Doces figuras, hoje farei pequena homenagem a três grandes pessoas. Dani porque a mulher com quem divido a vida, coisa que ainda não havia feito até conhecê-la, Szegeri e Mariana porque queridíssimos e porque foram os primeiros a me honrar com suas impressões nesta revista que nasceu ontem.
Dani, a quem conheço desde meados dos anos 90, e desde lá a queria com todas as minhas forças mesmo respeitando os limites das situações da época (e não lhes interessa quais eram), está comigo há pouco mais de quatro anos, e dividindo teto, vida e sonhos há pouco mais de três. Ensinou-me a sorrir, já lhes disse. Foi de tal forma avalassadora sua chegada que, no dia em que nos reencontramos, na Lapa, partimos depois de uma noite torrencial para a Praia de Ipanema por volta das 5h. O sol estava nascendo e ali mesmo, no calçadão, nus, dançamos “luminosa manhã… pra que tanta luz?, dá-me um pouco de céu, mas não tanto azul…”. Precisa dizer mais? De lá pra cá, se não dançamos nus mais tantas vezes, vivemos permanentemente emoções tão fortes quanto aquela.
Mariana é queridíssima. Filha de um irmão, Aldir Blanc, já segurou minhas barras de forma tão comovente, que costumo dizer que lhe sou eternamente grato e permanente devedor. Logo após um período de chuvas e trovoadas, quando vacas enlouquecidas tentaram destruir meu pasto, encontrei na Mari, como carinhosamente a chamo, uma amiga que, vejam vocês, terminou por me dar um presente pra coroar sua atuação durante os pouquíssimos meses de duração da pequena tragédia. Deu-me sua filha, Milena, dona dos cílios mais lindos do planeta, como afilhada. E, craque que ela é, deu-me a notícia, coroando sua atuação com esse golaço aos 45 minutos do segundo tempo, dentro da quadra do Salgueiro, minha paixão, minha raiz, academia do samba que, ultimamente, não tem me feito tão feliz. Para que tudo ganhe coerência, quase desmaiei quando recebi a notícia e corri pra quem? Pro colo da Dani, na Lapa, onde sabia que a encontraria.
Szegeri… o que dizer de Szegeri? Devo começar confessando que o Szegeri está para mim como Otto Lara Rezende estava para Nélson Rodrigues. Um gênio. Autor de frases geniais, tiradas de raro talento e apurado faro, Szegeri é daqueles que transforma as horas, quando estamos a seu lado, em anos de sabedoria. Sensível, emotivo, um sujeito que manda ver quando escreve, manda ver quando canta e manda ver quando bebe. E como bebe, doces figuras, como bebe. Dia desses farei pequeno relato sobre minha recente viagem à São Paulo que teve como único propósito beber e jogar conversa fora com o malandro. Malandro que, aliás, além de ser meu irmão, um desses presentes que a vida, inesperadamente, nos dá, em breve, espero, será também meu Confrade, ombro a ombro comigo lutando pela S.E.M.P.R.E. (Sociedade Edificante Multicultural dos Prazeres e Rituais Etílicos), da qual faço parte.
Um beijo pros três.
Até.