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Publiquei ontem o texto O GLOBO CONTRA O RIO (aqui), até o momento com 11 comentários, um deles de um rapaz que dá seu testemunho sobre as UPPs, ele que tem família morando na favela Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro. É comovente e só uma besta-fera, incapaz de olhar para além de seu próprio umbigo, não reconhece que o Governo do Estado está, ao menos na questão da segurança pública, agindo com uma seriedade que não tínhamos há muitos anos.
Não sou, antes que me acusem de ser chapa-branca, exatamente um entusiasta do governo Sérgio Cabral, eis que carecemos da mão forte do Estado em inúmeras áreas, como na educação, na saúde, nos transportes públicos (estes em estado caótico). Mas os números que me foram fornecidos pelo Governo do Estado egressos da área da Segurança Pública são bastante evidentes no apontar para um acerto de mão quanto a tão tormentoso tema.
Vamos lá: há dois anos, o Governo do Estado do Rio de Janeiro iniciou o processo de implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) – um novo modelo de Segurança Pública e de policiamento que promove a aproximação entre a população e a polícia, aliada ao fortalecimento de políticas sociais nas comunidades. As UPPs representam uma importante arma do Governo do Estado do Rio para recuperar territórios perdidos para o crime organizado e levar a inclusão social à parcela mais carente da população. Hoje, já são 12 UPPs, que beneficiam cerca de 200 mil pessoas em 36 comunidades das zonas Norte, Sul e Oeste da cidade e no seu entorno. Até o final de 2014, o Governo do Estado vai pacificar todas as comunidades onde houver o controle de bandidos armados.
Criadas em dezembro de 2008 pela Secretaria de Segurança Pública (e o Beltrame, Secretário de Segurança do Estado, me parece um homem muitíssimo bem intencionado), as UPPs trabalham com os princípios da Polícia Comunitária – um conceito e uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de segurança pública. O governo do Rio está investindo R$ 15 milhões na qualificação da Academia de Polícia para que, até 2016, sejam formados cerca de 60 mil policiais no Estado. Até o fim de 2010, 3,5 mil novos policiais serão destinados às Unidades Pacificadoras.
Ao recuperar territórios ocupados há décadas por traficantes e, recentemente, por milicianos, as UPPs levam a paz às comunidades do Morro Santa Marta (Botafogo – Zona Sul); Cidade de Deus (Jacarepaguá – Zona Oeste), Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste); Babilônia e Chapéu Mangueira (Leme – Zona Sul); Pavão-Pavãozinho e Cantagalo (Copacabana e Ipanema – Zona Sul); Tabajaras e Cabritos (Copacabana – Zona Sul); Providência, Pedra Lisa e Moreira Pinto (Centro); Borel, Indiana, Catrambi, Formiga, Morro da Cruz, Bananal, Casa Branca e Chácara do Céu (Tijuca – Zona Norte); Andaraí, Nova Divinéia, João Paulo II, Juscelino Kubitschek, Jamelão, Morro Santo Agostinho, Borda do Mato, Rodo e Arrelia (Andaraí – Zona Norte); Salgueiro (Tijuca); Turano, Chacrinha, Matinha, 117, Liberdade, Pedacinho do Céu, Paula Ramos, Rodo e Sumaré (Tijuca).
Agora vamos aos números, para que depois eu sente a borduna em quem merece.
Ações integradas de segurança – como a criação das Regiões Integradas de Segurança Pública (RISPs), das UPPs e do Sistema de Gerenciamento de Metas para Indicadores Estratégicos de Criminalidade – foram fundamentais para a queda dos principais índices de criminalidade do estado do Rio de Janeiro. Em agosto de 2010, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou o menor número de homicídios desde 1991: 344 casos no estado.
O objetivo do Governo é impor ao Rio taxas civilizadas de criminalidade, que no estado sempre estiveram em patamares elevados. E isso tem sido possível graças à metodologia de combate ao crime, que alia gestão e acompanhamento.
Ações como a criação das RISPs, a consolidação das Áreas Integradas de Segurança Pública (Aisp) e outras medidas, com foco em indicadores estratégicos, como os de homicídios, roubos de rua, roubos de veículos e latrocínios, foram fundamentais para a melhoria dos números.
No primeiro semestre de 2010, em comparação com o mesmo período de 2009, o número de homicídios caiu 20,2% (menos 107 casos); o de latrocínio (roubo seguido de morte) teve uma redução de 33% (menos 38 casos) e o de mortes por auto de resistência (em confronto com a polícia) registrou uma queda de 10% (menos 56 casos).
Os casos de balas perdidas também registraram redução: menos 18,4% (menos 19 atingidos) que no semestre do ano passado. Assim como foi registrada redução de 68,8% (menos 11 casos) no número de policiais militares mortos em serviço, e de 57% (menos 4 casos) no número de policiais civis mortos também em serviço.
Já os índices de roubo de veículos caíram 23,1% (menos 3.266 casos); roubo a transeunte, 13,5% (menos 5.160 casos); e roubo em coletivo, 17,8% (menos 873 casos). Ao mesmo tempo em que houve aumento no número de prisões: 10,7% a mais (mais 948 prisões).
Os dados abaixo são do Instituto de Segurança Pública (ISP), e vocês não os verão nos jornalões:
• Homicídio Doloso: redução de 20,4% (menos 88 vítimas) – 344 casos em 2010, 432 casos em 2009.
• Mortes por Auto de Resistência: redução de 60% (menos 45 casos) – 30 casos em 2010, 75 casos em 2009.
• Roubo de Veículo: redução de 19,1% (menos 369 casos) – 1.559 casos em 2010, 1.928 casos em 2009.
• Roubo a Transeunte: redução de 7,0% (menos 390 casos) – 5.167 casos em 2010, 5.557 casos em 2009
• Roubo em Coletivo: redução de 6,7% (menos 50 casos) – 695 casos em 2010, 745 casos em 2009.
• Latrocínio (Roubo seguido de morte): sem alteração – 12 casos em 2010, 12 casos em 2009.
Agora vamos ao que quero lhes dizer.
O GLOBO continua sua campanha sórdida denegrindo a imagem do Rio de Janeiro. A ele, o mais nojento jornal carioca, não interessam os números que apontam para um acerto do trajeto traçado pelo Governo do Estado no setor da Segurança Pública. A ele interessa fazer ecoar a voz abjeta da abjeta classe média e da elite preconceituosa que NUNCA (com a ênfase szegeriana) se preocuparam com os altíssimos índices de violência que tornavam um inferno a vida dos mais pobres, dos favelados, dos que vivem à margem da zona sul, o único Rio de Janeiro que interessa ao jornal O GLOBO.
“Cuidado com o que este jornal publica!”, já nos alertava Leonel Brizola (vejam aqui) há exatos 21 anos. E hoje vemos, uma vez mais, gente com alguma expressão nos mais diversos segmentos da sociedade gemendo “ohs” e “ahs” a cada carro queimado no asfalto, nítida expressão da reação da bandidagem que vem perdendo terreno com a implementação da política do Governo do Estado.
Essa escória NUNCA reclamou da violência com a veemência de hoje porque a violência estava praticamente restrita aos morros, às favelas, e fodam-se os pobres, os pobres que fiquem lá, que morram lá, que nos deixem em paz – assim pensa essa parcela da sociedade.
Quantas crianças eram impedidas de freqüentar a escola por conta do aparelhamento do tráfico nas favelas? Quantos pais e quantas mães temiam pela vida de seus filhos, entregues à própria sorte nas mãos sedutoras do dinheiro fácil oferecido pelo tráfico organizado? Quantos trabalhadores e quantas trabalhadoras passavam noites em claro em meio a tiroteios nas favelas? Quantos cadáveres eram desovados bem longe da terra dessa gente – Baixada Fluminense, para ficar num só exemplo – sem causar um suspiro de indignação?
Pois quero lhes dizer uma coisa: o projeto de segurança ora implantado terá efeitos a longo prazo. E mais…
O projeto de EDUCAÇÃO que Leonel Brizola implantou no Rio em 1982 – com 500 CIEPs espalhados pelo Estado – estaria surtindo efeitos agora, mais de 20 anos depois, com uma massa impressionante de crianças bem formadas e aptas ao ingresso no mercado formal de trabalho.
Foi essa mesma escumalha, essa mesma escória, essa mesma célula podre da sociedade que bradou contra os CIEPs.
Hoje, 28 anos depois, a medida é mais radical, infinitamente mais radical, para combater a violência que grassava onde os olhos dessa gente escrota não enxergava. As conseqüências? Infinitamente mais duras.
Mas é preciso progredir, ir em frente, não ceder nem à pressão da bandidagem e nem à pressão dessa classe média egoísta e dessa elite podre que infecta o Rio de Janeiro. Tampouco ceder à pressão da imprensa golpista que, não satisfeita com o que fez no curso das eleições, continua a fazer das suas para desestablizar o status quo de uma cidade que teima em reinventar seus caminhos em prol de uma vida de paz.
Os que têm medo, que procurem os psicotrópicos ou o psiquiatra, que leiam O GLOBO e escrevam suas cartas-de-merda destilando ódio.
Eu, neste específico ponto, apóio integralmente a política de segurança pública do Rio de Janeiro. E quero mais é ver o circo pegar fogo. Depois, como Fênix, e como sempre, renasceremos das cinzas, infinitamente melhores.
Até.
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Não é novidade para ninguém que o jornal O GLOBO não gosta de pobre, não gosta do povo, não gosta da idéia de ver a cidade do jeito que ela é, cercada de morros por todos os lados, os morros e suas favelas, os do asfalto e os de lá de cima convivendo em harmonia, nada disso agrada ao jornalão carioca e a seu público-alvo, a classe média mais abjeta e rancorosa e a elite que, na contramão do Brasil, deu seus votos, em enxurradas, para o candidato não eleito da oposição.
Vamos por partes para que eu seja claro.
Não tenho, ainda, idéia 100% formada sobre as UPPs (unidades de polícia pacificadora) e seus efeitos, mas é inegável que para os moradores dos morros já atendidos pela política de segurança do Estado do Rio de Janeiro o troço é bilhete premiado. Com a chegada da polícia, e conseqüentemente do Estado, a vida dessa gente – como diz o samba do Guineto em parceria com Magalha – aposto que está um colosso (guardadas as devidas proporções, é claro, e se levarmos em conta como eram as coisas antes da chegada do Estado). Não convivem mais com o crime-organizado, com os traficantes, não transitam mais entre metralhadoras e fuzis. Isso é ponto pacífico.
Acontece que a cada ação, uma reação, embora especialistas em segurança pública, neste específico caso, ainda não afirmem que os últimos casos de violência na cidade estejam diretamente ligados à instalação das UPPs. É o que penso, mas não posso, por razões evidentes, dizer que se trata de uma verdade absoluta.
A bandidagem, posta pra correr das favelas, pode (eu disse pode) estar buscando alternativas, claro que pelo viés do crime (são bandidos, pô!) no asfalto. E que ninguém tenha, pelo amor de todos os deuses, a ilusão de que as UPPs (ou qualquer outra medida!) irão acabar com o tráfico (e nem é esse o objetivo de tal política). Se alguém me apontar um lugar no mundo onde não haja a possibilidade de se adquirir qualquer produto traficado, seja droga ou seja arma, eu repenso isso. Mas vamos em frente.
A que se deve, então – e por que tanta revolta esse troço me causa! – mais uma campanha sórdida do jornal O GLOBO contra o Rio de Janeiro? Volto ao primeiro parágrafo: ao ódio que têm de pobre, de favela, de povo na mais estrita acepção da palavra. Quem tem a idade que eu tenho bem lembra e sabe: Leonel de Moura Brizola tentou resolver o problema da educação no Estado com os CIEPs, passou a oferecer escola de qualidade para centenas de milhares de crianças pobres e deu-se o rebu. A classe média tinha nojo só de pensar que o filho de sua empregada doméstica estudava numa escola pública em tempo integral, com piscina, com dentistas, com alimentação adequada. O jornal O GLOBO foi a voz da escória e enquanto não viu fracassado o projeto educacional de Brizola – graças à ação criminosa de Carlos Alberto Direito, Secretário de Educação de Moreira Franco que fechou não-sei-quantas escolas – não sossegou (falei sobre isso, aqui).
A título de ilustração – não custa lembrar… – O GLOBO foi também contra a construção do Sambódromo, negando-se a transmitir o primeiro desfile da Passarela do Samba, outra monumental obra do velho caudilho, que precisou recorrer à Justiça para responder à altura no horário nobre do Jornal Nacional, reestabelecendo a verdade dos fatos, pois além da campanha sórdida contra o Sambódromo O GLOBO atribuiu a ele e às suas políticas um arrastão fabricado nas areias de Ipanema.
Pequena pausa: recomendo vivamente a leitura do trabalho ARRASTÃO MEDIÁTICO E RACISMO NO RIO DE JANEIRO, de autoria do Professor-Doutor Dalmir Francisco – aqui. Enfaticamente. Vamos em frente.
Daí O GLOBO recomeça sua campanha…
As matérias que dão conta dos últimos casos de violência no Rio de Janeiro usam e abusam das mesmíssimas expressões de sempre, repetidas pelas estagiárias-de-redação (apud Nelson Rodrigues): onda de violência, ações terroristas, arrastões em cadeia e por aí. Os números que evidenciam, há muitos meses, queda nos números de crimes praticados no Estado não ganham nem nota de rodapé.
O faraó César Maia, rejeitado pela população do Estado para o cargo de Senador da República, traveste-se de Carlos Lacerda e, como um corvo, replica, todos os dias pela manhã, no twitter, as manchetes sensacionalistas do jornalão carioca.
A classe média e seus insuportáveis “pagadores de impostos” se descabelam, aumentam a dose dos psicotrópicos e os membros da elite, como aqueles primeiros, escrevem cartas indignadas para os jornais, pressionam os jornais dos quais são público-alvo e estamos aí diante de notícias mais-que-sensacionalistas a pespegar o medo na cabeça da população.
Essa gente quer o morro longe – o que é, evidentemente, impossível. Sendo impossível, quer o morro cercado, ainda que lá dentro exploda a violência e que a morte bata à porta de mães e pais trabalhadores, vítimas dos traficantes armados até os dentes. Querem, do morro, a empregada doméstica e o eletricista. O tocador da bateria que irá proporcionar-lhes o espetáculo do Carnaval, assistido dos camarotes regados a champagne e cocaína.
Essa gente tem pressa e não admite aguardar o médio e o longo prazo que medidas como as UPPs exige.
Essa gente é nojenta.
É asquerosa.
E jornais como O GLOBO, nojento e asqueroso, cumprem perfeitamente o papel de porta-voz dessa escória.
Risco de ser vítima de um ato de violência sofremos todos em todos os lugares do mundo: no Rio, em Nova Iorque, em Roma, em Paris, em Buenos Aires. O problema é que O GLOBO fica aqui. E O GLOBO odeia pobre. Odeia política em prol dos pobres. O que O GLOBO gosta é de incitar o ódio na população carioca, vide a nova empreitada do jornal, o canal de delação, o @ILEGALeDAI, no twitter.
Se você não é do Rio – e como recebi ligações de amigos de fora me perguntando sobre isso… – tenha uma certeza: o Rio de Janeiro está vivíssimo. E seguirá arrancando as flechas do peito do padroeiro, essas flechas cheias de veneno que insistem em cravar no peito da gente.
Até.
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De lá pra cá estreitaram-se meus laços com a Railídia, e é sobre ela – daqui pra frente – que quero falar.
A Rai é uma mulher amazônica, brasileira do mais alto fio de cabelo à sola dos pés ainda molhados pelas águas dos rios e igarapés que ajudaram a moldar sua alma sensível e gigantesca. Pois no sábado, meus poucos mas fiéis leitores, estava eu fumando meu cigarro do lado de fora do Ó DO BOROGODÓ quando minha comadre desceu do carro e aproximou-se de mim, majestosa e iluminada.
Estava pra começar a roda de samba dos Inimigos do Batente. Linda, vestida de flores e com uma flor vermelha nos cabelos, deu-me um abraço que foi a senha para o que estava por vir. A Rai estava – e o troço dá-se a cada sábado, mais forte nesse dia em que a roda louvava o Dia da Consciência Negra – possuída.
Cantou descalça, pôs a foto de seus ancestrais na mesa – seu avô João Valente presente! -, cantou e encantou como uma encantada, chamou quem devia com a autoridade que só quem detêm poder pode chamar, cantou sorrindo, cantou chorando, e derramou sobre nós um axé que só quem esteve lá sentiu.
Na manhã de domingo, de papo com uns amigos, veio à tona o assunto: a imprensa brasileira, meia-boca que só ela, vira-e-mexe adula umas cantoras dessalgadas que são, nas manchetes produzidas pelo jabá e pelos releases, “novas deusas da Lapa”, “reivenções das raízes do samba”, “repaginações das tradições” e outras besteiras do gênero. Há muito que eu não vejo uma cantora com a carga que a Railídia carrega dentro dela.
Há muito que eu não vejo uma cantora com o domínio de repertório que a Railídia tem. É samba, é coco, é toada, é congada, é partido-alto, é chula, é ponto de macumba, é maracatu, ijexá, afoxé, batuque, caxambu, bumba-meu-boi, forró, xaxado e xote, maculelê, carimbó, é Brasil em sua máxima expressão.
Eu tenho um orgulho danado, desmedido, de ser amigo dessa mulher. De ser compadre dessa mulher. De tê-la no coração e de me saber guardado ali, naquele coração imenso e denso como as florestas do seu Pará.
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* amanhã cedo embarco para São Paulo para o que se anuncia um grande final de semana – o que significa que só retornarei ao balcão virtual do BUTECO na segunda-feira. E desde já deixo minha dica para o sábado em São Paulo (roteiro meu de todo o sempre), dessa vez especial por conta da coincidência das datas: no sábado, dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a grande dica é a roda de samba dos Inimigos do Batente no Ó DO BOROGODÓ. Imperdível;
* foi uma imensa surpresa receber a notícia através de um de meus poucos mas fiéis leitores, Marcelo Vendramel. A cervejaria CERPA está relançando, depois de muitos anos, a cerveja TIJUCA, criada no final da década de 60 (ou início de 70, não consegui apurar com precisão) apenas para exportação. O Marcelo não apenas me mandou a foto do tesouro (aqui) como me pôs em contato direto com a fábrica, em Belém. Pois lá fiquei sabendo que a cerveja, segundo o representante que me atendeu muito superior à clássica CERPA, está sendo relançada para venda no Brasil por conta da recente invasão das cervejas importadas no país. A antiga TIJUCA EXPORT (jamais vendida por aqui) tinha outro rótulo, hoje vendido como relíquia para colecionadores (vejam aqui). Já mexi meus pauzinhos e estou contando as horas para receber a primeira garrafa em minhas mãos. Sem qualquer modéstia eu lhes digo: ninguém, mais do que eu, merece dar o primeiro gole nessa preciosidade, eu que tenho pela Tijuca, meu bairro, meu berço, minha aldeia, um amor que não pode ser medido. E antevejo: beberei TIJUCA pelo resto da vida!
Até.
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Em 11 de dezembro de 1910 vinha ao mundo, justo no Brasil, justo no Rio de Janeiro, um gênio absoluto: Noel de Medeiros Rosa, mais conhecido como Noel Rosa. Cortou o céu, naquele longínquo 1910, o cometa Halley. E chegava à Terra o menino de classe média, branco, que numa passagem tão a jato quanto a do cometa foi capaz de escrever, para sempre, seu nome na História do Brasil – e não exagero.
Fui sempre, desde menino, um aficcionado pela obra de Noel. Mas confesso que mais recentemente, vendo e ouvindo o brasileiro máximo Luiz Antonio Simas, foi que tomei consciência absoluta da importância histórica de Noel. Simas e sua capacidade impressionante de contextualização foi o homem capaz de me fazer ver o quanto é fundamental rendermos homenagens, as mais variadas, as mais amplas, as mais completas!, para comemorar o centenário desse monstro sagrado que em pouco mais de 26 anos de vida produziu centenas de obras-primas que orgulham o povo da terra na qual viveu Noel Rosa.
Não me conformo – e o BUTECO será, de hoje em diante e até o dia 11 de dezembro uma trincheira na defesa dessa idéia – com a pasmaceira do Poder Público diante da importância da data. Não soube, até o momento, de nenhum movimento por parte da Prefeitura da Cidade ou mesmo do Governo do Estado com relação ao 11 de dezembro de 2010.
A data cai num sábado. E que seja feriado, o que simbolicamente seria bonito demais e sem causar maiores estragos ou discussões dos tecnocratas com relação a isso. E que a cidade pare para cantar e viver Noel Rosa. E que haja festa no Boulevard 28 de Setembro, e que os bares e botequins todos tenham autorização, neste dia, para colocarem mesas e cadeiras nas ruas, e que haja violões nos bares para que o povo cante aquele que soube, como ninguém, cantar o Rio de Janeiro e seu cotidiano depois de vivê-lo intensamente, sem amarras, sem divisas, sem compromisso com mais nada que não o conteúdo de sua obra.
Deixo vocês com esse filme bem bacana produzido pela Maria Helena Ferrari, mãe do Rodrigo Ferrari, dono da FOLHA SECA, a livraria do meu coração, ele um carioca fundamental que organizou, na última segunda-feira, uma noite antológica com Noel Rosa na rua, na voz de Pedro Paulo Malta e Alfredo Del Penho, Beto Cazes, Tiago Prata e Anderson Balbueno.
Se os políticos cariocas tivessem 1% do amor pelo Rio que tem o Digão estaríamos em melhores mãos.
Até.
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Quem me lê sabe: em 13 de outubro de 2010 escrevi o texto Em nome da verdade (aqui) explicando o imbróglio envolvendo a declaração de voto de Aldir Blanc publicada em primeira mão aqui no Buteco e uma resposta a essa declaração dada pelo compositor Guarabyra no blog do jornalista (?!) Augusto Nunes, da Veja. Ontem, às 19h43min, o Globo on line publicou a resposta de Aldir Blanc – encerrando a questão – abaixo transcrita e que pode ser lida também aqui:
“Logo após o primeiro turno das eleições que apontou para um segundo turno, entre Dilma Rousseff e José Serra, o compositor Aldir Blanc fez uma declaração de apoio à candidata do PT. Pouco depois, uma contestação às opiniões de Aldir – feita pelo também compositor Guttenberg Guarabira e citando nominalmente o autor de “O bêbado e a equilibrista” – foi divulgada no blog do jornalista Augusto Nunes, na Veja On Line. A resposta de Aldir está neste artigo.
Que papelão, Margarida!
Por Aldir Blanc
O ex-amigo Guttenberg Guarabyra me esculhambou no site de um semanário pelo simples direito de declarar meu apoio a uma candidatura. Depois mandou um e-mail para meu advogado. Nele, disse que gosta muito de mim, e que não sabia como sua mensagem particular se tornara pública. Deixa eu ver se entendi: Guarabyra só ofende as pessoas de quem supostamente gosta em particular, não em público? É isso? No meio das sandices, me chama de covarde.
Trabalhamos anos e anos nas lutas autorais, sob o comando incansável e divertidíssimo do melhor de nós, Hermínio Bello de Carvalho. Guarabyra sabe que eu não sou covarde, mas, quando fui processado recentemente, pedi a ele uma declaração. Ele respondeu: claro, evidente, sem a menor dúvida… Na semana seguinte, quando telefonei atrás do papel, roeu a corda e disse que não mais o daria, “a conselho do advogado”. Deixo aos leitores o julgamento de quem é covarde.
Numa pergunta de rara estupidez, Guarabyra me interroga: “Quem é você para falar de torturados e mortos?”. Ô trouxa, eu cuidei, como médico, de dezenas deles: torturados, familiares de torturados, parentes que tiveram seus entes queridos entregues em caixão lacrado no velório pelos esbirros da ditadura. Os raros que burlaram as ordens de não abrir o caixão, encontraram os corpos mutilados e retorcidos, jogados como animais lá dentro. Mais uma: o jornalista Hugo Sukman nega categoricamente a versão atual de Guarabyra sobre a ordem dos entrevistados na matéria que gerou o processo contra mim. E agora? Você é covarde e mentiroso, ou está só confuso?
Esclareço que encerro aqui minha participação nessa idiotice, mas deixo uma sugestão: enfia a Margarida na bagagem e passa uns tempos em Bom Jesus da Lapa. Você era mais claro quando veio de lá. Até nunca mais.”
Até.
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