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E hoje quero mostrar, e provar por “A” mais “B”, que o menino anda impossível no que diz respeito a polir, com a flanela imaginária e valendo-se de movimentos circulares intensos, a própria imagem, a própria vaidade.
Cochichou-me outro dia, o Simas, na Folha Seca:
– Você anda adulando demais o Prata. Ele anda impossível. E a tendência é piorar!
O Rodrigo, de dentro do balcão, com aquela rouquidão de fazer a Elza Soares parecer a Piaf:
– Piorar? Mais? O Edu já estragou o Pratinha…
Não concordo com nenhum dos dois. Acho que eles exageram.
Mas há, confesso, um fundo de verdade no troço.
Depois de dar seu depoimento – o que mostrei ontem! – o menino levantou-se furioso do banco e disse:
– Ficou horrível, horrível! Vamos repetir essa merda!
A equipe da TV, devo dizer, entreolhou-se. Eu intervi antes que o bolo desandasse:
– Gente, deixa o menino… Não custa fazer mais uma vez…
E ele dando um tapa no meu ombro:
– Valeu, Edu!
Disse a repórter:
– Então vamos lá… Sente-se e vamos gravar de novo…
– Sente-se? Antes quero uma cerveja!
E saiu, acintosamente, em direção ao bar mais próximo.
Ficaram todos aguardando, até que volta o garoto com a latinha na mão. Bebe devagar. Termina. Arrota. Joga a lata no lixo. E diz:
– Podemos?
– Podemos! – forjando animação, a repórter.
E deu-se a segunda entrevista.
Vocês verão, abaixo.
Eu cortei minha gravação quando antevi a agressão.
A repórter – toda simpática, vocês verão… – disse, logo depois da fala do Prata:
– Eu gostei mais do primeiro…
Ele, num só golpe, levantou-se e partiu, como um huno, em direção à coitada.
Nem o câmera e nem o operador de som deram jeito no garoto, que é raquítico mas manipulava o violão como quem manipula uma borduna, uma clava forte.
Eu o contive.
– Pô, pai, tu é foda… – foi o que disse o garoto.
Que anda mesmo impossível…
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>Putz. O Prata está em baixa.