerda, Nelson Rodrigues e Aldir Blanc, que por ali viveram.

O Prata então, amanhã, estará, através de um acorde mágico, como os tantos que produz, dobrando o tempo, primas e bordões, dando mais coerência à sua própria história e mais graça àquela esquina.

Tenho um tremendo orgulho de ser amigo do cara e de ser – ainda que em meus delírios de febre – seu pai mais novo. Um estranho orgulho, é verdade, como se fosse ele obra minha e não o agudo oposto, eis que eu – taí a confissão que nem eu sabia que faria – remoço muitos anos a cada vez que o encontro, em sôfregos arremessos ao passado que não me dão refresco.

Tiago Prata na Folha Seca, 25 de agosto de 2007

Amanhã, como dizia o avô do Simas, se tudo der certo vai dar uma merda tremenda. E daqui, desde já, ergo o copo com o chope mais bem tirado, em homenagem ao menino em cujas mãos deposito muitas das minhas esperanças.

Até.

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>UM FIM DE TARDE, UMA NOITE, UM PRESENTE

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Quem acompanha minhas confissões feitas quase que diariamente, aqui, no balcão de mármore do BUTECO, sabe que dentre as lições que recebi, e ainda recebo de meus pais, está a de ser grato, permanentemente grato, e a de cultivar a gratidão por todos aqueles que, por qualquer razão, merecem esta deferência, este carinho, este reconhecimento.

Não por outra razão escrevi, em junho de 2006, DE VOLTA!!!!! (leiam aqui), homenageando Próspero, Cidália, Crespita, Eurico e Inês. Não por outra razão escrevi, em setembro de 2006, OS PRESENTES IRRETRIBUÍVEIS (leiam aqui), homenageando uma pá de gente querida e especialmente o Simas. Não por outra razão escrevi, em janeiro de 2007, MAIS UM PRESENTE IRRETRIBUÍVEL, homenageando os queridíssimos amigos da Folha Seca (leiam aqui). Não por outra razão escrevi, em fevereiro de 2007, UM IRRETRIBUÍVEL, DE NOVO (leiam aqui), em homenagem à Sônia. E, por fim, não por outra razão escrevi, em maio de 2007, OUTRO PRESENTE IRRETRIBUÍVEL (leiam aqui), agradecendo à Sonia e Benjamim.

Ontem, no final da tarde, tive uma reunião, profissional, evidentemente, com o Fraga. Fui, a bem da verdade, apresentá-lo a um amigo de infância, o Serginho (dia desses conto a vocês sobre as aventuras do cara). Terminada a reunião, disse-me o Fraga visivelmente mal intencionado:

– Folha Seca?

Parti pra lá e, em coisa de vinte minutos, chegava o malandro trazendo nas mãos, orgulhosíssimo, uma sacola da Lidador, de onde sacou uma garrafa de Grant´s 12 anos. Ficamos ali, eu, Fraga e Rodrigo Folha Seca, até que chegou o Bemoreira, quando passamos a ser, então, quatro homens em estado de graça diante da graça do encontro.

E eis o que eu queria lhes contar.

O Bemoreira, num gesto que me comoveu de forma aguda, cochichou alguma coisa no ouvido do Folha Seca e em minutos estendeu-me um livro.

dedicatória de Leo Boechat, o Bemoreira, no livro Leão-de-chácara, de João Antônio

Dali em diante, após receber o ABRAÇO EDU dado pelo Bemoreira, dois ou três telefonemas depois, estava costurada a noite.

Partimos, eu e Bemoreira, para o Bar Brasil, onde encontramos o Vidal e o Dalton, a quem não via, ó, há tempos. Bebemos uma quantidade monumental de chope e comemos fartamente. Horas depois, o Bemoreira, que tinha uma festa, partiu. Dalton, que também tinha um compromisso, partiu.

E eu parti com o Vidal para a Toca da Lapa, uma espelunca na Mem de Sá, onde bebemos confissões inconfessáveis. Como eu havia estado ali com o Mitke há coisa de umas semanas, na companhia, também, do Daniel A., bati o telefone pro malandro apenas pra dizer da lembrança e da saudade.

Isso porque aprendi com meus pais, também, a não deixar pra depois qualquer lembrança, qualquer carinho, qualquer gesto de amor. Arrepender-se, depois, do não-fazer, dói pra burro.

Até.

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O DEPOIMENTO DO ZÉ SERGIO

O texto À MODA DA TIJUCA, leia-o aqui, no qual eu conto como agi com duas sobrinhas amadas diante de uma babaquice olímpica imposta às meninas pelo colégio rendeu, até o momento, vinte e oito comentários. Nenhum tão significativo e tão no espírito da história que contei como o do meu queridíssimo José Sergio Rocha. Fala, :

“Tenho quase certeza de que sou um dos mais veteranos do grupo que está lhe dando os parabéns, com exceção do Isaac (porra, Isaac, é o animal do teu filho que te chama de mais velho, eu só estou chamando de veterano).

Por isso mesmo, estou ainda mais perplexo com essa porra toda que está acontecendo nos costumes. Por isso, não me surpreendem absurdos como este que foi comentado pelo Daniel A., aí mais pra cima.

Um dia, numa festinha de aniversário de criança, em Icaraí, há uns 10 anos, quase saí na porrada com a mãe e o babaca do padrinho de uma menina, por incentivarem a guria e os outros pivetes da festa a dançarem com a porra da garrafinha.

O próprio pai da menina, meu chapa, com quem eu tomava algumas na merda do plei, ficou sem fôlego quando viu a filha de uns cinco anos chegar fantasiada de Carla Peres, com shortinho cavado, bustiê, maquiadinha feito uma barbie. Quase teve um troço, mas não falou nada.

Eu é que não me aguentei e fiz um discurso contra aquela bosta.

Aí vieram o babaca do padrinho, a escrota da madrinha e a mais escrota de todas, a mãe, tentando me desqualificar, dizendo que eu estava velho e biritado. Porra, aí o tempo quase fechou. Chamei aqueles putos todos de idiotas, pedófilos enrustidos, o caralho a quatro.

Somente outro convidado da merda da festa, que o Edu conheceu por eu ter levado uma vez no Estephanio´s, é que entrou também na confusão. Saímos ou fomos convidados a sair, nem me lembro.

O meu outro chapa, pai da aniversariante, quase veio junto, mas a coisa estava feia demais. Quem mandou casar com uma imbecil daquelas e ainda por cima deixar que ela chamasse para padrinhos um casal de cuzões?

A “Pequena Miss Sunshine” lavou minha alma, mas isso foi dez anos depois. Puta que os pariu!”

Até.

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>A OPINIÃO DA GÊNIA ESTELA PRESTES

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O outrora aguerrido JB abriga, hoje, uma senhora de nome Estela Prestes, sem o negrito, evidentemente, que assina uma coluna chamada VIP (pausa para o vômito). Esta senhora foi autora de uma nota, logo após os Jogos Pan-Americanos, para a qual chamou-nos a atenção o sempre vigilante Luiz Antonio Simas, onde escreveu:

“Com as 59 medalhas de ouro conquistadas, o Brasil ultrapassou seu próprio recorde em Jogos Pan-Americanos. Isso é maravilhoso, mas cabe uma pergunta: por que um país de dimensões continentais como o nosso ficou abaixo de Cuba, uma ilha encravada no OCEANO PACÍFICO?”

O grifo é meu; a ignorância é dela, e isso pode ser conferido aqui.

Até.

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