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Em agosto de 2006, diante da notícia do afastamento de Fidel Castro do poder por razões de saúde, escrevi o texto FIDEL CASTRO, que pode ser lido aqui, e que nada mais é do que um libelo de minha paixão, uma de minhas paixões, eis que sou por elas movido graças aos deuses que me permitem ter as condições para cultivá-las e expô-las na vitrine imaginária de mim mesmo.
Somos, agora, um ano e meio depois, surpreendidos pela renúncia do Comandante, gesto que o engrandece ainda mais e que vai na exata contramão da expectativa dos que, como calopsitas ensinadas, diziam, em tom de escárnio, deboche e desrespeito, que Fidel só deixaria o poder (ou largaria o osso, segundo os mais estúpidos) depois de morto.
Sua carta que anuncia a renúncia é mais uma prova de sua grandeza, de sua coragem e de seu desprendimento (os babadores de gravata jamais compreenderão o que é desprendimento), de sua lucidez, de seu carisma e de sua vigilância permanente.
O que se leu nos jornalões brasileiros e o que se leu nos blogs mantidos por pseudo-jornalistas foi de corar de vergonha. Eu lia, incrédulo, as carradas de merda publicada, lia os blogs infestados de bajuladores inábeis e ouvia a voz da minha consciência dizendo:
– Cora! Cora! Cora! Cora de vergonha!
Pois a nossa imprensa, salvo raríssimas exceções, é mesmo de corar de vergonha. Pigarro e vamos em frente.
“Brunão, não tinha comentado até agora porque preferi ler os jornais da “grande imprensa” antes de emitir alguma opinião. Reparei algo absolutamente patético: os jornais publicaram materiais que foram visivelmente preparados para a aguardada, e desejada, morte do Comandante. Pegaram o que já estava no forno e publicaram. Essa gente jamais esperaria o gesto de desprendimento e sabedoria do velho revolucionário. Beijo.”
Eis então, já que falei no blog do Bruno Ribeiro, o que queria lhes contar e sugerir pra hoje: a leitura de dois textos, sóbrios que só, frios como não consigo ser, escritos justamente pelo Bruno Ribeiro e por meu irmão paulista, Fernando Szegeri.
GRACIAS, COMANDANTE!, que pode ser lido aqui, e JAMAIS ENTENDERÃO, que pode ser lido aqui.
Nós quatro, os da foto, erguemos juntos, diante do balcão imaginário, quatro copos longos com bastante gelo e Havana Club, dividindo um Cohiba Robusto, em homenagem a Fidel Castro e ao povo cubano!
Até.
>Lindo, Edu! Meu copo longo de Havana, hoje, não será imaginário. Brindaremos juntos, de alguma forma! Não passarão!
>É isso aí, Edu! “Hasta…. siempre”!Aliás, vc lembra de “Quem não tem Fidel, vai de Leonel”?Abração!
>Edu, o texto do Szegeri é um chute no saco! Doí, doí muito. Mas é a dor que deixa a pancada inesquecível. Viva Cuba! Viva Fidel!
>Pois é Edu.. Minha mulher esteve em Cuba e ficou impressionada como um país que produz açúcar e tabaco pode ter um sistema de saúde e educação muito melhor do que o Brasil.
>Meu caro Goldenberg.É por essas e outras que uma vez escrevi a você, aqui mesmo, que é pra cá que corro quando preciso encontrar retidão de princípios, contramão da mesmice, opinião e paixão – paixão é fundamental e soco na cara dos imbecis da “objetividade”, e vc sabe disso! – enfim, opinião e paixão coerentes e que nos deixam a salvo da canalha. Goste-se ou não de Fidel Castro, a grande imprensa não negar ao público (grande parte do qual ela, mídia, julga ser burra) uma análise mais inteligente; como vc bem observa, tudo o que foi publicado estava frio, gelado. Com a saída que pegou os goleiros-sabichões no contra-pé (da vida, da política, da História), Fidel deu um drible na morte.E ainda, goste-se ou não (e aqui ressalto o respeito que tenho a quem pensa diferente), ele escreveu um dos textos mais bonitos da História recente.Obrigado e permita-me, no meu bloguezinho (junto com o Da Muda), chamar pra este seu post e os que vc aqui, sabiamente, nos recomenda a leitura.Um grande abraço.
>Meu xará: esteja à vontade, sempre, pra espalhar o que se fala no balcão do BUTECO por aí. É, também, uma forma de estarmos menos sozinhos. Valeu e um abraço!
>Eis a manchete descaradamente tendenciosa da InVeja, a revista mais detestável que pode ser encontrada nas bancas brasileiras:”Já vai tarde: O fim melancólico do ditador que isolou Cuba e hipnotizou a esquerda durante 50 anos”.Agora, diz aí: Castro isolou Cuba? Foi ele quem decretou embargo econômico aos EUA e usou suas influências facínoras para levar outras nações a fazerem o mesmo? Putaqueospariu! Pra se ter uma idéia do quão vergonhoso foi (e ainda é) este embargo, é só ver que o músico Ry Cooder foi multado em 10 mil dólares por estabelecer relações comerciais com músicos cubanos. E sabe qual “relação comercial” foi essa? Simplesmente a reunião de velhos mitos da música cubana para a produção de discos e do filme Buena Vista Social Club, dirigido pelo alemão Win Wenders – que se fosse brasileiro diria, em tom jocoso: Win Wenders e Aprendenders! Com a atitude da renúncia, Fidel deu uma bela rasteira nos babadores de gravata de plantão, que jamais entenderão o que é ser movido por verdadeiros ideais.
>caro EduLeio seu blog regularmente, após indicação do amigo em comum, o Rodrigo da Folha Seca.Gostei demais do seu texto sobre Fidel e dos outros dois que indicou.Preciso de um favor seu: Vc citou alguns conhecidos em Havana. Estarei por lá de 08 a 26/3 rodando um documentário com um pessoal de Bauru e pessoas conhecidas são sempre bem vindas. Posso contar com sua ajuda? Estou no hpachancelas@gmail.com e se quiser saber mais de mim acesse: http://www.mafuadohpa.blogspot.comabracitos flamenguistasHenrique P. de Aquino – Bauru SP
>caro educonto com suas dicas sobre cuba.]aguardo seu contatohenrique – bauru sp